Neste sábado (13) foi instalada a barreira ecológica flutuante entre Elói Mendes e Varginha, no Sul de Minas Gerais. Com cerca de 92 metros de comprimento, a sua elaboração demandou o trabalho de dezenas de voluntários do Coletivo rio Verde VIVO para ajustá-la entre as margens na altura da Ponte dos Buenos. O grupo utilizou máscaras e manteve o distanciamento como medidas preventivas em tempos de pandemia.
A ecobarreira permite a retenção de resíduos sólidos urbanos (lixo) e de detritos de efluentes (esgoto industrial e doméstico) lançados a montante pelos 28 municípios sul mineiros da bacia hidrográfica e que se deslocam superficialmente ao longo do rio. A sua localização no último trecho do rio Verde é estratégica por reduzir substancialmente a poluição no Lago de Furnas.
“A mensuração sistêmica da quantidade de resíduos sólidos retirados e a análise da qualidade da água naquele ponto serão indicadores extremamente relevantes para avanços efetivos em políticas públicas, principalmente nas cidades que dependem do rio Verde para o abastecimento de água, como é o caso de Varginha. Neste momento de testes que antecedem a inauguração oficial, procuramos instituições comprometidas para a viabilização financeira do processo de manutenção deste importante projeto”, argumenta Diego Gazola, jornalista e membro do Coletivo rio Verde VIVO.
As ecobarreiras na região foram concebidas pelo ambientalista Ronipeterson Landim Costa após descer de caiaque pela primeira o rio Verde em toda a sua extensão – de Itanhandu a Três Pontas - em agosto de 2017. Ele ficou impressionado com o enorme volume de lixo e esgoto encontrado no trajeto.
“Moro às margens do rio Verde e ao lado da nova ecobarreira. Meu novo sonho é a construção de uma pequena balsa flutuante para servir como sala de aula de educação ambiental e também mirante para os que desejarem vislumbrar a iniciativa de perto. Amo o rio e a causa pela sua preservação é o que move minha vida”, explica Ronipeterson, que também é membro do Coletivo rio Verde VIVO.
Essa é a quarta e a maior já ecobarreira implementada nesta bacia hidrográfica. As demais estão em São Sebastião do Rio Verde, Itanhandu e Santana do Capivari.
O Coletivo rio Verde VIVO é um movimento colaborativo que emergiu em 2016 com o intuito de fomentar e qualificar o debate sobre a qualidade das águas do rio Verde no Sul de Minas Gerais. Em 2019, realizou dois debates regionais, reunindo dezenas de instituições públicas e privadas, cujo resultado foi a elaboração do Dossiê sobre a saúde do rio Verde e da população de cerca de 500 mil habitantes nas 31 cidades da bacia hidrográfica.