Coluna | Viver Consciente
Willes S. Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

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Expresse suas emoções
25/10/2007


Eric Berne, considerado o precursor do método analítico denominado Análise Transacional considera que existem cinco emoções autênticas. As agradáveis são duas, o amor e a alegria; as desagradáveis são três, a tristeza, o medo e a raiva. As emoções autênticas são características de um estado que chamamos de “criança livre”, ou seja, da pessoa que aprendeu desde criança a expressar suas emoções sem nenhum tipo de repressão ou censura. As emoções denominadas como desagradáveis têm o seu efeito negativo exacerbado quando dispensadas inadequadamente ou reprimidas, ou quando transformadas em “disfarces”.

Essas substituições ou disfarces de emoções aprendem-se desde a mais tenra idade, e, às vezes, acompanham a pessoa pelo resto de sua existência. Durante um pequeno período da infância toda a criança é livre, faz quase o que bem entende. No entanto, durante seu crescimento, influenciada pelos pais, familiares, professores ou seus substitutos, ela vai tomando conhecimento através de restrições, censuras, imposições e, até mesmo, de práticas manipulativas, que não pode expressar-se livremente. Então, aos poucos, ela substitui a autenticidade das suas emoções por disfarces, tais como: falsa alegria - ela acontece quando alguém, mesmo estando mal, sorri para agradar alguém; falso afeto - forçar-se a gostar de alguém que provoca repulsa; falsa tristeza, esta pode ser provocada ou produzida por alguns mecanismos, tais como: excesso de autocrítica ou perfeccionismo, etc. Nesse contexto, a falta de permissão para sentir ou expressar raiva de modo apropriado, tem, também, a característica de voltar-se contra a própria pessoa gerando o sentimento de culpa que é altamente destrutivo.

A expressão emocional também é cerceada através de algumas mensagens proferidas pelos pais como, por exemplo: a) Quando os pais dizem ao filho o que deve sentir – “ Porque está sorrindo se todos estão tristes?”, “E isso é hora de chorar?” – Esse tipo de mensagem tem para a criança o valor de uma ordem, e o que ela entenderá é: “Não sinta, não se emocione.” b) Quando os pais desqualificam a emoção autêntica – “ Homem que é homem não chora”, “Quem tem medo é covarde”, “Você não tem motivo para estar triste”. O entendimento pela criança nesses casos é similar aos exemplos acima: “Não expresse seus sentimentos”. O resultado é que a criança obediente ou submissa, ao assumir tais condutas como ordem, reprimirá suas emoções ao invés de expressá-las adequadamente. Dando surgimento a traumas ou bloqueios que poderão acompanhá-la pela vida inteira causando-lhe sérios desconfortos emocionais.

Em síntese, pode-se afirmar que dessas situações impeditivas da autenticidade emocional resultam também dificuldades afetivas e a incapacidade da pessoa em definir metas ou objetivos para sua vida. Portanto, a conclusão é simples: expressar emoções de maneira adequada é o melhor caminho para viver de modo afirmativo e obter sucesso em suas realizações.

Boa reflexão para você.

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