Estimados Senhores Dirigentes e Administradores da Cidade de São Paulo,
Venho parabeniza-los pela louvável iniciativa de resgatar os blocos carnavalescos na paulistana Avenida São João. As apresentações estiveram belas e emocionaram o grande público. Entretanto, faço algumas ressalvas e alguns comentários pertinentes, a meu ver, sobre o evento e a sua organização:
- O bloco “Não Empurra que é Pior”, além do infeliz nome tinha música e letra deploráveis. Atrasaram muito a apresentar-se e desanimaram os foliões que se debandaram na madrugada metropolitana. A última apresentação na manhã vindoura foi prejudicada pois o público não suportou a longa espera provocada por razões desconhecidas.
- O apresentador, pouco profissional , era repetitivo e não sabia o que fazer. “A quem devo mesmo agradecer? Me dá uma mão aí”, bradava ele no microfone. Após receber a solicitada ajuda, caiu em pieguismos de agradecer sem cessar à Subprefeitura da Sé, ao Prefeito Haddad, SpTuris... Na verdade são os políticos que deveriam agradecer à população pela entrega de seu voto e de sua confiança para gerir a questão pública.
- A Prefeitura de São Paulo, a Subprefeitura da Sé ,e os demais citados, apenas estavam cumprindo o seu dever e as suas obrigações ao propiciar lazer e cultura à população.
- Nos intervalos, as vezes longos, entre a apresentação de um carro alegórico de outro grupo, o apresentador poderia finalmente instruir a população presente a qual soube, inutilmente, do slogan “Pátria Educadora” proferido pela mandatária desta Nação.
- Não teria sido oportuno aproveitar desta excelente ocasião para instruir de forma efetiva as pessoas que aguardavam o desfile? Como exemplo: quantas subprefeituras tem São Paulo? Quais são elas? Quantos bairros e distritos existem na Capital? Quantos municípios compõem a rede expandida da Grande São Paulo? Quantas Escolas de Samba existem ao todo? Quais delas fazem parte do Grupo Especial?
- Outras informações poderiam fazer parte do repertório do lastimável apresentador: quantos museus existem no solo paulistano? Quantas galerias de arte? Quantos teatros? Quantas salas de cinema? Quantos templos? Quantas festas pagãs e religiosas? Quantos eventos de grande porte?
-Informações relevantes sobre a capital paulista também poderiam ser disponibilizadas pelo locutor desavisado: quantas linhas e estações de metrô existem? Quantas linhas e pontos de ônibus estão na grande cidade? Quantos terminais rodoviários, aeroviários ...? Quantas vias cíclicas?
- Ou ainda: quantas etnias usufruem da "mãezona" São Paulo? Quais são elas? Quantos Parques e Bosques Urbanos propiciam lazer gratuito aos habitantes de São Paulo?
Honesta e sinceramente, como é fraca a vossa comunicação!!!! Perder uma ocasião como esta, a festa do Carnaval, para instruir a população sublinha, mais uma vez, prova de despreparo, de falta de cultura, de sensibilidade e de educação por parte dos organizadores.
“Ficar rasgando cedas em agradecimentos inúteis e insensatos aos políticos e àqueles que devem cumprir suas tarefas com recursos do erário público ou da iniciativa privada me parece aberrante”.
O brasileiro já não suporta mais este teatro.
Perdeu-se portanto a grande oportunidade, reitero, de interessar o grande público por questões essenciais à cidade nas áreas de cultura, lazer, educação, meio ambiente e tantas outras indispensáveis à boa formação de um cidadão.
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