Infelizmente, é cada vez maior o número de pessoas que vivem em busca de soluções fáceis na ânsia de resolver seus problemas emocionais, físicos e, até mesmo, espirituais. Daí, a proliferação de remédios, produtos e métodos milagrosos que prometem magicamente resolver a vida de qualquer um. Isto sem contar com a prática mercantilista de algumas “religiões” que diuturnamente prometem colocar Deus e todos os santos a serviço de quem contribuir com algum recurso financeiro para suas igrejas ou instituições ligadas a elas.
Analisando esse quadro desalentador sob a ótica da evolução humana, a conclusão que se sobressai é a de que o sentimento de incompetência pessoal, a falta de amor por si próprio e a ausência de uma compreensão mais profunda do que seja verdadeiramente espiritualidade, são elementos que, em seu conjunto, levam cada vez mais pessoas a perderem a fé em seus próprios valores. É, também, o que as faz entregarem suas vidas ao primeiro que lhes acena com uma aparente solução para seus problemas, preferencialmente se for algo que não lhes requeira esforço.
Como psicoterapeuta, sou procurado por pessoas desejosas de resolver algum tipo de desconforto existencial. Porém, algumas delas, num breve espaço de tempo, desistem ao perceberem que para readquirir algum equilíbrio vão ter de mudar hábitos ou empenhar-se com maior tenacidade para superar suas deficiências. E isso ocorre também porque muitas esperavam algo do tipo: “tomou doril e a dor sumiu” ou porque buscavam alguma mágica que a um simples toque miraculoso, as tornasse saudáveis, prósperas e felizes.
Em verdade, a experiência nos ensina que alguém que deseje sinceramente viver de maneira equilibrada não deve esperar pela ação dos outros, pelo contrário, deve tomar para si a tarefa de realizar as mudanças necessárias. Quando muito, alguém pode orientar ou estimular, proporcionando-lhe alguns meios, ferramentas ou condições para fazê-lo, mas, nunca fará aquilo que deve ser feito pela própria pessoa; aquilo que só ela pode transformar.
Não existe mágica alguma fora de nós mesmos que mude nosso viver sem que haja o apropriado uso da nossa boa vontade e do nosso esforço. Crer no contrário é correr o risco de passar a vida toda esperando e frustrar-se por não ter obtido o melhor que ela lhe poderia proporcionar. O sucesso ou o fracasso de cada um está na medida da sua capacidade de aliar sua persistência a práticas cotidianas positivas para obter sucesso nos variados setores de sua existência. Sendo assim, o melhor é aperfeiçoar seu poder de escolha e aprimorar sua capacidade de realizar o melhor por você. Você decide!