A colonização do Sul de Minas começou no princípio do século XVIII, com a penetração das Bandeiras, em demanda de regiões auríferas. Desde 1737 estava devassado, oficialmente, o Sul de Minas. Por ordem do governador, rasgava-se uma trilha de São João Del Rei às Campanhas do Rio Verde.
Nessa época as comunicações do interior do Brasil com o litoral, se faziam através de trilhas pela Mantiqueira em estradas desdobradas pelo Vale do Paraíba, que levavam aos portos do Rio de Janeiro e de Mangaratiba. Estas comunicações, que se faziam por longos períodos de tempo, em pequenas caravanas de faiscadores de ouro e sismeiros, tornaram-se uma fonte de vida e de desenvolvimento para o interior do país. As "tropas" organizadas com muares vindas de Campo Grande, por intermédio da nascente feira de Sorocaba e Taubaté, enchiam as estradas do interior do país, levando sal e ferragens do litoral e trazendo couros, tecidos de algodão e outros artigos. As cidades de Campanha e Formiga se constituíam como centros comerciais. Os lugarejos que intermediavam os maiores centros, plantados à margem da estrada nessa época, cresciam sob o impulso do movimento das tropas que fazia o comércio dessas cidades com o litoral.
Como sendo um local situado à margem de uma estrada de movimento, Varginha sentiu o benefício do comércio das tropas. Têm-se referências sobre sua origem a partir de 1785 quando foi erguida uma pequena capela. Essa construção e outras que se ergueram a seu redor, com o objetivo de proporcionar descanso aos viajantes, foi o início da atual Varginha. Em 1806, foi construída a capela do Divino Espírito Santo das Catanduvas e, no mesmo ano, foi doado o terreno exigido para o patrimônio distrital. Deu-se ao povoado o nome de Catanduvas ou Catandubas; palavra originária do tupi, que significa "mato rasteiro e fechado, áspero e espinhento, de pequeno porte"; designação apropriada ao aspecto natural da região. Em virtude do padroeiro da capela, passou a chamar-se Espírito Santo das Catanduvas.
O comércio desta localidade se articulava ao comércio das vilas de Campanha da Princesa da Beira, Formosa de Formiga e aos Portos da Corte e de Mangaratiba. Muitos vieram atraídos pelas terras férteis das imediações e pelo seu intenso comércio. Já nesta data, o arraial contava com mais de 1000 pessoas.
Em 1850 foi criado o distrito e o povoado foi elevado a categoria de freguesia com o nome de Varginha; nome originado da antítese à situação geográfica, de um vale anguloso, formado pela ribeira Sant'Ana, impropriamente chamada de Vargem, onde se desenvolveu o populoso bairro da "Vargem" situado a 1 Km a noroeste do arraial. Em 1881 alcançava a categoria de vila, e através da lei nº 2950 de 7 de outubro de 1882 foi elevada a categoria de cidade a sede do município de Varginha, confirmada pela Lei Estadual nº 2 de 14 de setembro de 1891. Até 1911 ao município de Varginha estavam integrados os distritos de Carmo da Cachoeira, Pontal e Elói Mendes, quando foram criados os municípios de Pontal e Elói Mendes; e em 1928 foi criado o município de Carmo da Cachoeira. Assim Varginha ficou constituída pelo distrito único do mesmo nome.
Sua evolução foi mais acentuada no período de 1850 a 1881, ao serem ali construídas as primeiras obras destinadas ao serviço público, como prédios para a escola e cadeia. No núcleo havia cerca de trezentas edificações que se estendiam pela Avenida Rio Branco e pela antiga rua da Chapa (Wenceslau Bráz), Direita (Presidente Antônio Carlos), São Pedro (Delfim Moreira) e também pelas praças São Sebastião, Largo Pretório, (praça Dom Pedro II) e Largo da Matriz.
A região nessa época, baseava-se na policultura junto a criação de animais diversos. As fazendas produziam para a sua manutenção e para a comercialização local, sendo o excedente, exportado para o Rio de Janeiro. Neste contexto tem-se referência de que a cana-de-açúcar teve um certo destaque entre as demais culturas, atingindo seu apogeu com a produção de 2.000 toneladas em 1933.