Prefeitura de Santos. Construção dos anos 30. |
- Como foi para vocês o final do ano de 2006?
- Interessante. Como boa parte dos viajantes brasileiros, decidimos evitar o apagão aéreo nos aeroportos e seguir, por terra, para um lugar animado onde festejar o reveillon.
- Qual foi o destino?
- Santos. A maior e mais conhecida cidade portuária brasileira, no estado de São Paulo.
- E onde vocês se hospedaram? Lá mesmo?
O espetáculo propiciado pela queima de 26 toneladas de fogos. |
- Não. Em Cubatão, pacata cidade vizinha; uma urbe operária que durante décadas foi considerada o vale da morte.
- Vale da Morte?
- Sim, senhor! Por ser um dos mais dinâmicos pólos industriais na época do ”milagre econômico brasileiro”, nos idos dos anos 60 e 70, a cidade era conhecida como um dos locais mais poluídos do planeta. O índice de doenças e de moléstias advindas do ar maléfico era enorme, e viver em Cubatão era um martírio. Sobreviver, um milagre!
- É, mas hoje em dia tornou-se um exemplo de recuperação ambiental! E a administração local busca marcar uma nova era ilustrada pelo turismo ecológico e por esportes de aventura nas reservas ambientais do entorno.
Imagens de Cubatão, cidade vizinha de Santos. |
- Pois é!
- O que fizeram durante essa breve passagem por Santos?
- À tarde, rapidamente, visitamos a Prefeitura, no centro histórico. Sediada em um imóvel imponente da década de 30, em estilo eclético, tornou-se um ponto turístico-cultural a ser visitado. Estávamos acompanhados por um pequeno grupo de curiosos interessados em descobrir a cidade portuária em seus segredos e tesouros arquitetônicos. Nos arredores, alguns imóveis recuperados e restaurados em meio à zona portuária, vazia, em clima de abandono laboral de final de ano. Um passeio ímpar!
O centro histórico de Santos ainda necessita ser recuperado. | Santos, a capital do café, homenageia os trabalhadores. |
- O que mais o agradou?
O bonde funicular, inaugurado em 1927, leva os visitantes ao Monte Serrat |
A praia acolhe manifestações em homenagem a Yemanjá. |
Turismo cultural no último dia do ano. |
- A Igreja de Monte Serrat, encravada no alto do morro. Tomamos o bondinho para subir até o topo e, lá de cima, avistamos os manguezais, as ilhas de vegetação rasteira ainda virgem, o Balneário do Guarujá e, ao longe, o perfil dos imóveis que margeiam as praias santistas.
- Havia muita gente para essa última festividade do ano?
- Sim! Os restaurantes estavam repletos de visitantes, de habitantes e de passantes que esperavam pacientemente a virada do ano antes de seguir para a praia onde assistiriam à queima de fogos. Vinte e seis toneladas iriam iluminar os céus do então vindouro 2007.
- E a praia?
- Uma multidão vestida de branco reverenciava o final do ano com oferendas a Yemanjá - a Rainha das Águas -, e alguns acendiam tufos de velas fincadas nas areias, cujas chamas ardentes consumiam as más energias deixadas por aqueles longos últimos meses do período eleitoral.
- Afinal! Como terminou o ano?
A bela vista do alto do Monte Serrat. |
- Para muita gente, sem deixar grandes saudades. O Ano Novo começou com um céu rosado e com reflexos dourados nas águas serenas que pareciam despejar suavemente nas areias os bons fluidos para 2007. Uma sensação de alívio e de paz tomou conta de meu cérebro por alguns segundos. Sentia-me novamente pronto para recomeçar. Feliz Ano Novo para todos nós!
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