Tendo como base diversos estudos sobre a autoestima e a minha própria experiência pessoal e profissional, acredito que o grau da nutrição afetiva está intimamente ligado ao nível da autoestima que a pessoa desenvolve. Alguém que desde a mais tenra idade foi cercado de afeto, dificilmente terá um conceito negativo de si mesmo.
Para tornar mais esclarecedor para os leitores e leitoras, daqui para frente vou me deter na denominação de “carícias” para os estímulos afetivos aos quais me referi até agora. Mas o que são carícias? Como as entendemos?
É possível que ao falarmos de carícia nos venha à mente os beijos, os abraços e carinhos que, às vezes, trocamos ou que vemos os outros trocarem no cinema e nas novelas. Digamos que essa seja uma visão comum, mas, será que carícia é só isso? Qual o seu verdadeiro e real significado?
Uma definição simples de carícias fornecida pela Análise Transacional : são estímulos intencionais que podem demonstrar estima e aceitação; ou ofensa e rejeição, de uma pessoa para outra. Sobre as carícias diz Roberto Kertész, médico psiquiatra introdutor da Análise Transacional na América Latina: “por detrás de sua aparente simplicidade, está a essência das relações humanas...”.
A carícia é, na verdade, uma forma de reconhecimento da existência do outro. Se eu cumprimento o meu vizinho, por exemplo, eu estou lhe dando uma carícia, estou reconhecendo a sua existência, é o mesmo que eu lhe dissesse: “você está aí né”. Quando o pai, ou a mãe, diz: “meu filho eu te amo”, você está lhe dando uma carícia positiva. As carícias podem ser transmitidas através da palavra, do olhar, do gesto, do toque físico.
Nos próximos artigos desta série vou aprofundar um pouco mais o assunto. Principalmente no que diz respeito aos modos de carícias, para que você leitor ou leitora possa fazer uma análise do seu “padrão de carícias”, já que mantê-lo rico e abundante é fundamental para quem deseja possuir uma autoestima saudável.