Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Saúde; Entrosamento político produtivo; Os números explicam?; Gestão de novas lideranças; Renovação; Dentro do prazo?
27/09/2024


Saúde: Planos de Governo dos candidatos a prefeito se mostra superficial

A coluna continua a série de entrevistas com autoridades locais sobre as principais áreas do governo municipal. A série de entrevistas inéditas está na segunda etapa, e hoje entrevistamos o médico cirurgião plástico, Dr. João Carlos Ottoni Adell, que também é empresário e presidente do Conselho de Administração do Hospital Regional do Sul de Minas. Adell falou sobre a gestão pública da saúde em Varginha, sua análise do trabalho realizado nos hospitais públicos em parceria com a Prefeitura de Varginha e a necessidade de aperfeiçoamento de alguns pontos da área. A saúde é uma das áreas mais importantes da gestão municipal, sendo a que mais recebe recursos públicos e uma das maiores preocupações da população, segundo pesquisa recente em Varginha. Antes da entrevista na área de saúde, a Coluna já conversou com técnicos das áreas de infraestrutura, finanças, comércio e administração municipal. As entrevistas estão disponíveis no Portal da Gazeta e no Varginha Online. Na entrevista de hoje com o médico e gestor público de saúde, Dr. João Carlos Ottoni Adell, que analisou os três planos de governo dos candidatos a prefeito de Varginha, foi destacada a superficialidade das propostas apresentadas. A coluna iniciou a série de entrevistas com autoridades locais em razão da dificuldade em entrevistar diretamente os candidatos, que estão deixando de ir a debates e até se recusando a dar entrevistas. Acompanhe a primeira parte da entrevista sobre a saúde pública

Entrosamento político produtivo

Na última quarta-feira, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais – FIEMG, Flávio Roscoe, esteve em Varginha onde inaugurou a Casa da Indústria, visitou empresas como a Walita, o Senai, além de se reunir com empresários e políticos locais. Na parte da manhã tomou café com líderes empresariais e esteve com o prefeito Vérdi Melo, falou sobre o trabalho que a Fiemg vem realizando em favor do setor produtivo e das muitas possibilidades de parcerias entre o poder público e privado em prol da sociedade. O presidente da Fiemg também visitou as instalações do Senai, que deve receber mais investimentos futuros para ampliação das atividades e depois visitou a fábrica da Walita. Flávio Roscoe finalizou a agenda com almoço junto a empresários locais, onde debateu o cenário econômico e destacou as oportunidades criadas pela Fiemg para o setor industrial. O presidente da Fiemg chegou em Varginha vindo direto de Nova Iorque onde participou e palestrou na Semana Mundial do Clima, juntamente com empresários e grandes líderes políticos mundiais. A interação do setor produtivo com os governos é fundamental para a melhoria da gestão pública com maior transparência e eficiência dos gastos. Já no setor privado, a participação de projetos conjuntos com o setor público é uma nova oportunidade de negócios e avanços tecnológicos para as empresas. Nos bastidores da política mineira, é conversa corrente que o bom relacionamento do governo Zema com o setor produtivo é a principal razão dos bons índices de aprovação e eficiência do governo estadual. Além disso, Flávio Roscoe, como maior representante do setor produtivo mineiro, tem sido o responsável pela união de ações conjuntas do Sistema S, reunindo principalmente Indústria, Comércio e Agricultura. Mesmo focado na melhoria do ambiente de negócios e na Indústria mineira, Roscoe tem sido sondado por lideranças políticas e econômicas para entrar no mundo político, até agora vem resistindo ao assédio.

Os números explicam?

