De volta ao trabalho
Depois de 5 anos sem férias, o titular da Coluna está retornando de merecidas férias, não foram muitos dias, mas valeram a pena! De volta ao trabalho a coluna tem muito a falar sobre os bastidores da política em âmbito municipal, estadual e federal. Nestes primeiros dias das administrações de Romeu Zema, no Governo de Minas, e de Jair Bolsonaro no Governo Federal a maior mudança foi na forma de governar e não muito nas autoridades que governam! Ainda mais no Governo do Estado, onde o governador Zema e seu Partido Novo parecem que não possuem muitos quadros disponíveis para administrar, ou ainda estão “tomando pé” do governo e da grande dívida que herdaram do petista Fernando Pimentel. Já no governo federal, também pela região foram pouquíssimas as mudanças em cargos federais (sim existem cargos de confiança do governo federal em Varginha e região). De qualquer forma, também em âmbito Legislativo, os deputados federais e estaduais não opinaram muito na nova composição dos governos, o que não significa que não estejam tentando!
Em casa
Já em Varginha poucas coisas mudaram no mundo político, contudo, as ocorridas, contudo, terão grande impacto nas articulações para 2020 quando teremos nossas eleições municipais. E não se enganem, as eleições de 2020 já começaram nos bastidores. Prova disso foi a eleição da mesa diretora da Câmara de Varginha, onde o petebista Dudu Ottoni foi eleito novo presidente, trazendo renovação e coragem para o comando do Legislativo! O vereador do PTB, mesmo partido do prefeito Antônio Silva e do ex-deputado Dilzon Melo, está em sua primeira legislatura e tem ótima relação com os dois comandantes da legenda. Todavia, a maior influência na vida política do atual presidente da Câmara é exercida por seu pai, o ex-prefeito e deputado Eduardo Benedito Ottoni, que também já esteve no comando da Câmara de Varginha. Afinado com o Executivo, Dudu Ottoni deve ter um bom relacionamento com a Prefeitura de Varginha, principalmente com o vice-prefeito Vérdi Melo (PSDB), que caminha para ser o “candidato oficial para suceder a Antônio Silva”. Vérdi e Dudu já realizaram agendas juntos após Ottoni assumir o Legislativo.
Neste ano de 2019, Varginha precisa receber as obras e transformações que o Executivo municipal prometeu em 2016, a fim de que Vérdi chegue ao poder em 2020. Para isso é fundamental possuir um Legislativo alinhado, mas isso parece que não será problema! Afinal, sendo Vérdi Melo o provável nome da continuação, Dudu Ottoni tem condições de “se construir como o nome do PTB na composição da chapa majoritária, sendo um possível vice de Vérdi”, será? A conferir!
Arroz com feijão
Nestes poucos dias de férias o titular da coluna andou pela cidade, principalmente nas periferias e regiões mais necessitadas de Varginha. Viu que muita coisa precisa ser realizada e que, ainda assim, Varginha está à frente de outras cidades onde o trabalho é ainda maior! Contudo, vale ressaltar que, no Governo do Estado, agora comandado pelo governador Romeu Zema, do Partido Novo, o desejo é de “andar em dia com os municípios” o que significa não mais realizar os bloqueios nos repasses de recursos municipais. Com isso, é certo que Antônio Silva terá, daqui para frente, uma maior certeza de recursos em caixa para realizar seu orçamento e obras previstas. Se tiver sorte, a depender da arrecadação estadual e da economia nacional, poderá ainda receber os “atrasados que o Governo de Minas deve à Prefeitura de Varginha”. É dinheiro alto, superior a R$ 50 milhões, o que poderia ser uma “mão na roda” para realizar as obras prometidas em campanha e deixar um “clima favorável para a eleição de Vérdi Melo”. Isso no “melhor dos mundos”, onde a oposição ainda não deu as caras e não deve aparecer até o final do ano. Mas é certo que partidos como PT, PSD, MDB, PP, Rede, PSTU, Novo e talvez até o PSL vão tentar lançar candidato à prefeito de Varginha. Sendo assim, Vérdi e os demais governistas que o apoiam precisam trabalhar duro e com cautela para aproveitar o tempo que lhes restam para “trabalharem sozinhos”, pois este tempo está acabando!
Arroz com Feijão – 02
No arroz com feijão da gerencia da cidade a gestão Antônio Silva se equilibra com facilidade, já acostumou com “gestão de crises das gestões de Antônio Silva”. Mesmo com recursos contados, a manutenção do município “capenga mas não para”, contudo, não se vê novos investimentos ou conquistas (a exceção dos investimentos da iniciativa privada). Grandes redes de atacados, empresas ligadas ao setor cafeeiro e exportação são as “joias da vitrine da gestão Antônio Silva”. Também vale destacar o Shopping Via Café, que mesmo sendo um investimento 100% da iniciativa privada, é capitalizado politicamente para a gestão de Silva. E olha que o Shopping Via Café foi a “âncora da economia e emprego em Varginha desde 2017”. Com o início do recebimento do IPTU, a administração municipal vai voltar a ter recursos para investir, mas não será muito, daí a necessidade de se avaliar bem o que fazer! Áreas como Saúde, Educação e Segurança Pública continuam sendo as maiores demandas e principais áreas sensíveis ao eleitorado.
