2018 está aí e nós como estamos?
O Brasil é, definitivamente, um país de engasgantes paradoxos. Se, por um lado, busca se consolidar como uma potência mundialmente respeitada, por outro, vive sob um enorme tapete empoeirado, onde a exceção é regra e a regra é exceção.
Logo no começo do ano (este trecho contem ironia) fomos surpreendidos com a indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB) para o Ministério do Trabalho. De mandato pouco expressivo, poderia ser só mais um ajuste de cadeira fortuito e corriqueiro no comando de um ministério. Entretanto, a deputada, que é filha do ex-deputado Roberto Jeferson – digitando no google, o site completa com “mensalão” – tem duas condenações por violação de leis trabalhistas. Eis aí mais um caso onde o lobo cuida do galinheiro.
Aqui de Minas, irradiamos para o Brasil inteiro um sentimento de vergonha alheia que deixou muita gente de boca aberta e com vontade de tapar os ouvidos para as explicações estapafúrdias do governo do estado na tentativa de justificar a nomeação de um sujeito que acumulou 120 pontos na carteira de motorista para diretor do Departamento de Trânsito – Detran. O delegado César Augusto Monteiro Alves Júnior, entregou sua carteira de habilitação alegando que não recebeu nenhuma notificação sobre as infrações. Acredite.
No Rio Grande do Norte, mais um estado fod#$% pela incompetência política de nossos gestores, policiais civis e militares, bem como os bombeiros, entraram em greve por conta do atraso no pagamento dos salários. A justiça estadual determinou que os comandantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, e o delegado-geral da Polícia Civil prendessem os policiais responsáveis por incitar, defender ou provocar a paralisação. Ninguém foi preso. Vale perguntar se a determinação da justiça fosse dirigida a outra categoria os militares deixariam de cumpri-la? No Brasil, polícia não prende polícia. Com o devido respeito a reivindicação justíssima dos policiais, mas fato é que legalmente, eles não tem o direito a greve.
Em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Mas aqui, é ainda pior, na casa do ferreiro, não é o ferreiro quem mora e, portanto, nem espeto tem.
2018 está aí e nós como estamos? Estamos em ano eleitoral.