Há 4 meses quando este jornalista participou do encontro da Associação Mineira dos Municípios – AMM na Capital mineira, um dos maiores especialistas em pesquisas políticas do Brasil ministrou palestra no evento. O professor universitário Felipe Nunes, da Quaest pesquisas, passou alguns dados verificados no histórico de décadas de análises das pesquisas e resultados eleitorais no Brasil. No evento foi dito que: “candidatos com avaliação positiva acima de 45% raramente perdem a reeleição”. Também foi dito que “candidatos mal avaliados não melhoram durante a campanha, mesmo com propaganda na TV”. E por fim, o professor Felipe Nunes disse que: “Se a avaliação do candidato é positiva, melhor não forçar apoios políticos na campanha”. Diante destas informações, verificadas ao longo de décadas de campanhas políticas no Brasil, e tendo em vista que o atual vice-prefeito Leonardo Ciacci (PSD) é o candidato oficial do prefeito Vérdi Melo para “dar continuidade a gestão, o que classificaria a eleição de Ciacci como uma espécie de reeleição do governo de Verdi”. E ainda diante das pesquisas positivas de avaliação do governo Verdi Melo no início do ano, é possível dizer que as regras ditas pelo diretor da Quaest pesquisas, até aqui, vem se confirmando! O índice de aprovação do governo Verdi Melo é positivo, de acordo com a pesquisa realizada no início do ano e confirmada em pesquisa de bastidores realizada recentemente. Além disso, temos na disputa eleitoral candidato mal avaliado, (talvez até desconhecido), que não melhorou seu índice de aprovação, mesmo com o programa de rádio e TV nas eleições. E por fim, vale destacar que o grupo político de Verdi Melo e Ciacci tentaram, lá atrás e sem sucesso, contar com o apoio do Partido Progressista e seus líderes, mas não insistiram no apoio diante da recusa do partido. Ninguém dos grupos políticos de Varginha participou da palestra, embora líderes do governo Verdi e até a oposição tenham sido convidados. A depender do resultado final das urnas em Varginha, talvez seja interessante que os políticos locais leiam o livro do professor Felipe Nunes, que vale destacar, nunca esteve em Varginha.

Gestão de novas lideranças

De forma sutil, mas crescente, vemos um movimento de construção de novas lideranças na esquerda de Varginha. Nomes tradicionais da esquerda, como o ex-vereador Rogério Bueno (PV) vem perdendo apoio para novas lideranças como, por exemplo, Margot Sukuri. No início da campanha imaginava-se que os líderes da esquerda fossem concentrar apoio e recursos em Rogério Bueno para garantir a eleição de pelo menos um vereador da esquerda. Rogério Bueno era apontado como o principal nome, acima até do candidato a prefeito Fabiano Almeida, visto como candidato secundário e com chances de sucesso menores que Bueno. Todavia, filiados e novas lideranças dos partidos de esquerda estão silenciosamente optando por nomes alternativos no grupo. Por certo que Bueno não deixará de ser líder na esquerda, mas pode muito bem ter que “dividir o palco” caso novas lideranças ganhem nas urnas a chance de dar novos rumos à esquerda municipal, que vem amargando números eleitorais cada dia menores desde que perdeu o governo municipal.

Renovação tende ser maior no Legislativo que no Executivo

Algumas lideranças municipais nas mais diversas áreas estão conversando com a coluna e destacam que, se os números das pesquisas se confirmarem nas urnas em outubro, a renovação na Câmara tende a ser maior do que na Prefeitura de Varginha. Isso porque o Legislativo com 15 vagas pode ter entre 5 e 8 novos integrantes em 2025 o que mudaria a atuação daquele poder e por certo a forma de fazer política e leis na cidade. Contudo, no caso de confirmação dos números atuais e uma possível eleição de Leonardo Ciacci (PSD) a tendência de mudança nos principais quadros do Executivo será menor para a próxima administração. Isso significa a continuidade de erros e acertos deste atual governo. Todavia, em relação ao primeiro escalão é possível que uma eventual administração Ciacci tenha nomes novos, representando os mesmos grupos políticos e econômicos, o que possibilita alguma novidade, mas nenhuma mudança radical nos atuais trabalhos do governo. Não se sabe se, depois das eleições, uma composição com a oposição estaria nos planos de uma eventual gestão Ciacci em 2025. Isso dependeria muito do quadro de eleitos da Câmara. Ou seja, se o grupo político liderado por Piva (PL) e Fabiano Almeida (PV) elegerem parte significativa da Câmara, isso exigiria que Ciacci negociasse com a oposição para ter maioria no Legislativo, do contrário, não se acredita que haveria composição depois das eleições. Já nos bastidores políticos, há quem diga que, pela própria história política e histórico partidário de Ciacci, o vice-prefeito teria o interesse (oculto) em melhorar sua relação com sua antiga legenda, o PP, ainda mais se vier a vencer as eleições em outubro. A conferir

Dentro do prazo?

