Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Dança das cadeiras; Transformação profunda; Verdade a ser dita; O império contra-ataca; Deficitária e pendente de melhorias
11/01/2023


Dança das cadeiras 

Conforme a coluna anunciou em primeira mão, o prefeito Vérdi Melo promoveu importantes mudanças no governo no final do ano e algumas ainda estão em andamento. A reestruturação ocorreu por conta do resultado das eleições de outubro (deputados e governo de Minas e federal) e principalmente por conta do resultado das eleições da mesa da Câmara de Vereadores em Varginha. Parece que os candidatos de Verdi não foram bem-sucedidos nas disputas. Em outubro, Honorinho e Stefano Gazzola perderam as eleições para deputado estadual e federal. Na sequência, em novembro, Lula (PT) ganhou de Bolsonaro (PL), que foi apoiado por Verdi. Em dezembro, na disputa pela presidência da Câmara, o candidato governista perdeu novamente. A Mesa Diretora do biênio 2023/2024 eleita foi composta pelos seguintes vereadores: Apoliano do Projeto Dom (Presidente), Carlinho da Padaria (Vice-Presidente) e Reginaldo Tristão (Secretário) o grupo foi apoiado pela ex-presidente Zilda Silva (PP) que fez seu sucessor. Entre as funções da Mesa está a presidir as reuniões plenárias, dirigir os trabalhos legislativos e tomar providências necessárias à sua regularidade, orientar os serviços administrativos da Câmara, autorizar despesas dentro da previsão orçamentária, além de definir a pauta de votações, entre outras atribuições. O governo Verdi Melo fazia torcida para que a presidência do Legislativo ficasse com o PTB, mas foi derrotado pelos vereadores do Partido Progressista, liderados pelo deputado federal Dimas Fabiano, que aparentemente estaria com a relação “abalada” com o governo municipal. 

Dança das cadeiras – 02 

A primeira mudança foi a saída do empresário Barry Charles Sobrinho, que era Secretário Municipal de Turismo. Embora tenha construído boa relação com o prefeito, Barry Charles era indicação do grupo político liderado pelo deputado federal Dimas Fabiano. O ex-secretário retornou para sua vida empresarial, mas continua sendo amigo e conselheiro do prefeito nos assuntos referentes à pasta. Ainda não foi definido um substituto para Barry, mas é certo que a vaga será usada para fortalecer o grupo político do prefeito, que precisa ampliar os apoios. Quem assumir a pasta do Turismo terá o desafio de promover o setor no pós-pandemia e integrar Varginha nos projetos regionais de expansão do Turismo, além de dar continuidade nas melhorias do Aeroporto com a conquista de novas linhas aéreas para a cidade. A segunda mudança no governo foi a saída de Joadilson Ferreira da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, após iniciar importante trabalho com a implantação do polêmico aterro sanitário com a Copasa, bem como iniciar a coleta seletiva. A pasta é complexa e sempre enfrentou grandes desafios, contudo Joadilson, com seu perfil discreto e direto conseguiu diversos avanços no setor. A Secretaria de Meio Ambiente será agora ocupada pelo ex-vereador e advogado Cláudio Abreu. Defensor da causa animal e do Meio Ambiente, Cláudio Abreu assume a secretaria a convite do prefeito e reforça o grupo político de Verdi Melo. Os maiores desafios de Abreu serão as tratativas com a Copasa para cumprimento do cronograma de obras e investimentos locais, bem como a melhoria da coleta seletiva que não atinge toda a cidade. Além disso, será necessário fazer campanhas educativas para criar novos hábitos socioambientais na população, como separação do lixo e consumo responsável. Cláudio Abreu foi um vereador radical em alguns temas, será que agora, no Executivo, saberá ter a paciência e serenidade para reduzir e não aumentar os problemas e adversários do governo? A conferir 

