Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
O Legado; Balão de ensaio; Juventude monitorada; PT do B ou união partidária?
12/09/2018


O Legado

As eleições estão nas ruas, não como os candidatos gostariam ou como o eleitor precisa ver, mas estão ai! O foco é mostrar torcida, apoio em todas as áreas e classes sociais. Nas redes sociais as eleições também já começaram! Quem não recebeu ainda pelo watshapp um vídeo ou mensagem de política? E os candidatos estão voltando a “moda antiga usando muita saliva e sola de sapato”. Os deputados que buscam a reeleição levam vantagem neste pleito, pois embora enfrentem praticamente a mesma rejeição dos iniciantes, os veteranos são mais conhecidos e tem obras e eleitores para mostrar. No governo municipal um comportamento chamou a atenção dos “antigos” da política: a lealdade do governo municipal aos seus deputados. Dizem que o próprio prefeito e vice falaram aos servidores da “necessidade de apoiar a reeleição dos deputados Dimas Fabiano, federal, e Dilzon Melo, estadual”. O empenho de Antônio Silva e Vérdi Melo chamam a atenção. Ainda mais a lealdade de Antônio Silva, que no passado já deu mostras que “não e de fazer força por terceiros”. A mudança na postura política vai ficar como legado de Antônio Silva, que “curou feridas do passado, apoia políticos com quem brigou no passado e pretende eleger como sucessor, o vice, que o fez responder pela única CPI de sua vida”. Realmente o Antônio Silva de hoje não é o mesmo de ontem!

O Legado 2

Já o vice-prefeito Vérdi Melo (PSDB) tem lealdade política ainda mais espantosa que o prefeito. Afinal, Antônio Silva apoia um deputado de seu partido e outro que se destacou por ser o que mais ajudou Varginha com emendas parlamentares e apoio nas demandas de Brasília! Já o vice-prefeito nem mesmo cogita apoiar um candidato de seu partido! O PSDB local está restrito ao apoio “ao vice e não aos deputados”. Ou seja, o apoio dado agora pelos tucanos à Dilzon e Dimas, esperam ser revertido em apoio a Vérdi em 2020.

O PSDB não lançou nem apoia nenhum de seus candidatos a deputado estadual ou federal, vão trabalhar apenas pela candidatura de Anastasia ao Governo de Minas. Pelo que se vê, a arte da paciência e pragmatismo tomou conta do governo municipal. Enquanto Vérdi Melo “paga antecipado o apoio que quer no futuro e aguarda com paciência sua vez, Antônio Silva caminha para a aposentadoria com o pragmatismo de ser grato a quem verdadeiramente esteve ao seu lado, mesmo que sejam desafetos do passado”. Não será agora que Vérdi Melo vai aprender tudo que precisa para agregar toda a base de apoio que precisa no futuro, mas com certeza, nas eleições de 2018, o vice consolida o apoio parlamentar que busca: o importante apoio de Dilzon Melo e Dimas Fabiano para 2020. Quanto à lealdade de Dimas Fabiano não resta dúvida, o parlamentar não chegaria onde chegou se não fosse grato aos aliados. Já quanto a Dilzon Melo, este não é reconhecido por sua “lealdade”! Ademais, hoje o PTB não tem ninguém para apoiar em 2020, o que deve ser um grande estímulo aos tucanos.

