Coluna | Viver Consciente
Willes S. Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

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Agradar sempre?
18/09/2006


É bastante comum encontrarmos pessoas que, por força de um modelo de educação equivocado, acreditam que a melhor forma de viver ou conviver com os outros é agradando sempre. Desse modo, como se fossem programadas para nunca desagradar a ninguém, elas fazem do “agradar sempre” uma conduta impulsiva e radical com vistas a satisfazerem suas necessidades de aceitação. É importante ressaltar ainda que este tipo de comportamento por ser, na maioria das vezes, instintivo ou inconsciente, torna a pessoa presa fácil de jogos manipulativos que a desqualificam perante os outros, levando-a sentir-se frustrada e rejeitada; um caminho fácil para assumir o papel de vítima.

Algumas características são comuns às pessoas que vivem sob a égide do “agrade sempre” como, por exemplo, o fato delas dificilmente expressarem seus pensamentos para os outros, o que faz com que concordem sempre com as opiniões e conceitos alheios, mesmos que estes afetem sua dignidade e sejam contrários aos seus próprios valores e sentimentos. Não saber dizer não também é outra característica, visto que ao discordar de outrem temem ser rejeitadas e perder as migalhas afetivas que obtêm apenas por anularem suas vontades e serem submissas.

Que modo mais estranho de viver, não é mesmo? Promover sua própria auto-anulação diante de quem não a respeita. E o curioso desse comportamento é confundir servilismo com humildade, escondendo-se da vida sem perceber que os desconfortos e injustiças que lhe acontecem, na maioria das vezes têm como causa essa falta de reatividade, essa pseudobondade que ela crê ser portadora. E o pior é que muitos, por ignorância ou falta de auto-estima, o que dá no mesmo, quando descobrem, depois de muito tempo, as manipulações a que foram submetidos passam a posar de coitadinhos, quando na verdade foram vítimas de si mesmos.

Então, para evitar esse tipo de postura e suas conseqüências nefastas, é recomendável desenvolver desde logo uma atitude de auto-afirmação, de autenticidade genuinamente positiva. É necessário permitir-se desagradar seja lá quem for que esteja a desrespeitar sua integridade e seus valores mais profundos. Deixando bem claro que a intenção não é desagradar só por desagradar num procedimento de rebeldia ou revolta extemporânea ou inconseqüente, mas, que a finalidade é de fazer respeitar o que lhe é importante e saudável. Deixar de “agradar sempre” é condição primeira para quem deseja resgatar seu auto-respeito e obter o respeito daqueles com quem convive, seja na família, no trabalho, em sociedade, enfim, em todo tempo e lugar.

Boa Reflexão para você.

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