Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Nome de grife; Aumento de arrecadação; História empresarial e de Jornalismo; Vacinação
29/07/2021


Nome de grife 

Em tempos de Olimpíadas de Tóquio, o diário oficial de 15 de julho de 2021 trouxe uma curiosa publicação para um dos muitos cargos de comissão na Prefeitura de Varginha. Foi nomeado para o cargo de comissão de Supervisor do Serviço de Administração do Centro de Artes e Esportes Unificados – CEU CPC2, junto a Secretaria Municipal de Esportes o atleta Marcelo Alcântara Ribas. O conhecido atleta de Varginha é pai e treinador da também atleta Amanda Ribas, lutadora de MMA que tem disputado importantes competições mundiais representando o Brasil. Marcelo Ribas é mais uma nomeação meritória, que vem também com o “condão político” na medida em que, além de agregar questão técnica, naturalmente, traz apoio de boa parte de esportistas e admiradores do esporte, além de certamente contar com o apoio da reconhecida atleta e sua filha Amanda Ribas uma ótima cabo eleitoral. 

Aumento de arrecadação 

A Compensação Financeira pela Exploração Mineral – CFEM tem crescido grandemente em Minas Gerais. A CFEM é um dos principais impostos de Minas Gerais na medida em que envolve o setor de mineração, tão importante no Estado. Empresas como a Mineradora Vale S/A, líder do setor no Brasil está dobrando seus lucros e também pagando mais impostos. Isso deve-se, em Minas, também ao destravamento e liberação de atuação da empresa em diversas áreas como Mariana e ao acordo da Vale no caso Brumadinho. Se Minas Gerais deve muito a mineração por conta de seus altos impostos, também a mineração deve muito a Minas porque o mundo tem demandado cada dia mais minério e levado as empresas do setor a lucros estratosféricos. O aumento da CFEM, bem como de outros impostos no estado também pode ser creditado a desburocratização da máquina pública implantada pelo governador Romeu Zema. Oriundo do setor privado, Zema sabe bem o quanto é difícil empreender num Estado burocrático. E Minas tem se destacado no empreendedorismo e produção. Varginha também lucra com a CFEM, pois empresas locais ligadas a mineração como britadoras, areais etc, também pagam tal imposto e parte desta arrecadação retorna ao município. No acordo judicial da Vale S/A, que vai pagar R$ 1.5 bilhões aos municípios mineiros, Varginha vai receber R$ 7 milhões que chegam em boa hora, pois além de começar a ser pago em 2021, o recurso não vem carimbado previamente para gasto em área específica. Ou seja, o prefeito poderá gastar o recurso onde bem entender! 

História empresarial e de Jornalismo 

Neste mês de julho a Rádio Clube de Varginha comemorou 80 anos de história! A rádio por onde passou ícones do radialismo regional e contou a história e crescimento de Varginha, testemunhou muitas transformações na vida do brasileiro e principalmente do varginhense. Mesmo na imprensa onde as transformações digitais mudaram o quadro das empresas geradoras de conteúdo e atualmente grandes plataformas multinacionais dominam o mercado, o trabalho de empresas como a Rádio Clube são ainda muito importantes e insubstituíveis. Se um Google pode contar a história do mundo atual, empresas como a Rádio Clube contam a história de Varginha, formou boa parte dos grandes radialistas da cidade. Em nome do saudoso radialista Carlos Costa Filho, que também passou pela Rádio Clube a coluna saúda e parabeniza a empresa e os muitos líderes que passaram pela Rádio. 

O disputado curso de Medicina 

O vereador Dr. Guedes, com apoio dos demais edis de Varginha, questionou a unidade de Varginha da Universidade de Alfenas – Unifal, sobre a possibilidade da Unifal trazer para nossa cidade o curso de Medicina. O curso já cobiçado pela Unifenas e UNIS ainda não é realidade em Varginha, embora tenha sido perseguido por muitas instituições de ensino na cidade. Mais que uma condição de destaque educacional, o curso de Medicina em Varginha traria ao município diversos investimentos e conhecimento tecnológico que muito acrescentariam a rede de saúde local. Sem falar no incremento econômico pela chegada de estudantes com alto poder aquisitivo. O município também seria beneficiado com o trabalho de residência de centenas de médicos e estudantes que atuariam no eventual curso. Claro que a concretização de tal curso de Medicina em Varginha depende muito mais de investimento privado que de política, contudo, pelo que dizem nos bastidores, Varginha ainda não tem seu curso de Medicina, em partes, por conta de “política mal feita no passado”.  

