Nas últimas eleições municipais, ocorridas em 2016, tivemos a maior troca de partidos desde 2000, com apenas 24,7% das cidades mantendo a legenda de 2012. Considerando as últimas eleições estaduais e federais, a expectativa é que a tendência continue. Isso significa que antigos feudos partidários, observados, especialmente, em pequenas e médias cidades, podem estar com os dias contados.
Desse modo, vale lembrar que nas maiores cidades sul mineiras, se em 2016, não foram observadas grandes mudanças em relação aos partidos que protagonizam o poder, foram poucas as reeleições. Dentre as maiores cidades, Varginha foi a única que reelegeu o seu, então, atual prefeito. Por outro lado, como são muitos os prefeitos em seu primeiro mandato, talvez, pelo menos entre as nossas maiores cidades, tenhamos um índice menor de renovação. Talvez.
Dentre os prefeitos eleitos nas maiores economias do sul de minas, o único a conseguir maioria absoluta dos votos válidos (mais de 50%) foi o atual prefeito de Lavras, Zé Cherem, com 78,12%. Em Varginha, Antônio Silva foi reeleito com 43,98% dos votos. Isso significa que, em sua maioria numérica, a população não queria a reeleição do então prefeito. Isso é um fato.
Alguns atores político-partidários locais apontam o deputado federal Dimas Fabiano como fiel da balança. Novamente, o deputado, mesmo à distância, como sempre, já é um dos protagonistas nas prévias das eleições. Mas no caso de Dimas, será mesmo que o deputado, conhecido por mobilizar (R$) uma grande rede de cabos eleitorais, tem a mesma força de outrora? É o que vamos ver. Mas tem números interessantes que valem a pena serem observados: em 2014, o deputado recebeu 21.939 votos dos varginhenses para sua reeleição na Câmara dos Deputados, número bem menos expressivo em 2018, que foi 5.322. Pode ser que o eleitor esteja mais... (insira aqui a sua conclusão).
E se o assunto é o recall dos feudos políticos, em Varginha, pelo que se sugere através das movimentações partidárias, é possível concluir que os partidos estão um passo atrás dos eleitores. Vale lembrar que em 2016, o outsider (termo da moda para designar forasteiro) Natal Cadorini, cujo o discurso era não ter discurso, obteve parte considerável dos votos, por simplesmente ser o diferente.
Me cobrem, se eu estiver enganado, mas em 2020, os fiéis da balança serão as mulheres, crianças e jovens, ainda que estes dois últimos aparentemente estejam cada vez mais distantes dos processos políticos. De qualquer maneira, é um público com o qual, os figurões políticos de Varginha não dialogam. Eles não representam.
E por falar em representatividade, vamos ver quais bandeiras serão alteadas mais alto pelo eleitor em 2020, e quais políticos empunharão essas bandeiras.