A mudança de partido da vereadora Racib da Acrenoc, que deixou o PSD para filiar-se ao PTB, foi mais uma mudança política neste disputado período da janela partidária. Muitas articulações estão em curso, e a saída de Racib, do PSD, partido do deputado federal Diego Andrade é vista como uma “resposta” do governo á perda do PR, que não mais apoia a reeleição de Antônio Silva. Vale lembrar que Rômulo Azevedo (PRTB), com a ajuda de Diego Andrade (PSD), tomou o PR de Adilson Rosa e entregou a legenda nas mãos do vereador Pastor Fausto. Na sequência, o PSD de Diego perde uma vereadora que agora entra no apoio a reeleição, e assim caminha a humanidade e a disputa de poder! As eleições 2016 já começaram.

PMDB e PT mineiros já caminham em um acordo tácito de independência nas eleições municipais, em que cada qual monta seu próprio palanque e lança seu candidato a prefeito nas maiores cidades. Não há tratativas a respeito disso entre as cúpulas dos partidos. Mas, as conversas preliminares sobre campanha dentro das legendas apontam essa tendência.

Em Varginha é certo que o PT terá candidato ao Executivo, e as dificuldades enfrentadas pela legenda com a onda de corrupção mostrada na Lava Jato, somada à natural desconfiança que os petistas locais possuem das outras legendas, pode fazer com que o PT tenha uma chapa puro sangue para as eleições 2016.

Já o PMDB realizou no último sábado (05/03), mais uma reunião da executiva municipal com vários filiados e nomes que disputaram as eleições em 2016. No evento o novo vereador peemedebista, Carlos Costa, foi recebido com festa e apontado como nome forte na legenda para a disputa a prefeito. Outros nomes ainda estão em estudo. Trocando em miúdos, o PMDB pode não ter definido, ainda, seu candidato a prefeito, mas já sabe que diferente da esfera nacional e estadual. Em Varginha o PMDB vai passar longe do PT.

Tendo em vista a racionalidade e pragmatismo do prefeito Antônio Silva quando se trata de ações de governo que afetam a reeleição, é realmente incompreensível a absurda proposta da administração do PTB de oferecer uma fortuna ao Boa Esporte para manter o clube na cidade. Com a crise financeira batendo às portas e as inúmeras prioridades da cidade como Saúde, Segurança etc, não há explicação para Antônio Silva querer bancar o Boa com o dinheiro do contribuinte! Esta decisão certamente vai causar estrago na imagem do prefeito e do seu governo. Além disso, nesta altura do campeonato esportivo, onde o Boa esta jogando muito mal, e do campeonato eleitoral onde deslizes podem liquidar as chances do candidato a reeleição, o uso de dinheiro público para bancar um time de futebol enquanto faltam recursos em áreas vitais da cidade é praticamente uma sandice do governo, beirando a desvio de caráter.

O que vai manchar mais o governo Antônio Silva na disputa eleitoral deste ano: A surra que a administração esta tomando do mosquito da Dengue ou a subvenção polpuda de dinheiro público que o governo municipal deseja dar ao Boa Esporte?

A cadeia pública de Varginha com capacidade de 92 presos abrigando 328 ou o cemitério municipal onde já não há espaço para sepultamentos e segurança! Onde a superlotação é maior e mais desumana? Onde o ser humano é mais desrespeitado?

Entendo que a condução coercitiva de quem está disponível e não se recusa a prestar declarações é mesmo um abuso de autoridade, e pode criar uma pratica absolutista no Judiciário brasileiro. Mas, você não acha que o Brasil acordou mais feliz na última sexta?

Revolta e insatisfação de servidores na Fundação Cultural de Varginha, Guarda Municipal e Secretaria de Saúde, às vésperas de uma eleição fazem Antônio Silva se perguntar: O que fazer com Graça Moura? Como agradar oficiais? Onde conseguir mais recursos?

Seria verdade que uma eventual ordem da cúpula da Fundação Cultural teria vedado, na TV Princesa e Rádio Melodia, a entrevista e cobertura jornalística da atuação do vereador Rômulo Azevedo (PRTB), e do presidente da ACIV Aloysio Ribeiro de Almeida?

O chamamento feito pela Frente Brasil Popular Minas, envolvendo movimentos sociais de esquerda, sindicatos, PT, PCdoB, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) para protestar contra a condução coercitiva do ex-presidente Lula na última sexta-feira (04/03) não deu ibope em Varginha. Em Minas apenas BH registrou manifestação expressiva de apoio ao ex-presidente. Em Varginha os petistas, mais uma vez, se calaram e alguns poucos reduziram o protesto a posts em redes sociais. Parece que na cidade as manifestações pró-PT carecem de mais quorum e coragem, afinal, fica cada dia mais difícil defender o indefensável.

A celeuma envolvendo a superlotação da cadeia pública de Varginha já é problema antigo e dificilmente vai se resolver sem que aconteça uma tragédia! Instituições como o Poder Judiciário, Ministério Público, OAB e agora também a Defensoria Pública denunciam a “bomba relógio prestes a explodir” que virou nossa cadeia pública.