Vacinação 

A vacinação em Varginha contra a Covid-19 tem recebido toda a atenção e esforços do governo municipal, mesmo que a desinformação e, por vezes a falta da vacina atrasem o processo. Existem na cidade pessoas que ainda não foram tomar a segunda dose e também “ignorantes que pregam a não vacinação, com teorias conspiratórias apocalípticas”. Até mesmo a vacinação da gripe foi afetada pelos trabalhos da vacinação contra a Covid-19, o que deve confundir a cabeça do cidadão, já assustado com as mortes da doença na cidade. De acordo com o cronograma da Superintendência Municipal de Saúde de Varginha, todas as 103.541 pessoas acima de 18 anos residentes em Varginha devem ser vacinadas, pelo menos com a primeira dose, até final de setembro. Este cronograma otimista não conta com o possível atraso da entrega da vacina por parte dos fornecedores e dos governos federal e estadual, que controlam o processo no Brasil. No serviço público, por exemplo, a percepção é de que o total retorno presencial ao trabalho somente deve ocorrer em 2022. Diversos setores do Judiciário e Legislativo estão em “home office” a mais de um ano e o retorno vai custar a acontecer. De qualquer forma, a estratégia do governo municipal em criar a Superintendência de Saúde, mantendo o trabalho exitoso do médico Luís Carlos Coelho e abrindo espaço político para o médico Armando Fortunato na Secretaria Municipal de Saúde parece ter sido eficiente. Em Varginha cerca de 33.500 pessoas já tomaram as duas doses da vacina e estão protegidos do novo coronavírus, o que é uma boa notícia para a saúde e economia local. A articulação permitiu que a atuação municipal contra o Covid-19 não perdesse o ritmo e que as novas conquistas da saúde não se perdessem entre as ações da pandemia. Armando Fortunato já chegou usando os esforços de seu “padrinho político e deputado federal Diego Andrade” para trazer à cidade R$ 5 milhões em recursos para o Hospital Bom Pastor. O recurso contou com o apoio de vários políticos como do senador Rodrigo Pacheco, contudo, foi Diego Andrade e Armando Fortunato quem “registraram e faturaram politicamente o ganho”. 

Philips e a iluminação pública 

A instalação das 18 mil luminárias de Led, em substituição as tradicionais lâmpadas de vapor de sódio, na iluminação pública de Varginha tem particular participação da Philips de Varginha. A empresa instalada na cidade foi quem produziu e vendeu a preços menores ao município a iluminação. A Philips/Walita é uma das principais Indústrias da cidade e tem sido parceira do município em diversas ações. A direção da empresa já visitou o prefeito em algumas ocasiões para planejamento deste tipo de ação. A relação entre empresários e poder público precisar ser marcada pela transparência e retorno positivo à sociedade. Quem sabe mais ações e cooperações entre empresas e município estejam no “radar político” do governo! Será? 

Ciscando pra fora 

O vereador Dudu Ottoni esteve em Belo Horizonte onde se encontrou com o deputado estadual Betinho Coelho e com a deputada federal Greyce Elias. Ambos os parlamentares já conseguiram recursos para Varginha por meio de atuação do jovem vereador do PTB local, que tem se destacado na construção política junto a novas lideranças no estado. Os deputados Betinho Coelho e Greyce Elias, oriundos de famílias tradicionais da política, a exemplo também de Dudu Ottoni, fazem parte de nova geração da política no âmbito estadual. Em Varginha onde temos poucas opções eleitorais em âmbito estadual e federal devido a polarização política local, a busca de novas lideranças na Assembleia e Câmara Federal para apoiar a cidade é sempre um desafio. Pela amizade que se construiu entre Dudu Ottoni e os dois deputados, parece certo que, em 2022, Betinho Coelho e Greyce Elias terão um forte cabo eleitoral pedindo votos na cidade! A conferir.   

