Abraçando a causa
No mundo político local existia quem acreditava que, em algum momento, o prefeito Vérdi Melo mudaria de candidato a prefeito. O tempo passou, o ano virou, as eleições chegando e parece que o prefeito realmente escolheu o nome de seu candidato a sucessor. Pelo menos é isso que os muitos vídeos gravados junto do vice Leonardo Ciacci mostram. A dupla está percorrendo a cidade, inaugurando e visitando obras. Verdi tirou suas férias para dar destaque ao vice, e tem dado espaço para que seu colega de chapa tenha notoriedade cada dia maior na gestão. Abraçando a causa e apostando no nome de Ciacci, o prefeito faz um jogo político arriscado. Mas como as apostas arriscadas “pagam mais alto”, se realmente Ciacci for o vencedor das eleições em 2024 e tiver a mesma lealdade de Verdi Melo, a eleição de 2026 para a Assembleia Legislativa, será missão fácil para Verdi. Isso tudo na teoria, claro, pois aqueles que acreditam nas mudanças de rumo político estão sempre ai! Vamos aguardar.
Burocracia e fiscalização
Existem hoje dezenas de obras em andamento na cidade. Muitas dessas obras são grandes, com infinidades de etapas e dependência da meteorologia, outras subcontratações e serviços terceirizados para a conclusão. Além das obras com problemas de empresas que desistiram/abandonaram o contrato ou mesmo licitações que não tiveram concorrentes e por aí vai. Estes processos são comuns no dia-dia da Prefeitura de Varginha. Ainda mais neste momento em que, com dinheiro em caixa, o governo quer “mostram serviço para fazer o sucessor”. Ocorre que nesta luta contra o relógio, visto que a legislação eleitoral limita contratações, inaugurações e muitas outras coisas em ano eleitoral, o governo está sofrendo com a burocracia e a fiscalização necessária das obras e serviços contratados. Não poderia ser pior, pois o mercado local, dependendo da contratação, é limitado. Existem algumas poucas empresas com dois, três ou mais contratos já fechados com o município. A fiscalização das entregas das etapas não está 100% como deveria, o cronograma das obras também não, muitas com atrasos. O planejamento do governo seria entregar boa parte das obras antes das eleições, mas parece que não vão conseguir. Fica a dica para que muito da burocracia no regime de contratação seja simplificado, para que o cronograma de fiscalizações de entregas de produtos e serviços obedeça a critérios técnicos e objetivos. A realidade tem mostrado que o “próprio sistema” está sendo o “maior entrave para os projetos políticos deste governo”. E olha que se a “fiscalização falhar, a eleição não der o resultado esperado e o projeto não sair, muitas outras notícias ruins chegam na sequencia”.
Oposição parada
Depois que o governo conseguiu o voto que faltava para ter maioria no Legislativo municipal, a oposição parece ter adormecido nas atuações políticas. Embora o provável candidato a prefeito Cleiton Oliveira (PV) esteja mais presente em Varginha e a provável vice na oposição, Zilda Silva tenha intensificado sua agenda de eventos na cidade, as articulações políticas da oposição estão paradas. Não se sabe, por exemplo, se algum dos medalhões políticos do governo federal virá a Varginha subir no palanque ou garantir recursos para a oposição. Da mesma forma saber se todos os partidos de oposição vão conseguir caminhar juntos e se o presidente Lula viria subir nos palanques em Minas Gerais? Outro assunto que gera polêmica será saber se o governador Zema terá candidato em Varginha? Quem seria o escolhido? Há quem diga que tanto Zema quanto Lula não teriam candidato oficial em Varginha. Já o Partido Liberal, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve ter candidato a prefeito em Varginha, mas não sabemos se o pré-candidato terá força política para trazer o ex-presidente à cidade.