Arroz com Feijão – 03
Na área de saúde vamos ter mudanças significativas pois os nomes do Partido dos Trabalhadores que comandavam o Hospital Regional do Sul de Minas, maior estrutura de saúde de Varginha, estão sendo substituídos por nomes alinhados a outros grupos políticos. Nesta área destacam nomes ligados ao atual governo estadual e ao deputado federal Diego Andrade. As mudanças favorecem, a primeira vista, o governo municipal que embora tivesse boa relação com Rogério Bueno e Cia, sempre viam o PT como adversário político imediato. Mas a fase de substituição nos postos do governo estadual e federal lotados em Varginha está apenas no começo e devem durar todo o primeiro semestre de 2019. Na área de Educação, outra importante área social, as substituições também vao acontecer em breve, uma vez que o atual governo Zema sabe que a área é tradicionalmente “berço do PT e sua formação”. Nomes indicados já chegaram a Zema, mas a preferência tem sido a colocação de nomes de carreira, conhecidos dos servidores públicos, para estimular a “meritocracia”. Aliás, a meritocracia tem sido um “mantra” nas nomeações de Zema, ainda mais no interior onde o Partido Novo não conhece muita gente e onde Zema não tem ideia de quem é quem!
Dança das cadeiras
Na Câmara de Varginha não se espera muitas mudanças nos nomes, mesmo porque a eleição de Dudu Ottoni foi fruto de acordo entre os vereadores. Contudo seria interessante haver mudanças nos nomes das dezenas de pessoas que ali estão nomeadas com cargos sem concurso público. Muitas delas de “competência duvidosa”, mas é pouco provável que existam mudanças! Mas no caso dos vereadores, é certo que muitos deles já estudam mudanças partidárias, mesmo estando ainda longe a janela eleitoral que permite trocas de legenda. As eleições de 2018 mexeram muito com os políticos, principalmente com vereadores e prefeitos que estão mais perto do povo e estão vivenciando de perto a “revolta popular” contra algumas legendas e práticas políticas antes comuns no Brasil. Mas vale ressaltar que a eleição de 2018 foi atípica no quesito “revolta”, pois o eleitorado já via o “deputado, senador, governador e presidente da República” como figuras distantes do povo e associadas diretamente a corrupção e entraves das administrações. No caso do vereador e prefeito, a percepção do eleitorado é diferente. Além de ser uma eleição mais próxima do eleitor, a eleição de 2020 será bem mais disputada que 2018. Acredito que em apenas dois pontos a eleição de 2018 pode se assemelhar com a eleição que vem em 2020: a força do meio digital e redes sociais, bem como o baixo comparecimento as urnas.
Mudanças que vieram para ficar!
Mesmo com as tradicionais gastanças com marqueteiros, diversas pessoas trabalhando nas ruas entregando santinhos etc, a força do meio digital para fazer política é algo que vai crescer muito. O brasileiro está cada dia mais conectado, aprendendo novas tecnologias e a pouca ou nenhuma regulamentação e fiscalização nos meios digitais e redes sociais vai favorecer para que mais e mais candidatos explorem este meio. Além disso, as divulgações no meio digital e redes sociais são bem mais baratas que os meios tradicionais o que democratiza a disputa. Mas não se engane achando que os meios tradicionais de informação vão ruir, eles estão longe disso! Ademais, no meio digital e redes sociais onde abundam as “fake news”, é na imprensa tradicional que o eleitor vai ter certeza se o que ele recebeu no meio digital é ou não verdade! Assim, jornal, rádio e televisão terão sim seu espaço na cabeça do eleitor, com certeza mais que em 2018. Afinal, quando se trata de eleição municipal a identificação do eleitor com os órgãos de comunicação locais são maiores que em âmbito nacional!
Mudanças e acordos
Na Secretaria Estadual de Saúde já ocorreram as diversas mudanças nas superintendências. A superintendência que fica sediada em Varginha mudou recentemente e foi ocupada pela ex-diretora do Hospital Bom Pastor. A mudança favorece o governo municipal, contudo, ainda existem vagas a preencher na Superintendência de Educação, na Junta Comercial, no Departamento de Estradas, Edificações e Rodagens – DEER/MG, entre outras tantas. As mudanças não serão todas de imediato, na verdade, dizem que o governo Zema não tem nomes, ainda! Mas que haverá mudanças é quase certo.
Falando em mudanças, no Governo municipal também ocorreram mudanças significativas em algumas áreas. O prefeito nomeou o novo superintendente da Fundação Cultural de Varginha. Como antecipou a coluna, o promoter cultural, Lindon Lopes, agora ocupa o cargo antes pertencente a Leandro Acayaba no comando da Fundação Cultural.
Já o professor Francisco Graça Moura, deixou o comando da Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento, que agora é comandada pela servidora de carreira Patrícia Rodrigues. A exemplo de Leandro Acayaba, Graça Moura é figura enigmática da política local, tendo longa história de poder junto ao PTB e ao prefeito Antônio Silva. Não sabemos a razão da saída de Graça Moura, contudo, com a infinidade de “adversários políticos” que o mesmo conseguiu ao longo de sua trajetória no serviço público, não seria surpresa se houvesse regozijo com sua saída!
Perguntar não ofende
Graça Moura, demitido recentemente no governo municipal, é um dos poucos que “não senta a mesa com o vice Vérdi Melo”. Seria este o verdadeiro motivo de sua saída? Será que já estaria em construção a “equipe do vice”, para disputar o comando em 2020?
Na provável mudança esperada no primeiro escalão do governo municipal, quem seriam os secretários que podem deixar o Poder? Será que vereadores poderiam ser escalados para o governo municipal? Será que algum secretário vai disputar em 2020?
O ex-deputado estadual Dilzon Melo poderia ocupar algum cargo na administração Antônio Silva ou mesmo alto posto no UNIS? Estaria ainda descartada a nomeação de Dilzon em algum cargo do governo estadual ou federal? Será que Dizon largará o osso?