Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Brasil. Que País é esse?
22/04/2020


No Brasil, a área financeira tem sido um exercício constante com dificuldades em encontrar a dinâmica que lhe permita um crescimento paulatino ao gerar harmonia entre as áreas financeira, comercial, cultural e política do país.

Durante o Período Colonial (Reino Unido e Reinado de Dom João VI), o Conde de Aguiar (D. Fernando José de Portugal e Castro) esteve como responsável pela área financeira e econômica do Reino,  de 11 de março de 1808 a 30 de dezembro de 1816.

(Imagem I: Conde de Aguiar) 

Vale ressaltar que neste período o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves encontrava-se na Sede-Capital que passou a ser a cidade do Rio de Janeiro, quando da fuga da Família Real para o Novo Mundo.

No Período de Regência do Príncipe D. Pedro I, antes da Proclamação da República, foram Ministros da Economia: Diogo de Meneses, Caetano Pinto de Miranda Montenegro e Martin Francisco Ribeiro de Almeida, no período de 22 de abril de 1821 a 4 de setembro de 1822.

No Primeiro Reinado (período de 7 de setembro de 1822 a 7 de abril de 1831), estiveram Ministros da Economia 16 diferentes personagens, sendo o primeiro Martins Francisco Ribeiro de Andrade (de 7 de setembro de 1822 a 17 de julho de 1823) e o último Manoel Jacinto Nogueira da Gama (três vezes no cargo, em 1823, 1826/1827 e de 5 a 7 de abril de 1831).

No Período Regencial, quase todos os ministros permaneceram pouco tempo na função de Ministro da Economia (Regência Trina Provisória, Regência Trina Permanente, Regência Diogo Antônio Feijó e Regência Pedro de Araújo Leme).

(Imagem II: Diogo Feijó)

Neste período, D. Pedro I seguiu para a Europa a fim de recuperar o trono como Rei de Portugal e ficou como príncipe herdeiro do Brasil D. Pedro II, com apenas cinco anos de idade.

(Imagem III: Dom Pedro II)

Durante o Segundo Reinado (de 24 de julho de 1840 a 15 de novembro de 1889), sob a chefia de D. Pedro II, tivemos 54 Ministros da Economia em curtos períodos, sendo que alguns se destacaram ao atuar por mais anos, como Joaquim José Rodrigues Torres (de 6 de outubro de 1848 a 6 de outubro de 1850) e, novamente, de 13 de janeiro de 1851 a 13 de fevereiro de 1853. Posteriormente, voltou a ser Ministro de 16 de julho de 1868 a 29 de setembro de 1870, perfazendo, ao todo, seis anos no cargo.

(Imagem IV: Joaquim José Rodrigues Torres)

O Visconde do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos, era estadista, diplomata, militar e jornalista baiano e esteve no cargo de Ministro da Economia por duas vezes consecutivas (de 2 de março de 1861  a 24 de maio de 1862 e de 7 de março de 1871 a  25 de junho de 1875). Foi também Ministro de Relações Exteriores por três vezes, de 14 de junho de 1855 a 4 de maio de 1857, de 12 de dezembro de 1858 a 10 de agosto de 1859 e, por fim, de 16 de julho de 1868 a 29 de setembro de 1870.

(Imagem V: Visconde do Rio Branco)

Com a Proclamação da República, Ruí Barbosa, também baiano, passa a ser o primeiro Ministro da Fazenda da Primeira República, de 15 de novembro de 1889 a 21 de janeiro de 1891.

Rodrigues Alves, futuro Presidente da República do Brasil, natural da cidade paulista de Guaratinguetá, foi Ministro da Fazenda de 25 de novembro de 1881 a 31 de agosto de 1894. Sob a presidência de Prudente de Moraes, voltou a ser Ministro de 15 de novembro de 1894 a 20 de novembro de 1896.

(Imagem VI: Rodrigues Alves)

David Morethson Campista esteve Ministro da Fazenda na Presidência de Afonso Pena, de 15 de novembro de 1906 a 14 de junho de 1909.

(Imagem VII: David Campista)

Honório Batista, durante o governo de Epitácio Pessoa, esteve Ministro de 28 de julho de 1919 a 15 de novembro de 1922.

(Imagem VIII: Epitácio Pessoa)

Francisco de Chaves de Oliveira Botelho esteve Ministro de 17 de dezembro de 1927 a 24 de outubro de 1930, no governo do Presidente Washington Luiz.

Nas Segunda, Terceira e Quarta Repúblicas, podemos citar a atuação de Osvaldo Euclides de Souza Aranha (16 de novembro de 1931 a 24 de julho de 1934) e Horácio Lafer (1 de fevereiro de 1951 a 15 de novembro de 1953) no período do Governo do Presidente Getúlio Vargas.

(Imagem IX: Osvaldo Aranha)

(Imagem X: Getúlio Vargas)

Sebastião Paes de Almeida esteve interino Ministro da Fazenda em 1956, retornando ao cargo em 1958/1959.  De 4 de junho de 1956 a 31 de janeiro de 1961, ele foi Ministro da Fazenda do Presidente Juscelino Kubitschek.

Na Quinta República (governo do General Costa e Silva), durante a Junta Governadora Provisória de 1969, esteve Ministro Antônio Delfim Neto, que teve um papel predominante na pasta até 15 de março de 1974. 

No Governo de Ernesto Geisel, Mário Henrique Simonsen permaneceu como Ministro da Fazenda de 16 de março de 1974 a 15 de março de 1979.

(Imagem XI: Mário Henrique Simonsen)

Ernane Galvêas, no Governo do Presidente João Figueiredo, permaneceu como Ministro de 18 de janeiro de 1980 a 14 de março de 1985.

Na Sexta República, poderemos citar Pedro Malan (1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 2003) e Antônio Palocci (de 1 de janeiro de 2003 a 27 de março de 2006), no Governo de Luiz Inácio da Silva.

Guido Mantega foi Ministro da Fazenda de 27 de maio de 2006 a 31 de dezembro de 2010, também no Governo de Luiz Inácio da Silva e Ministro no Governo de Dilma Rousseff, de 1 de janeiro de 2011 a 1 de janeiro de 2015.

Desde 1 de janeiro de 2019, o Ministro da Fazenda é Paulo Guedes, no Governo de Jair Bolsonaro.

(Imagem XII: Pedro Malan)

(Imagem XIII: Paulo Guedes)

Rui Barbosa, em 1890, sugeriu uma emissão de moedas no Brasil como alternativa para pagar as contas do Novo Estado. As consequências foram funestas. O Brasil continua, até os dias de hoje, buscando um verdadeiro Ministro da Fazenda que compreenda a dura missão de "por a locomotiva nos trilhos". 

 

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