Dança das cadeiras – 03 

A terceira mudança significativa no primeiro escalão foi a saída do médico e advogado Armando Fortunato da pasta da Saúde. O médico entrou na Secretaria Municipal de Saúde no meio da pandemia do Covid-19, tendo realizado bom trabalho e conseguindo novos investimentos e obras na pasta. Armando Fortunato foi indicação do grupo político liderado pelo deputado federal Diego Andrade (PSD), que também é visto como o padrinho político do novo secretário de Saúde, o médico Adrian Bueno. Tanto Fortunato quanto Bueno, além de médicos, são lideranças políticas locais e farão a manutenção do apoio de Diego Andrade ao governo municipal. Não se sabe se o PSD ficará no governo até o final, mas pelo visto, as relações do governo municipal com o PSD estão melhores que com o Partido Progressista – PP. Os maiores desafios de Adrian Bueno, à frente Secretaria Municipal de Saúde, serão a conclusão e funcionamento do Hospital da Criança, bem como administrar as necessidades financeiras do Hospital Bom Pastor, de propriedade do Município, e o Hospital Regional (sem dono). Embora a Secretaria Municipal de Saúde seja o maior orçamento do município, seus gastos crescem a cada ano, e a reclamação contumaz na saúde de que há uma "supervalorização dos médicos em detrimento de outras categorias e investimentos”. Não por acaso os últimos secretários municipais de Saúde eram todos médicos, o que explicaria uma eventual “priorização nos interesses próprios da categoria”. Será que Bueno conseguirá conter os “excessos, faltas e ganância da classe que representa”?  

Transformação profunda 

As três mudanças no primeiro escalão foram as mais profundas e politicamente significativas desde o início deste governo Verdi Melo. Além disso, diversas outras funções e cargos foram mudados também em outras secretarias, como na Semel (Esportes) entre outras. Nos bastidores, comenta-se que o que motivou as principais mudanças teria sido o distanciamento entre o governo municipal e o grupo político do deputado federal Dimas Fabiano. O governo não comenta as questões políticas, mas fontes da coluna no governo informam que a derrota do candidato de Verdi nas eleições da Câmara teria sido a “gota d 'água na relação entre o governo e o parlamentar federal”. O próprio vice-prefeito, Leonardo Ciacci, que é do PP, mesma legenda de Dimas, estaria sendo “esvaziado de seu poder no governo”. A especulação é de que o principal articulador político de Verdi, o secretário de Administração, Carlos Honório Ottoni Júnior (Honorinho), estaria comandando a “retaliação ao grupo de Dimas e buscando substituir nomes indicados pelo parlamentar para fortalecer outros grupos que estariam com o governo”. Honorinho perdeu as eleições para deputado estadual e fortaleceu o grupo da deputada federal Greyce Elias, o que teria o objetivo de tirar votos de Dimas Fabiano na cidade. Ou seja, o desgaste político entre o governo Verdi e Dimas Fabiano já teria começado a mais tempo depois da briga entre Honorinho e o grupo do parlamentar. Ainda tem muita coisa por vir no desgaste político agravado pela eleição da nova mesa diretora da Câmara, mas uma coisa é certa, Verdi Melo precisa conversar mais com seus conselheiros políticos mais serenos como Antônio Silva e Stefano Gazzola entre outros. Ocorre que a vitória de Apoliano do Projeto Dom para a presidência da Câmara só mostra que Dimas Fabiano e seu grupo tem força e unidade, o que já ficou demonstrado quando da reeleição do deputado.  

Verdade a ser dita 

Em que pese os diversos atritos entre o grupo político do Partido Progressista – PP, liderados por Dimas Fabiano, e o governo Verdi Melo e seus principais integrantes, é fato que o PP foi base fundamental para muitas vitórias deste governo e o eventual distanciamento neste momento entre PP e governo Verdi Melo pode significar mais perdas para o governo que para o PP. Os conselheiros moderados do governo precisam entrar em ação para “apagar logo este incêndio” para impedir que o rompimento ocorra. Por certo que Honorinho vai jogar “lenha na fogueira, pois sempre viu no PP e seus integrantes um obstáculo para chegar ao poder”. O aumento da tensão entre o governo e o comando do Legislativo municipal é o cumprimento da informação dada pela coluna quando da vitória de Verdi, de que o maior problema do governo eleito seria manter a unidade de sua base. Por outro lado, o PP nunca escondeu que deseja voltar ao comando da cidade. O problema é que o vice-prefeito de Varginha filiado ao PP, Leonardo Ciacci, passou “tanto tempo sendo apenas vice subserviente que perdeu para a vereadora Zilda Silva a liderança política da legenda na cidade”. Zilda Silva e Apoliano do Projeto Dom serão os principais interlocutores de Dimas Fabiano nos próximos anos, deixando Ciacci “à deriva, pois o vice não teria a confiança da legenda e nem do governo” e pode ainda perder a prioridade numa eventual futura candidatura majoritária do PP em 2024. Vale destacar que o governo tem muito recurso e vem trabalhando bem, todavia isso não basta para garantir que o prefeito Vérdi Melo faça seu sucessor.  

