Prefeito Verdi visita a Câmara: Falas, percepções e reflexos
A coluna continua comentando nesta semana sobre a visita que o prefeito de Varginha, Vérdi Melo fez à Câmara Municipal, oportunidade em que fez um balanço sobre o governo, suas obras e realizações. A visita ocorreu no dia 04 de setembro, porém gerou desdobramentos que ainda movimentam o mundo político local. Uma das grandes obras em andamento nesta gestão, o novo Mercado do Produtor, também foi lembrado pelo prefeito na prestação de contas da Câmara. A princípio a magnitude do projeto encantou e assustou muita gente. Encantou pela beleza e modernidade e assustou pelo custo da obra, que será construída pela empreiteira do médico João Carlos Ottoni Adell. Poucas pessoas do mundo político sabiam que o médico e administrador do Hospital Regional também atuava na área da construção civil. Segundo o prefeito, o valor oferecido pela empresa de Ottoni Adell seria quase R$ 2 milhões mais barato que a proposta do segundo colocado na licitação. Verdi Melo citou muitas obras de seu governo, mas também lembrou de obras herdadas de gestões passadas, como o ginásio do Melãozinho (que foi demolido) e o Memorial do ET, que foi entregue à sociedade neste governo. O deputado federal Dimas Fabiano foi citado em diversos momentos na fala de Verdi, por tratar-se de um dos deputados que mais recursos destinou a Varginha em áreas como esporte, saúde e educação. O prefeito sabe que sua briga com Dimas Fabiano não pode ser encerrada neste momento, mas parece que tem plena ciência que ampliar o atrito com o parlamentar é prejudicial para o chefe do Executivo local. Verdi Melo não perdeu a chance de, ao final, “beliscar a oposição que enfrenta no Legislativo, dizendo que “tem 30 projetos importantes engavetados para votação na Câmara”. Prontamente o vereador Dandan rechaçou a fala destacando que muitos projetos parados devem-se ao atraso ou não envio de documentação por parte da Prefeitura. Depois disso seguiu-se cobranças de Carlinhos da Padaria por uma CEMEI no Sion, e bajulações ao prefeito por parte de Marquinhos da Cooperativa e Joãozinho Enfermeiro. Terminada sua fala na tribuna, o microfone foi cortado, não se ouvindo os aplausos da grande “torcida paga formada por secretários e cargos de confiança na Câmara”, mas os assessores diretos de Verdi avaliaram que ele “falou bem”.
Vereadores manifestam sobre a fala do prefeito em visita a Câmara
Era esperado que os vereadores da base aliada se manifestassem após a fala do prefeito na Câmara. O primeiro deles foi o vereador Dudu Ottoni (PTB), que enalteceu a atuação do governo e pediu a votação de matérias importantes do governo que tramitam atualmente no Legislativo municipal. O governo vem tendo dificuldades para pautar e votar matérias de interessa no Legislativo. Dudu Ottoni é um aliado do governo que já esteve na presidência da Câmara e conhece seu funcionamento. Seu apoio ao governo tem sido importante. Todavia, há quem diga que Ottoni espera integrar a chapa majoritária governista (talvez como candidato a vice), ou então receber o apoio do governo (se fizer o sucessor em 2024) para voltar a presidir a Câmara. Será? A bancada de oposição também marcou presença na visita do prefeito à Câmara. Afinal, não poderiam deixar Verdi falar o que quiser sem um contraditório para pontuar os “equívocos”! Rodrigo Naves questionou o governo sobre as carências da biblioteca pública e sua eventual mudança para o centro de eventos que está sendo construído no Rio Branco. O governo não confirmou a mudança da biblioteca nem determinou prazo certo para a conclusão da obra do Rio Branco. Rodrigo Naves também disse que faltam médicos na rede pública municipal de saúde (UPA, UBSs e PSFs). Rodrigo Naves também questionou Verdi sobre a conclusão do Parque Padre Vítor (Parque dos Dinossauros), obra iniciada há mais de uma década e ainda não entregue à sociedade. Lembraram também da necessidade de obras no Parque São Francisco, que possui enorme área urbana e já foi alvo de vandalismo e queimadas. Os vereadores também cobraram a necessidade de melhoria da coleta seletiva que ainda despeja muito material orgânico no aterro sanitário. Aliás, a coleta seletiva de Varginha ainda não consegue índices satisfatórios de reaproveitamento do resíduo sólido e pouco alivia as muitas toneladas que são jogadas diariamente no aterro sanitário. Depois da visita os vereadores da oposição debateram sobre o encontro e reportaram os acontecimentos ao deputado federal Dimas Fabiano (PP). A visita do prefeito à Câmara foi uma clara tentativa de conseguir maioria no Legislativo, bem como mostrar as realizações do governo e tentar “levantar a bola do moribundo vice e candidato oficial”. A conferir se vai dar certo!
