Foram encontros e reencontros nas festas natalinas e nas andanças pelo território (área sofrida) paulistano.
Por um lado, muita fartura e o fausto em residências de poucos privilegiados; por outro, a cidade jogada à própria sorte com mendigos ao deus dará, seres embrutecidos tendo como perspectivas e horizonte a sobrevivência na mendicância e o cimento da calçada esburacada e suja.
As paredes de velhos e históricos casarões ostentam pichações, sinônimo do desrespeito generalizado pelo bem alheio. O lixo, matéria desperdiçada, abunda ao longo dos bueiros e de ruas mal pavimentadas por onde motoristas afoitos circulam no frenesi do desvairado- e consumista espírito natalino.
A metrópole parece dopada, drogada, embrutecida e alheia aos insultos e desrespeitos que recebe de sua bastarda população.
Edificações seculares, ou testemunho da glória de antanho, resistem bravamente ao terrível movimento de destruição de seus semblantes, testemunhos de épocas passadas onde o bem viver era prática cotidiana. Quando as praças acolhiam os enamorados, os jardins extasiavam os amantes das flores e as calçadas permitiam longas caminhadas pela outrora tranquila e elegante capital paulista.
Meu peito está invadido de nostalgia, de tristeza e do profundo sentimento de perda irreversível. Amo a São Paulo que se foi e sofro pela cidade que se transforma brutalmente sob o julgo de administrações incompetentes e ineptas. Tristes Trópicos! Desalmada São Paulo...