Repeteco de 2020?
As associações comerciais e Câmaras de dirigentes lojistas de todo o Estado estão preocupadas com a retomada da economia mineira frente ao coronavírus que pode ter uma “segunda onda” neste final de ano. Mesmo com a possibilidade de uma vacina para 2021, o Covid-19 vem aumentando o número de mortes e as compras de final de ano serão uma resposta da economia, um “termômetro”, para sabermos se “o pior já passou na economia ou não”. Instituições do comércio estão fazendo pesquisas junto ao consumidor para saber quais as intensões comerciais do cidadão: se haverá desejo e dinheiro para compras. Se a economia voltar a afundar neste fim de ano com o aumento dos casos de contaminação, isso será um mal sinal e presságio que 2021 pode ser um “repeteco de 2020”, o que seria terrível para todo o mundo! O covid-19 fez milhares de vítimas no Brasil, além disso milhares de empregos e empresas foram perdidas. Sem falar no impacto do covid-19 nas eleições que foram influenciadas pela pandemia. A pior notícia para 2021 seria ver que não teremos avanços e melhoria no enfrentamento da pandemia e retomada lenta da economia. Todos na torcida! Repeteco não!
Competitividade
O Ranking de Competitividade dos Municípios, lançado pela primeira vez em 2020, tem o intuito de gerar diagnósticos e direcionamentos para a atuação dos líderes públicos municipais. Foi realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a plataforma Gove e o Sebrae e analisa a capacidade competitiva das cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes. Poços de Caldas garantiu a 39ª colocação geral com nota de 55,81, e a quarta de Minas Gerais, perdendo apenas para Belo Horizonte, Uberlândia e Nova Lima. Varginha não figurou em boa colocação na relação de cidades mais competitivas. Talvez porque esse seja um problema a ser enfrentado pelo prefeito reeleito Vérdi Melo. Varginha precisa de uma gestão moderna e maior entrosamento com a iniciativa privada, bem como maior proximidade com instituições como o Indi (Governo de Minas) e Fiemg (Federação das Indústrias) para facilitar a competitividade do município frente a muitas cidades que disputam com Varginha por investimentos.
Desalento!
O desalento e a tristeza tomaram conta de boa parte da Câmara de Varginha com a derrota de muitos dos vereadores que perderam a reeleição. Na verdade, a coluna já havia anunciado que muitos dos nossos atuais vereadores seriam “legisladores de apenas um mandato” tendo em vista a atuação “fraca” no Legislativo. Nomes como Buiú, exemplo desta atuação, que não se confunde com a pessoa do vereador, que pessoa honrada e merece nosso respeito. O apontamento realizado pela coluna quanto a Buiú e tantos outros que falamos aqui e que perderam a reeleição, está associado com a “atuação política como vereador”. Visto que muitos vereadores não fizeram a manutenção de sua base política, não apresentaram bons projetos ou não construíram novos apoios no tempo em que estiveram no poder. Em razão de fatores assim, perderam a reeleição e reduziram o número de votos que receberam. Aliás, a maioria dos líderes políticos que vemos no Legislativo desta legislatura, bem como os que foram eleitos agora, após disputas anteriores, tiveram queda nos votos. Neste clima de derrota e marasmo, o final desta legislatura parece que será agonizante aos perdedores. Vale ressaltar ainda que os eleitos, mesmo não tendo tomado posse, já “foram imponderados politicamente”. Já negociam a composição da mesa diretora, interagem politicamente com o governo e já foram a Câmara para tratar das formalidades do mandato. Todos já foram procurados pelo “governo e seus interlocutores”. Vérdi Melo não terá problemas com o Legislativo no início de 2021. Mas é certo que alguns dos novos nomes que chegarão a Câmara no ano que vem vão querer “fazer a diferença e brilhar rápido”. Vale também ressaltar que em 2022 vamos ter eleições estaduais e não é descartado que nomes da Câmara podem ir para disputa estadual. O clima ruim deste final de legislatura vai dar lugar ao entusiasmo em 2021. Mas temos que ficar atentos pois, pela análise primária da coluna, entre os eleitos agora, temos muitos nomes que “levam jeito para serem os novos vereadores de apenas um mandato”. A conferir!