Falta de planejamento e investimento
As duas principais estatais mineiras Cemig e Copasa provaram a falta de sintonia e planejamento na atuação em Varginha no último dia 12 de setembro, (terça-feira). Cerca de 70 bairros de Varginha ficaram sem abastecimento de água e muitos ficaram sem energia devido a problemas na rede da Cemig. O fornecimento de água foi restabelecido durante a tarde e noite da terça-feira, depois que a energia voltou, mas muitas empresas tiveram prejuízo em razão da falta de água e energia. Há rumores que um incêndio teria atingido a rede da Cemig, que precisou interromper o fornecimento de energia. Afinal, não há como prever incêndios ou mesmo curtos na rede elétrica. Contudo, a Copasa que fornece um bem essencial como a água a milhares de residências, empresas e hospitais onde este insumo é fundamental deveria ter preocupação e prevenção para casos de falta de energia. Assim sendo, não se sabe porque uma empresa do porte da Copasa não possui um simples gerador de energia, a exemplo dos que existem hoje em hospitais e muitas empresas (responsáveis) em Varginha? Porque a Copasa, que fatura milhões em Varginha, não compra um gerador (custo médio de R$ 100 mil) para evitar interrupções no fornecimento? Porque não é cobrado, por parte da Prefeitura ou Câmara, que a empresa adote esta proteção e garantia aos usuários? Será que a Copasa vai pagar os prejuízos das empresas e famílias que tiveram prejuízos pela falta de água na tarde e noite de terça?
Governo Estadual assina contrato da concessão da MGC 491. Resta saber quando a duplicação será retomada?
O Governo de Minas assinou na segunda-feira (11/9) o contrato de concessão da rodovia MGC 491, com estradas do trecho Varginha-Furnas. Com um total de 432,8 quilômetros, os trechos estão localizados entre São Sebastião do Paraíso e Três Corações, e englobam 22 cidades. O trecho demandará investimentos estimados em R$ 2,6 bilhões ao longo da vigência do contrato de 30 anos, sendo R$ 1,3 bilhão nos oito primeiros anos, incluindo trechos de duplicação. A expectativa é que os recursos ampliem a segurança e o conforto nas vias, com a inclusão de serviços para os usuários, como socorro mecânico, atendimento médico, combate a incêndios e apreensão de animais. A concessionária – que recebe o nome de EPR Vias do Café - ficará responsável pelos serviços de operação, manutenção e conservação dos segmentos ao longo dos 30 anos de contrato. A empresa realizará a duplicação de trecho de aproximadamente 8 quilômetros da MGC-491, entre Varginha e Três Corações, a implantação de cerca de 30 quilômetros de faixas adicionais e de 236 quilômetros de acostamentos, além da execução de diversos dispositivos nas interseções rodoviárias. O corredor Varginhas-Furnas é um eixo vital de mobilidade para Minas Gerais. Ele interconecta 22 municípios em uma região proeminente do estado, próspera na produção agropecuária, especialmente café e outros grãos. Nada foi falado sobre o alto valor proposto de pedágio de R$ 13,00 (treze reais) que vem sendo questionado por lideranças da região, por ser muito caro. Nem mesmo foi informado se a cobrança vai começar antes da conclusão de obras emergenciais como a duplicação do trecho Varginha – Rodovia Fernão Dias.