É fato que a atual cadeia construída com capacidade para 92 presos abrigar hoje 328 é um absurdo! Todavia, maior absurdo ainda seria, fundamentado nesta urgente necessidade de desafogar a cadeia de Varginha, construirmos um presídio na cidade para concentrar aqui a escória criminosa do Sul de Minas. Em outros momentos do passado algumas autoridades tentaram construir em Varginha um grande presídio alegando que tal obra iria desafogar a cadeia pública, gerar empregos e aumentar a segurança! O intuito destas lideranças, à época, era derrubar o artigo 9º da Lei Orgânica do município que veda a construção de presídios ou centros de internação na cidade. E o legislador foi cauteloso, e ouviu o povo para criar tal artigo. 

Afinal, a construção de um presídio na cidade poderia resolver o problema de vagas, mas temporariamente, pois certamente em pouco tempo criminosos de várias regiões de Minas, e talvez até de outros estados, logo estariam encarcerados aqui, aumentando ainda mais a insegurança dos moradores, principalmente dos vizinhos a tal obra.

Além disso, o eventual ganho de empregos e renda gerados com a construção e manutenção de tal presídio em Varginha não compensaria a insegurança, risco e transtorno gerado com tal obra e seus ocupantes. Basta ver cidades como Ribeirão das Neves e muitas outras cidades marcadas pela insegurança, violência e transtorno gerados pela instalação de presídios.

Ademais, se a cadeia municipal, construída com recursos locais, abrigasse apenas os detentos da cidade, certamente não estaríamos nesta situação preocupante de hoje. O prudente e operoso defensor público, Rodrigo Murad do Prado, pede a interdição da cadeia pública local pois, sabe que precisamos urgentemente impedir que novos detentos da região aportem aqui, e que o local precisa de mais estrutura para garantir a segurança. Mas parece óbvio que construir um presídio não é o desejo da maioria do povo de Varginha.

O retorno dos voos no aeroporto de Varginha foi muito comemorado pelos representantes do governo municipal, passageiros, empresários do setor de turismo e, sobretudo, por alguns poucos e grandes empresários com fortes investimentos no entorno do aeroporto. Acontece que o retorno dos voos é o primeiro passo para uma série de outros investimentos fundamentais para a viabilização econômica do local e dos grandes empreendimentos no seu entorno. O fato do governo federal, e agora também o estadual, estarem em mãos petistas pode fazer mudar o comportamento político destes empresários interessados no aeroporto. Ocorre que muitas das decisões envolvendo o local vão passar pela esfera estadual e federal, contudo, os empresários locais que muito já investiram no complexo comercial do aeroporto não são simpáticos ao PT, porém, a “necessidade” pode fazer muitos empresários voltarem a “tolerar e até financiarem petistas no estado”. A conferir.

A perda do Partido da República no apoio a reeleição é o menor dos problemas do prefeito com os peerristas do governo. É sabido que as indicações do PR, sobretudo na Fundação Cultural tem gerado muito transtorno ao chefe do Executivo. Graça Moura, presidente da Fundação, é um dos mais polêmicos, e o prefeito já não sabe mais o que fazer para “contornar obstáculos em favor da governabilidade da fundação”. Todos os dias são e-mails, reclamações, dossiês, denúncias e ameaças de servidores do setor, muitos insatisfeitos com Graça Moura.

Lado outro, o calendário cultural e apresentações na cidade são cada dia maiores e diversos projetos tem sido tocados com pontualidade pelo polêmico presidente da Fundação! No fritar dos ovos, o Executivo não pretende mudar o comando da Fundação Cultural enquanto o presidente da instituição estiver entregando resultados, ou então, caso surjam graves desvios de conduta e má utilização de recursos públicos, o que até agora não aconteceu, em que pese as muitas e variadas denuncias envolvendo a área cultural. Trocando em miúdos, apenas com “track o trono de Graça Moura não cai, será necessário uma bomba para isso”.

O Legislativo municipal voltou a discutir o resíduo sólido em Varginha. A cidade não possui um bom plano de saneamento básico, que foi feito a toque de caixa apenas para atender demanda com a Copasa. De certo mesmo quanto ao lixo em Varginha sabemos apenas que o Executivo gasta milhões dos nossos impostos para fazer um serviço que não merece elogio.

Além disso, os graves problemas como a contaminação de nascentes de água, desmatamento, lixões irregulares e outros problemas ainda fazem parte da vida cotidiana da cidade. Exemplo dos atrasos e promessas com relação ao meio ambiente é a coleta seletiva do lixo prometida todos os anos e que até o momento não saiu do papel. Outro caso é a recuperação do lixão municipal nas proximidades do Bairro Corcetti. No local há graves infrações ambientais e nascentes de água contaminadas e não se tem notícia de que o lixão tenha sido interditado, pelo contrário, todos os dias varias toneladas de lixo são despejados no local.