Com geadas, saca do Café ultrapassa os R$ 1 mil 

As fortes geadas que ocorrem no Sul de Minas causando perdas na produção de café da região forçou uma grande alta nos preços das comodities, que disparou ultrapassando, pela primeira vez, o valor de R$ 1 mil a saca de 60 kg. Os preços são convidativos e prometem agitar o mercado, para quem tem café para vender. A economia de Varginha é muito influenciada pelo café, que é a principal fonte de renda e emprego no Sul de Minas, uma das principais regiões produtoras do Brasil. Ainda não se sabe o impacto da alta na economia local, mas certamente, com estes preços, o café de qualidade produzindo em Varginha e região não será bebido por aqui. O Ministério da Agricultura informou que vai apoiar os produtores que tiveram perdas com a geada, mas a exemplo de outras promessas do governo, não se espera um socorro efetivo aos pequenos cafeicultores locais, infelizmente.   

Paz e Amor 

Não se sabe se por efeito da próxima eleição ou pela experiência da vida, mas o secretário municipal de Governo, Carlos Honório Ottoni Junior, (Honorinho), a exemplo do primo na Câmara, não tem mais tempo para brigas, focando firmemente em construir amizades, curar feridas e resolver problemas. Ocupando uma função importante no governo, Honorinho vai, aos poucos, “cicatrizando feridas abertas” junto ao Legislativo, imprensa e outros setores que muito “lhe chutaram a canela”. A nova versão “paz e amor” é o primeiro estágio da condição necessária para ganhar eleições e construir grupo político. O secretário tem como certo o apoio exclusivo do prefeito para 2022, algo difícil, mas não impossível. Mesmo porque, se Vérdi Melo não tem muitos motivos para apoiar exclusivamente seu secretário, tem razões de sobra para não apoiar outros nomes em 2022. Parece que o próprio prefeito vive uma fase “paz e amor”, onde não tem definido o que vai fazer em 2024, mas sabe que “não pode contar com muita gente” para os projetos políticos futuros. O secretário de Governo se mostra o “homem de confiança” do chefe do Executivo, para os projetos que ainda ninguém sabe quais são. Honorinho tem o desejo de ser candidato a deputado em 2022, sabe que não é tarefa fácil e nem barata, mas pelo menos já viu que não é brigando que vai conseguir apoio. A receita deu certo e talvez esta seja a razão da felicidade e mudança de atitude! 

Destino incerto 

A coluna já disse que um dos maiores “cabos eleitorais” de Varginha em 2022 será o ex-prefeito Antônio Silva. O político deixou a vida pública para apoiar o prefeito Vérdi Melo sendo o protagonista da primeira renúncia da Prefeitura de Varginha, logo no início da pandemia. Se a medida extrema fez com que o político perdesse apoio político, o tempo que se seguiu com as poucas aparições de Antônio Silva e sucesso atual do governo Vérdi, fizeram melhorar a imagem do ex-prefeito. Vale lembrar também que, embora tenha renunciado, Antônio Silva nunca teve casos de corrupção comprovados em suas gestões e sua vida simples corroboram com a retidão de seus atos, o que ajuda a manter sua boa imagem na opinião pública. Mas é certo que de nada adianta a “boa fama” se o ex-prefeito não utilizar seu “crédito político” nas eleições vindouras, afinal, este crédito vai reduzindo a cada eleição que o político não participa. A coluna já cogitou na possibilidade de Antônio Silva ser candidato a deputado, o que seria um “ótimo final de carreira e sossego financeiro para a aposentadoria” do ex-prefeito de Varginha. Mas cada dia que passa deixa a certeza que Silva, ao invés de concorrer, pode é apoiar alguém no pleito de 2022. Não se sabe quem teria este mérito junto ao ex-prefeito que tem pouquíssimos verdadeiros amigos na cidade e, a princípio nenhum deles é candidato. Em âmbito estadual, mesmo que procurado, Antônio Silva também não tem nenhum nome que possa lhe convencer a “sair da toca”. Qual seria o destino político de Antônio Silva? Será que o ex-prefeito vai finalizar sua vida pública tendo como “último capítulo de suas memórias uma renúncia?” Seria triste, injusto e talvez pouco provável! O segredo é saber o que se passa na cabeça de quem já ocupou por quatro vezes o mais alto cargo da cidade e possui diversos convites para os mais variados caminhos eleitorais em 2022. Sabe-se que a assessoria do governador Zema tem prospectado nomes de peso no interior para apoiar a reeleição e aconselhar o governador quanto ao interior num eventual segundo mandato. Será que o ex-prefeito Antônio Silva se habilitaria? A conferir.

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