Há algum tempo, após assistir uma de minhas palestras sobre autoestima, uma pessoa me perguntou: “Você tem um exercício que eu possa fazer para mudar a minha vida?”, embora eu não seja de dar receita, eu lhe respondi: “o melhor exercício que você pode fazer é mudar a qualidade dos seus pensamentos a respeito de si mesmo e, em seguida, propor-se a modificar gradativamente os hábitos que contribuem para seus desconfortos”. Ao que ela me respondeu: “mas isso é muito difícil, não tem uma maneira mais fácil?” Percebendo que naquele momento nada que eu dissesse a ajudaria, já que o que ela desejava era alguma fórmula mágica que não implicasse em esforço ou compromisso da sua parte, recomendei que pensasse melhor sobre o assunto para decidir o melhor a fazer.
A preguiça é a maior inimiga de qualquer processo de transformação existencial; é a força geradora do comodismo, da estagnação, da inércia. Ser preguiçoso, nesse sentido, significa escolher não mudar, não enfrentar os desafios, esperar que alguém faça aquilo que tem que ser feito por nós.
Boa parte dos fracassos que colhemos em nossa existência é gerada pela ausência de esforço, pela falta de comprometimento com nosso desenvolvimento. Você pode até não perceber, mas, a preguiça se instala primeiro em seus mecanismos mentais, para depois apossar-se do corpo e fazer com que ele não reaja e se acomode a situações desestabilizadoras e dolorosas. A preguiça em seu mais amplo entendimento é a matriz do ato de sabotar a si próprio.
Quando aspiramos transformar situações existenciais desconfortáveis ou mudar a vida de modo mais intenso, algo que precisamos fazer é sermos produtivos; trabalhar com afinco para obter os resultados adequados ao propósito desejado. A evolução humana, em suas variadas dimensões, está ao alcance de quem faz a opção por viver consciente e agir com coragem e persistência para transformar seus sonhos em realidade.
Em síntese, fugir à preguiça é ser proativo em todo tempo e lugar; é transformar as adversidades em alavanca rumo à realização de propósitos sempre mais elevados e edificantes.