Verdade a ser dita – 02 

Outra verdade a ser dita é que é real o risco de uma alternância política de poder ao final do governo Verdi, visto que nomes como Rogério Bueno (PSB) e o deputado reeleito Professor Cleiton Oliveira (PSB) estão fortalecidos com a vitória da esquerda para o Governo Federal. Além disso, as intrigas construídas entre membros do Legislativo e Executivo municipal mostram que a base do governo não deve caminhar unida para as eleições de 2024. Partidos importantes como PP e PSD manifestam, nos bastidores, que desejam lançar candidatos. Já outras legendas como MDB, PSDB entre outros estão soltos politicamente, o que representa um risco para o atual grupo político dominante que vai precisar de muito apoio para se manter após a gestão Verdi. A oposição que terá PSB, PT e PSDB como possíveis candidatos em 2024 acompanha de perto a fragmentação da base governista de Verdi Melo, esperando para ver “quem deixa o governo para aproveitar em sua composição para 2024”. A coluna ousa dizer que mais importante que a escolha do nome que Verdi fará para tentar sucedê-lo, será a finalização com sucesso destes dois anos que lhe faltam de governo. A atual gestão tem recursos, mas pode perder força política de dividir sua base neste momento. 

O império contra-ataca 

Depois que o Partido Progressista impôs a derrota ao candidato do governo na eleição da mesa diretora da Câmara, o grupo governista alinhado ao secretário municipal de Administração reuniu-se com o prefeito Vérdi Melo. O objetivo foi consolidar o grupo de vereadores e “carimbar conquistas e solicitações para tais edis”. Entre os pedidos que foram aprovados pelo prefeito está o congelamento do IPTU, melhorias aos servidores, entre outras solicitações. A união dos vereadores liderados por Dudu Ottoni no envio das solicitações fortalece os pedidos do grupo e contribui para o fortalecimento dos vereadores em suas bases eleitorais. A articulação da administração, nos bastidores, visa fortalecer os “edis da base governista” em detrimento dos demais, fortalecendo a reeleição em 2024 dos parlamentares governistas que já é uma preocupação para muitos no Legislativo. Muitos outros pedidos ainda estão em análise pelo Executivo, tais como redução da Taxa de Iluminação Pública para o Setor Produtivo, aumento do Tíquete Alimentação para os servidores, modelo de gestão para o Hospital da Criança (que vai abrir cargos de confiança para preenchimento), mutirão de Cirurgias, Instalação de Câmeras de Segurança para a área Rural e melhorias na Coleta Seletiva. Todas as propostas fortalecem os vereadores solicitantes em suas bases e mostram poder do grupo político liderado pelo PTB, em especial o vereador Dudu Ottoni e o secretário Honorinho, ambos do PTB. Vale destacar que o PTB atua para lançar candidato a prefeito em 2024, e segundo fontes da coluna, a legenda espera conseguir o apoio do atual prefeito, o que não será tarefa fácil. Afinal, quando Verdi Melo definir quem será o nome que disputará em 2024, será esvaziado do poder e terá colocado fim antecipado em seu governo que mal chegou à metade e já vive angústias e disputas de final de gestão.  

Deficitária e pendente de melhorias, Área Azul tem preço reajustado pela Prefeitura de Varginha 

A Prefeitura de Varginha publicou no dia 01 de janeiro o Decreto 11.399, que altera o valor da tarifa cobrada pelo estacionamento Rotativo “ÁREA AZUL”. A partir do dia 01 de janeiro de 2023, os valores das tarifas cobradas pelos estacionamentos em áreas especiais, “ÁREA AZUL”, serão de R$ 2,00 pelo período máximo e improrrogável de uma hora na mesma vaga, e R$ 4,00 pelo período máximo e improrrogável de duas horas na mesma vaga. Para os veículos ciclomotores (motonetas, motocicletas), não será cobrado o estacionamento, em caráter provisório, até que seja concluído o processo de modernização do sistema. A reclamação majoritária sobre a Área Azul é que falta fiscalização e pontos de vendas dos tickets de estacionamento. Além disso, há “controvérsias jurídicas” sobre a responsabilidade do município em casos de roubos ou danos a veículos para usuários que pagam a taxa de estacionamento. Há casos de contribuintes que pagaram o estacionamento na Área Azul e tiveram o veículo danificado e não foram ressarcidos pelo município.  

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