Balão de ensaio

As candidaturas de Zacarias Piva e Vismário Camargos a deputado estadual chegam a emocionar quem desejava ver uma eleição com nomes novos! Aqueles que não gostam de votar em reeleição e gostam de alternância de poderes! Contudo, nos bastidores da política, as duas candidaturas são vistas com olhos diferentes. Poucos acreditam no “sucesso político imediato” dos candidatos, mesmo porque, existem muitos que acreditam que o vereador do PP e o médico do Democratas não estão “mirando nas eleições 2018, e sim na disputa de 2020”. Não é mistério que Zacarias Piva do PP sonha em ser candidato a prefeito, da mesma forma que o médico cardiologista, Vismário Camargos, contudo, uma eleição de deputado, mesmo sem sucesso nas urnas, pode dar a mídia e destaque que se procura para impulsionar uma candidatura a prefeito! Ainda tem muito para acontecer, mesmo porque, para Zacarias Piva o caminho é longo, o edil precisa enfrentar dentro de seu próprio partido e grupo político o vereador Leonardo Ciacci, que também quer ser prefeito em 2020. Leonardo Ciacci é o número um no partido para esta disputa, e não parece que vai abrir mão com facilidade! Já Vismário Camargos tem caminho ainda mais tortuoso, vai enfrentar uma eleição como candidato pela primeira vez e sem muitos amigos para carregar o alto preço e grande desgaste de uma eleição. Vismario disputa uma vaga na Assembleia Legislativa pelo Democrata, onde tem poucos amigos e quase nenhum apoio. O médico vai contar com alguns poucos que sobraram do seu antigo partido, o MDB, principalmente o vereador Carlos Costa, que será vital para o sucesso de sua campanha em Varginha. Aliás, Carlos Costa é também um possível candidato a prefeito em 2020, seu apoio agora a Vismário será um “teste de transferência de apoio” que não deixa de ser uma vitrine, afinal, o médico é ficha limpa e tem serviços prestados. A dúvida é se, em 2020, Vismário terá com Carlos Costa a mesma lealdade e retribuição do apoio! A conferir!

Juventude monitorada

A política dá voltas e as eleições de 2018 caminham apontando o futuro de outras disputas importantes em Varginha. Uma delas é pela presidência da Câmara de Vereadores em 2019. A eleição acontece no final deste ano, após as eleições de governo e parlamento estadual e federal. Mesmo parecendo disputas distintas, tem relação próxima. Não é por acaso que os vereadores estão todos engajados nas eleições de seus deputados e “construindo relacionamentos” para uso imediato após as eleições de outubro próximo. O atual presidente da Câmara de Varginha, Leonardo Ciacci, já foi melhor como líder do Legislativo. Nesta sua administração, que por sorte passa rápido, Ciacci, conseguiu adquirir “descontentes e muita chateação com sua administração cabisbaixa e subserviente ao Ministério Público. Mais um pouco, poderia transferir as decisões do Legislativo para a Vila Pinto”. Mas por sorte, uma nova mesa diretora está sendo arquitetada para 2019. Um jovem vereador de primeiro mandato deve ser o próximo presidente. O jovem vereador ainda não tem a mesma experiência de Ciacci, mas caminha com a mesma “tutela que levou Ciacci ao reconhecimento”. Ciacci começou sua vida política monitorado pelo sogro e ex-prefeito Aloysio Ribeiro de Almeida. O ex-prefeito ensinou a Ciacci o tratamento e carinho que de deve dar ao eleitor. Aloysio também ensinou que o chefe de um Poder constituído deve ser independente e saber enfrentar desgastes, mas esta aula Ciacci deve ter faltado. O próximo presidente da Câmara, espera-se, será um líder corajoso! Mesmo porque, embora seja um vereador em primeiro mandato, o edil tem o acompanhamento direto do pai, que já foi prefeito e deputado, sendo uma das raposas da política local. Será que o filho vai seguir os caminhos do pai?

Perguntar não ofende

Geisa Teixeira vai conseguir a reeleição? Zacarias Piva ou Vismário Camargos terão em Varginha mais de 15 mil votos? Quantos votos terá o “apocalíptico” Juliano Rodrigues? As respostas destas perguntas vão afetar diretamente a eleição de 2020.

A Copasa continua tendo a mesma “empresa preferida” para obras em Varginha e região? Porque a empresa de obras e saneamento, ligada a um deputado estadual da oposição continua sendo a preferida? Isso mostra bom serviço ou um lobby forte?

PT do B ou união partidária?