Alegria
Mas nem tudo na Câmara é tristeza neste fim de legislatura! Dudu Ottoni comemora sua reeleição como mais votado desta eleição, e vai tentar cacifar-se como candidato a presidente do Legislativo na próxima legislatura. Zilda Silva comemora sua reeleição e vai ser uma das “articuladoras” na formação da próxima Mesa. Vale destacar que Zilda está como atual presidente da casa e obviamente, se tiver a chance, vai querer manter-se no comando do Legislativo. E tem chances para isso! Quem também entra na lista dos “vereadores com algo a comemorar” é Marquinho da Cooperativa, que surpreendentemente conseguiu sua reeleição mesmo depois de muitos percalços neste mandato. Marquinhos sabe que a manutenção do seu mandato de vereador é fundamental para sua vida política e liderança junto a cooperativa de catadores que representa. O vereador que conseguiu a reeleição certamente será “outra pessoa” no próximo mandato. Vai pensar duas vezes antes de “brigar com a imprensa ou fazer qualquer outra bobagem”. Marquinhos da Cooperativa, Dudu Ottoni e Zilda Silva certamente terão um “Natal feliz em 2020”! Coisa rara neste ano em que quase tudo deu errado para muita gente!
Perguntar não ofende
Será que o Legislativo municipal que tomará posse em 2021 vai ter vereador que “importará” candidato a deputado para Varginha ou teremos é vereadores candidatando a deputado estadual e federal? Certamente que teremos forasteiros por aqui em 2022!
Com o secretariado praticamente “mapeado” para a próxima gestão, Vérdi Melo não deve surpreender com escolhas inusitadas. Mas será que o prefeito eleito vai inovar no apoio que dará para a formação da Mesa Diretora da Câmara? Quem são os candidatos?
Como disse um certo secretário municipal “a reeleição de Vérdi foi um passeio no parque”. Será que a prometida candidatura deste secretário a deputado estadual em 2022 também será um passeio no parque ou uma viagem ao inferno? Será que ele se candidata mesmo?
Apoio importante e discreto nesta eleição municipal, o ex-prefeito Antônio Silva é sondado como possível candidato a deputado estadual. Já Stéfano Gazzola é outro que pode surpreender como candidato a federal em 2022. Será que teremos nomes deste calibre?
Isolamento e afrouxamento
O risco de uma segunda onde de contagio pelo Covid-19 está preocupando as autoridades em todo o Brasil, principalmente depois das eleições, quando a sociedade parece que afrouxou as regras de isolamento e uso da máscara. Em Varginha o prefeito Vérdi Melo sabe que um “novo fechamento total” seria crítico para a economia local que já vem sofrendo. Além disso, durante a campanha de reeleição, Vérdi e Ciacci percorreram Varginha e fizeram compromissos de retomada dos investimentos e realizações, o que não combinaria com um fechamento agora. Mas parece que todos os líderes municipais terão que voltar atrás! Particularmente em Varginha, a coluna destaca que, um dos assuntos que “mais constrangia” o prefeito reeleito durante a campanha era justamente as mortes provocadas pela pandemia e possibilidade de que algum óbito pudesse ser “colocado na conta do prefeito”. Por sorte isso não ocorreu, mas foi tentado! Varginha chega a um número inesperado de mortes, mas ainda assim, ocorreram aqui bem menos mortes que em outras regiões. Além disso, a estrutura de saúde disponibilizada esta maior e mais preparada para os atendimentos. Vérdi ainda tem muito recurso federal em caixa para o enfrentamento do pandemia e talvez seja isso que “de munição” para os descontentes dizerem que “pouco foi feito”. Afinal não tivemos grandes campanhas de conscientização promovidas pela Prefeitura de Varginha. Também não tivemos nenhum plano emergencial de socorro financeiro a famílias ou empresas, que fosse custeado pelo Executivo municipal. Isso é possível e talvez até necessário: que o governo dê dinheiro a famílias necessitadas e estude uma forma de também colocar dinheiro em micro empresas locais que estão fechando. Afinal, para muitos dos que estão reclamando: As dificuldades que pobres e quebrados estão passando é ainda mais chocante quando se vê que o governo municipal tem milhões em caixa, qual outra finalidade teria este recurso que não fosse socorrer quem precisa?
