Muitas vezes nos enganamos declarando-nos alegres, principalmente quando confundimos alegria com momentos de frivolidades ou de diversões que apenas nos causam sensações artificiais, sorrisos exagerados, satisfações puramente ilusórias que não resistem mais que um breve espaço de tempo. Falo sobre esse engano porque é comum encontrar indivíduos que por um diminuto momento se apresentam eufóricos, e logo a seguir, muito rapidamente, cheios de amargura passam a lamentar as dificuldades que enfrentam na vida.
A alegria quando é real provém, também, da capacidade de ser autônomo e responsável por si próprio, de tomar a vida em suas mãos e superar limites e impedimentos para se autorrealizar satisfatoriamente.
A autonomia que me referi é edificante, requer nobreza de caráter e a adoção de hábitos saudáveis e construtivos. Ter e vivenciar a autonomia não se trata apenas de ser livre para fazer o que bem quiser ou o que lhe vier à cabeça. Pelo contrário, considera a capacidade de abolir a necessidade de se impor, comandar ou controlar os outros; de cortar as amarras da aprovação alheia para decidir e agir positivamente; de restaurar, inclusive, sua identificação com o seu “eu” mais profundo, onde reside a semelhança mais genuína com o que há de sagrado em sua essência.
Enfim, a autonomia é um estado de liberdade consciente em que você ausculta o que há de melhor em você, seus valores mais profundos e bons, visando, criar equilíbrio para si e convivência harmônica com os outros.
A alegria, por sua vez, é a estampa da sua felicidade interior. Quanto mais límpidos, cristalinos e positivos forem seus pensamentos, quanto mais autênticos forem seus sentimentos e emoções, mais duradouros serão seus momentos de contentamento. A alegria é um estado de ser, um sentimento dadivoso e profundo, gerador de leveza e paz.