As eleições de 2018 trouxeram grandes desafios para o PT de Varginha. A deputada estadual Geisa Teixeira, que até fez bom trabalho na região, mesmo com o governo estadual petista sem muitos recursos, está viajando a região em busca de votos e apoio. Geisa Teixeira não tem dinheiro para a campanha e poucas chances de conseguir dinheiro para tal. Sua esperança financeira está na parceria com outros parlamentares e na união de sua base na cidade. Ocorre que um de seus principais lideres na cidade, o ex-vereador e atual diretor do Hospital Regional, Rogério Bueno, é comprometido com o candidato a reeleição Odair Cunha, que resolveu na última hora manter sua candidatura a deputado federal. E Odair Cunha, que também é do PT, tem compromisso assumido publicamente com outro deputado estadual e não com Geisa Teixeira. A princípio, boa parte dos petistas de Varginha estavam ressentidos com o agora candidato a reeleição Odair Cunha porque o mesmo havia declarado apoio a outro candidato a estadual na região do Sul de Minas. Contudo, como o mundo dá voltas, Odair Cunha que sonhava ter pavimentada uma candidatura a Senador com o apoio do governo estadual, acabou por perder a chance de disputar o Senado e perdeu o comando da campanha majoritária de Pimentel. Brigado com boa parte dos medalhões petistas estaduais, Odair voltou-se para o Sul de Minas e, agora, os votos de Geisa Teixeira em Varginha são tão importantes para o ex-secretário de governo, como é o apoio financeiro para Geisa! Trocando em miúdos, será que a necessidade vai fazer que o PT se unifique nas campanhas de Geisa estadual e Odair Federal em Varginha?    

Mais impostos: Dobra royalty do minério

Após o aumento da alíquota da CFEM do minério de ferro de 2% para 3,5%, a arrecadação dos municípios mineradores com a contribuição dobrou. A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG) produziu, em setembro, um novo levantamento sobre o panorama da atividade mineral no Estado e no país. Minas Gerais depende muito dos recursos da mineração, sendo uma das principais atividades do Estado. O imposto da CFEM é redistribuído para todos os municípios de Minas, inclusive Varginha, que mesmo sem tem grandes jazidas de minério de ferro ou outros minérios de destaque, recebe uma boa grana com o imposto. O estudo apontou que a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), no mês de agosto, em todo o Brasil, cresceu 97% em relação ao mesmo mês do ano passado, alcançando mais de R$ 271 milhões. A arrecadação de toda a CFEM entre janeiro e agosto deste ano corresponde a cerca de R$ 1,842 bilhão, já ultrapassando todo o montante arrecadado em 2017, que foi de R$ 1,837 bilhão. Em Minas Gerais, a arrecadação da CFEM em agosto alcançou quase R$ 114 milhões, valor mais do que o dobro do recebido em agosto de 2017, que foi de R$ 54,3 milhões. Esse é o melhor resultado quando comparado aos demais meses de 2018. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, Minas teve crescimento de quase 54% comparando com o mesmo período de 2017. O montante acumulado nos oito meses de 2018 totalizam cerca de R$ 805 milhões e já ultrapassam o total arrecadado em todo o ano de 2017, que foi de R$ 777 milhões. Mas não se engane, o aumento de impostos, de alguma forma, vai redundar em aumento ao consumidor final, no caso, eu, você e todos os demais mortais que não são donos de mineradora.

Efeito eleições 2018

A aposta do mercado é a de que o dólar chegará a 2019 em R$ 3,90. Porém, a depender do perfil do novo presidente, a história muda. “Mantivemos a nossa projeção de taxa de câmbio em 3,90 reais por dólar no fim de 2018 e 2019. Existem riscos para  essa projeção diante das incertezas doméstica e internacional”, diz trecho do relatório do Itaú Unibanco. Alias, com suas previsões e grande colchão de lucros bilionários ano após ano, os grandes bancos são os únicos que estão ganhando dinheiro no Brasil! Os demais precisam de uma infinidade de fatores para gerar renda e emprego, ou simplesmente pagar as contas.

Cerca de 2 milhões de mesários

Pelo menos 1,9 milhão de mesários devem trabalhar em todo o Brasil durante o primeiro turno das eleições deste ano. A estimativa é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base em uma norma que determina, no mínimo, quatro mesários por seção eleitoral. Segundo o TSE, cerca de 50% do total de mesários são voluntários. No exterior, aproximadamente 7.000 pessoas também participam como mesários. Esse eleitor poderá votar apenas para presidente. O número exato de mesários só deve ser oficializado após o primeiro turno das eleições, de acordo com o TSE. Nas eleições de 2014, o órgão estimou em 2,4 milhões o número de pessoas atuando como mesários. Em 2010, o número divulgado foi de 2,1 milhões de mesários. O Estado de São Paulo reúne o maior número. Serão, pelo menos, 388.672.

 

 

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