Contagem eleitoral de 2022
Fechadas as urnas nas cidades da região os deputados estaduais e federais que atuam no Sul de Minas contabilizam perdas e ganhos políticos. Em Varginha, os deputados federais Dimas Fabiano, Diego Andrade, Greyce Elias, Zé Silva e os deputados estaduais dos principais partidos que apoiaram Vérdi Melo saíram vitoriosos! Mas foi uma vitória frágil tendo em vista o compromisso assumido pelo prefeito reeleito de apoiar e destacar quem contribuir com a cidade! Na prática, significa que mesmo deputados de partidos adversários da administração ou distantes do prefeito serão “bem-vindos e reconhecidos publicamente” quando conquistarem recursos e investimentos para Varginha. Isso é uma coisa óbvia: dar a César o que é de César, contudo na política, algo raro de acontecer! Um dos mais prejudicados com isso é o deputado federal Dimas Fabiano, que é o parlamentar que mais traz recursos para o município. Pois vai “dividir o palco eleitoral local” com parlamentares forasteiros que “conseguem algumas piabas para Varginha” e terão “festas e bajulações” tão destacadas quanto a conquista que trouxeram para a cidade. Dimas não é vingativo, mas não achou justa a ideia pois “iguala os desiguais”, e vai permitir que seja estimulada a prática de “importar” candidatos para Varginha em 2022. Será?
Apostas a honrar
A coluna não é de fazer apostas, mas “assumiu riscos” quando disse que acreditava na eleição ou fracasso de algumas figuras conhecidas da cidade que disputaram as eleições municipais. No caso do Legislativo, um “popular assessor de deputado que ficou famoso por prometer mundos e fundos” ficou de fora dos eleitos em 2020. Mesmo depois de receber gorda contribuição financeira para sua campanha. Isso mostra que popularidade não significa confiança! Voto é um ato de confiança, dado no sigilo e segurança da cabine eleitoral onde o eleitor vota em quem acredita e confia! Vendo as votações bem menores que as esperadas e apostadas por ai, talvez seja o caso de saber o porque da falta de confiança dos eleitores com os candidatos, mesmo os de primeira viagem, que em tese, não teriam o desgaste dos “políticos profissionais”. Perdi um almoço para uma autoridade federal, que não acreditava na eleição do candidato em quem votei para vereador. Confesso que não fiquei triste por “perder o almoço, mas me surpreendi em ver que o descrédito geral atingiu todos nesta eleição”.
Programas futuros
Varginha não terá Carnaval em 2021 em razão do isolamento que deve permanecer no primeiro semestre de 2021. Também é certo que não teremos de volta grandes eventos na cidade. Isso vai fazer com que a Secretaria de Turismo e a Fundação Cultural de Varginha planejem bem o que fazer para não permitir o completo desmonte da estrutura cultural e de entretenimento local. Os artistas e promoters culturais locais agonizam na medida em que nenhuma aglomeração é permitida. Talvez seja a oportunidade de que a estrutura midiática do Executivo possa ser utilizada verdadeiramente para apoiar os artistas locais. A TV Princesa poderia promover programas com artistas locais para apoiar a classe e promover a cultura local. A Rádio Melodia poderia dar maior espaço para cantores locais e o Diário Oficial poderia abrir espaço para a poesia e a arte local. O setor artístico de Varginha sofre não pelos efeitos da pandemia, mas sim pelo crescente descrédito que é tratado. O coronavírus foi apenas a “desculpa” para ignorar ainda mais quem já não era visto!
Fundo Municipal de Saneamento Básico
O Fundo Municipal de Saneamento Básico tão comentado durante as eleições em razão da “lei Piva” que permitiu a vinda de recursos oriundos da Copasa foi esquecido depois das eleições. A coluna foi a primeira a anunciar a vinda de milhões de reais que estavam programados para chegar em agosto/2020 em Varginha para investimentos no saneamento. A Copasa realmente aportou o recurso no Fundo municipal? Qual o destino do recurso, continua na conta, para onde foi?