Saio às pressas do agradável almoço familiar com minha tia Esmeralda que, ao longo de mais de nove décadas vividas, espia o mundo e seus acontecimentos de forma sábia, concisa e legitimamente ensinadora.
Todos os que lá estavam no momento da refeição dominical (e que a rodeiam sempre em seu universo humano), a amam. Esmeralda é o pilar que sustenta uma numerosa família de origem portuguesa, brasileira nas raízes rurais e empreendedora na crença profunda de um Projeto de Nação que poderá um dia ocorrer de forma civilizada, humana, educada e cultural.
Sigo para a casa de outra brava gente, minha tia Helena, professora por anos a fio, que trabalhou também com comunidades rurais e com educandos que muito usufruíram de sua sabedoria e paixão pelo seu País. De sua missão de contribuir através da educação e do conhecimento que lhes permitiria estar brasileiros e, sobretudo, serem parte de um contexto gigantesco que congrega pessoas vindas de múltiplas regiões e oriundas de populações com culturas diversas.
Dialogamos com carinho e respeito pela tia anciã e seguimos ao ritmo do desconhecido para Beth, minha irmã kardecista e discípula de Chico Xavier. Fomos ao Museu de Arte Sacra de São Paulo, uma das mais belas edificações existentes da capital paulista onde vivem enclausuradas cerda de dez religiosas em um ambiente digno de paz, de sossego e de mística.
No centro do Convento há um pátio onde a presença da arquitetura colonial portuguesa encanta o visitante que sente-se inserido na linha do tempo e descobre que Frei Galvão foi um dos mentores do espaço, hoje histórico, que levou anos para ser construído.Nestes momentos adentramos no universo da curiosidade sobre o passado paulistano e revisitamos nossa memória ao nos lembrarmos do Convento de Santa Tereza, inaugurado por Florenço Castanho Taques, no século 18, e que foi um dos primeiros prédios da cidade, há apenas dois séculos e meio atrás.
Volto para casa onde preparo minha mala e viajo de ônibus para Igarapava. quase na fronteira de Minas Gerais com São Paulo.
Às quatro e mais da manhã me extasio com a rodoviária da pacata cidade paulista onde percebo movimentos do bater de asas de centenas de pássaros que iniciam a sua algazarra matinal com a chegada do dia . O único bar a abrir-se me permite tomar um café aguado e dois pães de queijo ,antes de seguir para a Capital do Zebu, Uberaba.
No Parque Fernando Costa , onde se encontra a sede da ABCZ, percorremos os estandes das empresas presentes na Expogenética e de novo fico maravilhado ao ver dezenas de crianças visitando o Museu do Zebu onde encontram dados sobre a dinâmica, sofrível e espetacular história dos zebuzeiros e primeiros pioneiros que foram à Índia, durante a primeira guerra mundial, para trazer os primeiros exemplares da raça zebuína ao Brasil.
Vamos adiante Brasil!!!