Articulador do Novo
O Partido Novo em Varginha tem como seu principal articulador na cidade o ex-candidato a deputado e atual sub-secretário Bruno Araújo, que tem boa circulação com o comando do governo Zema e do Partido Novo. Bruno Araújo conversa institucionalmente com o governo e a oposição em Varginha. Mas como articulador do Novo na cidade, Bruno Araújo sabe que tanto governo quanto oposição tem seus problemas crônicos que não serão resolvidos e que não tem aderência ao modo de governo do Novo. O difícil está sendo construir uma terceira via viável na cidade. Principalmente o governo luta para não permitir a criação da terceira via, tentando cooptar o pré-candidato para o lado governista. As negociações estão se afunilando e ainda em março, com o cenário mais claro, as legendas na cidade vão definir com clareza quem realmente será ou não candidato a prefeito e vice em Varginha. Somente depois disso o governador Zema vai definir se terá ou não candidato na cidade. Uma coisa é certa, Zema não subirá em palanque onde estiver o PT.
MGC 491: Muita maquiagem e nenhuma duplicação
A pressão sobre a concessionária que administra a MGC 491 está aumentando cada dia mais depois dos movimentos populares que protestaram contra o alto valor do pedágio proposto. A concessionária já realizou alguns recapeamentos e limpeza da via no trecho mais crítico entre Varginha e a Rodovia Fernão Dias, que recebe grande fluxo de automóveis e caminhões diariamente. Mas até o momento nenhuma palavra sobre a retomada das obras de duplicação da via, aguardada há mais de 4 anos. Vale destacar que a trincheira do pedágio na MGC 491 ficará próxima a ponte do Rio Palmela, a poucos metros da divisa entre Varginha e Três Corações, mas ainda no município vizinho e não em Varginha. Este é o segundo posto de pedágio instalado em Três Corações, visto que já existe outro na Rodovia Fernão Dias. Importante destacar que, no caso do pedágio da MGC 491, boa parte do volume de veículos será vinculada a Varginha, mas como a praça de pedágio ficará no município de Três Corações o valor do imposto municipal arrecadado vai para Três Corações e não para Varginha. Até nisso não tivemos sorte, e nem esforço da classe política local. Afinal, a arrecadação da praça de pedágio da MGC 491 equivale a arrecadação de uma boa empresa e vai crescer cada dia mais.
Balanço do Carnaval
O Carnaval em Minas e em Varginha foi muito bem! Aumentaram os foliões e a segurança foi pontual, sem nenhuma ocorrência grave. Vale ressaltar que tanto em âmbito estadual como municipal, os governos investiram na realização da festa e o comércio arrecadou mais que no ano passado. O diferencial entre Minas e Varginha é que enquanto o Governo de Minas focou os gastos nos dias da festa com apoio a estrutura, segurança e patrocínios pontuais em algumas cidades, em Varginha os gastos se concentraram no pré-carnaval, no Banho da Dorotéia. Visto que em Varginha a população parece querer mais sossego no Carnaval. Mas ainda assim os recursos públicos repassados às escolas e blocos carnavalescos locais garantiram festa de Carnaval na cidade, restrita a algumas áreas. O comércio ambulante e alguns comerciantes que abriram nos dias de festa arrecadaram mais que no ano passado. Há quem diga que os recursos públicos gastos na festa poderiam ser melhor utilizados, mas pelo menos, no quesito segurança não tivemos nenhuma ocorrência grave. A Guarda Municipal e a Polícia Militar estiveram presentes nos pontos de aglomeração e a folia em Varginha agradou quem buscava animação e também quem buscava tranquilidade.
Negociações em andamento
Embora já exista acordo entre PV e PP para construir uma chapa entre as legendas para a disputa da Prefeitura de Varginha neste ano, ainda não se sabe qual nome o Partido Progressista - PP vai dar para a dobradinha. O nome mais cotado é da vereadora Zilda Silva, que tem o apego à causa feminina, realiza um bom trabalho no Legislativo e tem apoio na base partidária. Contudo, a chegada do ex-vereador Zacarias Piva abre a possibilidade de ampla negociação com o Partido Verde – PV. Dizem até que Piva poderia ser candidato a prefeito, o que não se acredita. Mas Piva na vice do PV parece ser o mais aceitável, se a base partidária de ambas as legendas toparem o desafio. Vale destacar que Zilda Silva parece ter mais apoio interno que Piva. Já no campo governista, o pré-candidato Leonardo Ciacci continua sem vice, embora tenha o PTB local com fome de ocupar a vaga. Ciacci conversa com possíveis aliados sabendo que precisa de muito apoio pois uma terceira via tem chance de tomar votos do governo e da oposição. Além disso, Ciacci sabe que será mais cobrado que as gestões anteriores e precisa de um amplo arco de alianças para ter chance de ganhar e governar. Já no MDB, único partido fora do eixo governo-oposição, que já informou que terá candidato próprio, o movimento é de espera. Stefano Gazzola já conversou com lideranças do Governo de Minas e troca afagos com o Partido Novo e Solidariedade. Além disso, Gazola também tem boa interlocução com o PSD. Gazola também tem contatos com o PV de Cleiton Oliveira e o PL de Ciacci, mas as conversas com estas legendas giram em torno de possibilidades (e vaidades) difíceis de serem contornadas. Gazola tem se reunido com populares e líderes classistas e do setor produtivo local. Enquanto os políticos do eixo governo e oposição miram em construir um arco de forças políticas. Gazola está focado em construir um plano de desenvolvimento para governar Varginha, ouvindo quem trabalha, gera empregos e paga impostos.