A coluna recebeu notícias de que (espera-se que) as três principais obras do governo municipal serão entregues dentro do prazo. Estou me referindo a entrega do novo Mercado do Produtor, Centro de Eventos do Rio Branco e Avenida Sanitária. Para as empresas que tocam as obras o objetivo é terminar logo e receber o contrato, afinal, mudança de governo é sempre um risco, mesmo que exista continuidade, ninguém quer arriscar! Já para o atual governo municipal, a ideia é registrar o “dono da criança”, ou seja, a obra empenhada, construída e paga na gestão de Verdi, não pertencerá a sua carreira política na mente do eleitor se não for inaugurada por ele! Logo, mesmo que as obras não fiquem prontas antes da eleição (como queriam muitos no governo) o importante agora é terminar dentro da gestão Verdi e garantir a foto de entrega e o nome de Verdi na placa de inauguração. A coluna não acredita que vai sair tudo a tempo! Além disso, temos outras obras como o novo Velório Municipal e pequenas obras nos bairros que, mesmo construídas na gestão Verdi, serão mesmo entregues pelo próximo governo, que já pode começar capitalizando frutos políticos de obras que nem se esforçou.

A diáspora e a Nova Varginha?

Com exceção do novo Centro de Eventos do Rio Branco, nenhuma outra grande estrutura pública ou privada está florescendo no centro de Varginha. E isso se deve a estrutura urbana do centro, com ruas e avenidas apertadas, falta de estacionamento e espaços amplos para grandes projetos. De modo geral, vejam que a Prefeitura de Varginha saiu do centro e outras estruturas como o Fórum, empreendimentos como o Shopping e instituições importantes estão procurando áreas afastadas do atual centro urbano de Varginha, mesmo tendo oportunidade de continuar na região. Isso tende a ser intensificado para forçar a cidade a melhorar sua estrutura urbana, já descrita no Plano Diretor. A mais nova novidade é a possibilidade de mudança do Hospital Regional para outra área, próxima a Cidade Universitária do UNIS. O Hospital Regional já possui uma área com cerca de 80 mil metros, 10 vezes maior que os 8 mil metros que ocupa hoje no centro da cidade. E já trabalha no projeto do novo prédio que deve ser concluído em breve. É claro que tal construção ainda vai demandar tempo e muito dinheiro, que a instituição hoje não tem. Mas o projeto de ampliação e mudança do Regional evidencia a diáspora do centro comercial de Varginha. O momento é de planejamento, por parte do governo municipal e instituições como ACIV, Crea, ambientalistas e setor produtivo, para criar agora a Varginha das próximas décadas. Por certo que o atual planejamento, desenho urbano e trânsito da cidade precisam melhorar para permitir o desenvolvimento da cidade. O difícil é fazer com que todos sentem na mesma mesa, e do mesmo lado, para construir a melhor alternativa. Isso deveria ser estimulado pelo Poder Executivo, mas tendo em vista que nenhum dos atuais candidatos a prefeito quer ou está preparado para defender sua proposta de governo, alguns nem mesmo possuem um plano de governo exequível, é bem possível que outra instituição tenha que tomar frente deste necessário planejamento.

Prestação de contas e mudança de vista

Cresce a revolta de candidatos e colegas de partido que tiveram acesso à primeira prestação de contas das doações aos candidatos a vereador na cidade. Os recursos públicos do Fundo Eleitoral e Partidário estão sendo drenados de forma seletiva para candidatos amigos ou de interesse dos caciques políticos de cada legenda. Enquanto alguns poucos candidatos chegaram a ganhar até R$ 80 mil, a grande maioria dos candidatos nada recebeu para a campanha. Já ficou comprovado o desequilíbrio orçamentário na disputa e o fundo partidário que foi criado, justamente para dar igualdade de condições a todos os candidatos, acabou por acentuar a diferença de quem é “amigo do sistema”. Vai demorar para aperfeiçoarmos nossa Democracia como a de outros países e por certo, a classe política brasileira (repleta de interesses próprios) não quer a melhoria do cenário político futuro. Aos políticos de péssima qualidade que temos, que infelizmente é a maioria, interessa que fiquemos na mesmice, patinando sem sair do lugar. A classe política viciada não vai deixar que o Brasil vire uma Venezuela, pois daí essa classe política dominante afundaria junto! Mas os políticos oportunistas que temos não vão permitir que a população desenvolva, tenha educação e discernimento para virarmos uma Suécia, pois para isso teríamos que trocar a maioria da atual classe política!

A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) prorrogou até o dia 4 de outubro o prazo para inscrição das pessoas interessadas em participar do Mutirão Direito a Ter Pai 2024.  A iniciativa extrajudicial é realizada anualmente pela DPMG, com o objetivo de garantir o direito à paternidade/maternidade e fomentar a estruturação da família. 

 

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