Após ter escrito em janeiro deste ano o primeiro artigo sobre o tema, um leitor bastante cético me enviou a seguinte mensagem: “ as tais autoridades que você cita no texto não estão nem aí para o problema, se estivessem já tinham resolvido. São um bando de preguiçosos! ”. Respondi: “ Entendo a sua indignação, mas, como cidadão eu escrevo para fazer a minha parte, procurando ir além da crítica e apontar soluções que entendo realizáveis”.
Depois, refletindo sobre o comentário que o leitor enviara, pensei que ele talvez tenha razão; nem sempre os problemas que afligem a população da cidade são levados em consideração por aqueles que deveriam analisa-los e resolvê-los. Não é a primeira vez que isso acontece e nem será a última. Em nosso decadente sistema político, os interesses da minoria mormente se sobrepõem aos da maioria.
No caso das queimadas em nosso município, as soluções que apresentei de modo detalhado no primeiro texto exigem interesse e vontade política, pois, trata-se, sobretudo, de ação preventiva da saúde da população.
E para que elas sejam levadas a bom termo, em primeiro lugar é preciso trabalho em equipe das secretarias municipais da educação, saúde, meio ambiente, obras e serviços públicos, além dos serviços de comunicação social da prefeitura, da guarda municipal, da polícia militar ambiental e outras parcerias. Num segundo momento, caso necessite, será necessário também atuação do Ministério Público que, segundo Constituição Federal, é o curador do meio ambiente e deve agir para cumprir com essa obrigação.
Sendo assim, a ação básica deste empreendimento é o trabalho. Se não houver essa disposição, provavelmente a população de Varginha vai amargar mais um ano de ar poluído com suas danosas consequências. Isso, graças à falta de ação dos detentores do poder público para conter os atos delituosos. Que, a priori, são da responsabilidade tanto dos proprietários de terrenos na área urbana que, ao descumprirem a lei que os obriga a mantê-los limpo e cercados, criam as condições para que o crime ambiental ocorra; assim como dos vândalos de plantão que impunemente perpetram as queimadas.
No mais, caro leitor, se este ano tudo permanecer como dantes, todos teremos razão suficiente para concordar que ao invés do trabalho, a preguiça está fortemente instalada nos poderes que deveriam trabalhar pelo bem-estar e qualidade de vida dos munícipes; cidadãos, trabalhadores e contribuintes.