Milícia digital seletiva
Os três principais portais de notícias de Varginha já sofreram com ataques digitais de hackers, todos tiveram que refazer o portal, reconfigurar o sistema e investir em segurança digital. Vale pontuar que estes portais são visitados diariamente por milhares de pessoas, principalmente as matérias que debatem política. Há portais locais com mais de 700 mil acessos por mês em Varginha, uma das páginas mais atacadas é a que divulga semanalmente esta coluna. Parece que as milícias digitais estão seletivas nos conteúdos que desejam derrubar. Ou seja, percebe-se que tais ataques têm propósito eleitoral e não estão sendo alcançados pela Justiça. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral são meros espectadores da farra e terra de ninguém que se tornou o mundo digital. Não se acredita que a Justiça Eleitoral e o Ministério Público estão preparados para coibir os muitos crimes que já acontecem no mundo digital. E a expectativa é que esta onda de milicianos digitais, muitos financiados por grupos políticos, vão atuar com mais intensidade com a proximidade das eleições. Isso é uma vergonha para a Justiça Eleitoral brasileira que se gaba por rapidez nas apurações eleitorais, mas está com sua credibilidade e transparência completamente comprometida junto a população brasileira. Em Varginha sabemos de dezenas de portais, redes sociais e banco de dados digitais disponíveis e operados por empresas, partidos e pessoas da sociedade de forma irregular, sem o menor controle das autoridades e parece que isso não vai mudar. Pelo menos não se tem atuação de quem deveria fiscalizar.
Janeiro mantém saldo positivo em abertura de empresas em Minas
Confirmando a tendência verificada ao longo de 2023, Minas Gerais iniciou o ano de 2024 com expansão no número de empresas abertas no estado. Foram 7.776 novos negócios constituídos no primeiro mês do ano contra 7.297 no mesmo mês do ano passado. A alta é de 6,56%. Os dados são do relatório mensal de registros mercantis da Junta Comercial de Minas Gerais – Jucemg, divulgado na semana passada. “Estamos no caminho certo ao destravar o ambiente de negócios e facilitar a instalação de novos negócios em Minas Gerais. O empreendedorismo está em alta em Minas, com resultados positivos a cada mês, como atestam os números da Jucemg”, comenta a presidente da Jucemg, Patricia Vinte Di Iório. A Jucemg é a autarquia responsável pelos registros mercantis como abertura, alterações e encerramentos empresariais. A alta na abertura de empresas em janeiro/24 confirma a tendência apontada no ano passado, quando Minas Gerais encerrou o exercício anual com aumento de 10,54% no número de novos empreendimentos na comparação com 2022. Foram 85.904 novos negócios abertos em 2023 contra 77.716 do ano anterior, ritmo de 235 novas constituições empresariais por dia. Em relação aos encerramentos, janeiro deste ano totalizou 4.710 baixas contra 4.218 baixas de janeiro do ano passado (alta de 11,66%), resultando em saldo positivo de 3.066 empresas. O balanço da Jucemg considera empresas de qualquer porte, com exceção dos microempreendedores individuais (MEIs), cujas inscrições são realizadas diretamente no Portal do Empreendedor, do Governo Federal, sem passar pelas juntas comerciais estaduais.