Resíduos de obras viárias são reutilizados na melhoria de estradas
O material resultante dos processos de fresagem das obras de recuperação funcional das rodovias estaduais têm recebido uma nova destinação no estado, em um projeto do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). O insumo está sendo reutilizado para melhorar as condições de tráfego das estradas não pavimentadas (rurais) do estado. A medida, além de evitar a criação de um passivo ambiental, gera economia aos cofres públicos. A fresa, como é chamado o resíduo, tem substituído, em muitos casos, o cascalho extraído de jazidas para melhorar as estradas de terra. O benefício já é percebido no escoamento da produção agrícola e leiteira de muitas regiões de Minas, além de melhorar a qualidade de vida de quem utiliza esses trechos no dia a dia. O material também é usado nos acessos para as rodovias. Conhecida como limpa-rodas, a fresa é aplicada nas entradas e saídas para comunidades, povoados e distritos contíguos às rodovias estaduais. O material de fresagem não é destinado apenas à manutenção e conservação da rede não pavimentada sob responsabilidade do DER-MG. O insumo extraído das obras de recuperação funcional na região de Manhumirim, por exemplo, foi doado a algumas prefeituras da região. Um dos municípios beneficiados foi Carangola, na Zona da Mata. O material fresado das obras de restauração realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em rodovias federais também é reaproveitado em estradas estaduais. É o caso da recuperação da BR-251, no Norte de Minas, cujos resíduos foram destinados à regularização do bordo da pista da LMG-626, no trecho entre o entroncamento da BR-251 e o município de Curral de Dentro.
Resíduos de obras viárias são reutilizados na melhoria de estradas - 02
Varginha vem realizando recapeamento de centenas de vias públicas urbanas onde é realizado o processo de fresagem, com geração de resíduo, bem como é sede se uma Coordenadoria do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais – DEER/MG, que realiza a fresagem em diversas estradas da região. Mas não se tem notícia da construção de parcerias entre a Prefeitura de Varginha e o DEER/MG ou mesmo o DNEER para aproveitamento do material inerte da fresagem para cobertura das estradas da zona rural de Varginha. Aliás, muitos trechos das estradas rurais que cortam Varginha estão com problemas e podem piorar devido às chuvas e alta circulação de veículos pesados de caminhões e ônibus devido ao cultivo/colheita do café bem como o transporte coletivo rural e escolar. Será que falta iniciativa da Prefeitura de Varginha para procurar parcerias inteligentes e que reduzam custos ao governo? Será que falta iniciativa do DEER/MG que tem sido péssimo na conservação mínima, por exemplo, de rodovias como a MGC 491? Ou serão as duas alternativas juntas? Será que o prefeito Vérdi Melo e o presidente do DEER/MG Rodrigo Tavares sabem da inércia de seus subordinados?
Contas aprovadas
Foi publicado no Diário Oficial do Município a Resolução nº 15/2023 que trata da aprovação da prestação de contas do Município de Varginha, gestão Verdi Lúcio Melo, referente ao exercício do ano de 2021. A resolução é assinada pelo presidente da Câmara, Apoliano de Jesus Rios, após a votação da mesma no plenário do Legislativo municipal. A aprovação de contas do município, referente ao ano de 2021, é um grande ganho político para o governo Verdi Melo. Mesmo sendo uma aprovação parcial de apenas 1 dos 4 anos da gestão municipal, mas mostra que, o Legislativo local (onde encontra-se a maioria da oposição política do governo) não encontrou irregularidades na gestão municipal do ano de 2021. Por certo que tal aprovação será usada politicamente nas eleições municipais de 2024. Por esta razão, tem-se que a aprovação de contas pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais tem mais “peso técnico e até político”, por ser aquela corte de contas mais distante e imparcial que o Legislativo local, onde é muito comum o Executivo ter maior proximidade e influência.
Liderança reconhecida
O empresário André Yuki, diretor do Restaurante Água Doce, vem realizando diversas ações em defesa do comércio local, principalmente o setor de bares e restaurantes. Yuki é presidente da regional Sul de Minas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) que representa milhares de empresas do setor de serviços que empregam milhares de pessoas e geram milhões em impostos ao Poder Público. Contudo, o setor de serviços e comércio em geral foi o que mais sofreu e ainda sofre com os efeitos da pandemia, principalmente bares e restaurantes. André Yuki vem percorrendo Varginha e o Sul de Minas identificando problemas, defendendo empresas e construindo projetos e parcerias com governos e instituições para melhorar o ambiente de negócios em Varginha e região. O empresário também faz parte da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Varginha – ACIV, que passa por momentos difíceis. Enquanto o comércio cresceu nos últimos anos em Varginha, a ACIV reduziu o número de associados e não tem recursos para realizar projetos importantes do setor. Empresário conhecido e reconhecido pelo comércio em Varginha, André Yuki será peça fundamental para a retomada do desenvolvimento do comércio em Varginha, por meio da transformação e fortalecimento da ACIV. Não será tarefa fácil, a entidade caminha para eleições internas no final deste ano e precisa saber escolher um projeto de futuro.