Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Mudar para melhorar; Muito sossego e muita política; Desafio feminino; Flor no lodo!; O preço da Lealdade
12/02/2016


Mudar para melhorar

A coluna vem observando uma mudança nos leitores. Estão cada vez mais exigentes, críticos, questionadores. Não deixam passar nada, por menos relevante. Isso pode ser incômodo às vezes para os jornalistas, mas tem o efeito muito positivo de forçar a imprensa a se tornar melhor. Recebemos vários e-mails diariamente com críticas, sugestões e reclamações mas, sobretudo, com informações e denúncias, muitas delas com riqueza de documentos e provas do alegado.

Muito sossego e muita política

No Carnaval que passou em Varginha mais uma vez não teve festa! A promessa política de ressuscitar a festa de momo não saiu do papel. Porém teve muita gente que gostou da tranquilidade e outros também que não tiveram como reclamar do corte de recursos do Carnaval tendo em vista a crise e as prioridades do município.

Trocando em miúdos, o prefeito Antônio Silva não tinha melhor hora e motivo para fazer o que gosta: cortar despesas. E desta vez com o “plus” de que quem reclamasse, seria crucificado pela opinião pública, tendo em vista a crise econômica, Dengue, violência etc! Realmente não era hora de “fazer política com festa de Carnaval”.

Porém, quem disse que não foi feito política no Carnaval? Bem as ações foram discretas e esparsas pela cidade. Atividades sociais como na Praça de Esportes e Cultura, no Jardim Estrela, ações preventivas da Guarda Municipal, ações preventivas na área de saúde e muitas ações em escolas e creches, mesmo durante o Carnaval mostram que o governo municipal estava presente no dia-dia de muitas comunidades! E não faltou quem comentasse nas rodas o “empenho do prefeito” para manter a máquina funcionando! Ou seja, com a oposição petista atordoada pelos escândalos nacionais denunciados na Lava Jato, a terceira via política apenas com a movimentação de bastidores, a “equipe da reeleição” trabalhou pela cidade “plantando sua versão da política” sem ninguém para contradizer! 

Flor no lodo!

Lei, de autoria do vereador Rogério Bueno (PT), garante o estacionamento gratuito a idosos e deficientes se os veículos estiverem credenciados e estacionados nas vagas demarcadas para idosos e deficientes. A partir de agora, idosos e deficientes que estacionarem seus veículos nas vagas demarcadas e que estejam devidamente credenciados, não precisarão pagar a área azul.

O direito, que já é garantido aos idosos, precisava de uma legislação específica no âmbito do Município, para que não fosse desrespeitado. A Lei Municipal é de autoria do vereador Rogério Bueno e foi sancionada pelo Executivo. O vereador Rogério Bueno (PT), por sua atuação até aqui, muito se diferencia da imagem de seu partido no Brasil.

Com imagem arranhada em todo o Brasil devido aos escândalos, o PT padece a cada dia e tem perdido expoentes políticos em todas as esferas de poder, são vereadores, prefeitos, deputados e senadores que promovem uma “diáspora” do PT, preocupados em não se reelegerem.

Em Varginha, o petista histórico e vereador Rogério Bueno parece não se preocupar com seu destino político na legenda que parece afundar. Pelo contrário, Bueno tem sonho de ser candidato a prefeito pelo PT. Sonho não tão difícil de acontecer, mas difícil de ser vitorioso no momento. Com boa relação com o governo do PTB, e conversa direta e constante com quase todos os partidos, Rogério Bueno é, até aqui e pelo que se sabe no momento, uma “reserva moral do PT Varginha”. Embora nunca tenha passado pela “desafiadora eleição majoritária” onde o candidato enfrenta todos os seus “medos, seu passado, presente e futuro”. Neste quesito, Rogério Bueno parece ter um grande desafio, afinal, o vereador chegou ao poder através do movimento carismático da Igreja Católica, quando ganhou sua primeira eleição e também onde conheceu o atual poderoso secretário estadual de Governo, o deputado Odair Cunha. Hoje, dizem os adversários, “Rogério Bueno está mais longe de Deus e próximo de Odair Cunha”! Quem sabe isso não seja um “mau presságio”.

Desafio feminino

Outra figura importante e enigmática do nosso Legislativo é a vereadora Racib Faria, da Acrenoc. Única representante das mulheres na Câmara de Varginha, Racib é uma mulher lutadora, que venceu e se destacou pela luta às drogas na ONG Acrenoc. A edil foi determinante na escolha da atual mesa do Legislativo onde, após mudança de rumo político, rompeu com o Partido Progressista – PP e elegeu o vereador novato, Rômulo Azevedo (PRTB) para a presidência do Legislativo.

Racib pagou caro pela mudança de rumo, perdeu a legenda, apoios e até votos, todavia, abriu um mundo novo, onde poderá ter maior independência, mas também terá desafios muito maiores. Atualmente num partido indefinido politicamente e com fraca chapa de candidatos a vereador, Racib Faria vai precisar trabalhar muito para “fazer valer seu rompimento com o PP e a mudança de rumo político”. Se ganhar a reeleição, Racib fará história, provando que vale a pena desafiar seus líderes em busca de seus ideais. Se perder, a vereadora enterra junto a participação feminina no Legislativo, e mostrará que não vale a pena “o lobo deixar a matilha para caçar sozinho”.

O preço da Lealdade

Também nome de destaque no nosso Legislativo, o líder do governo, vereador Adilson Rosa (PR) teve papel preponderante no governo municipal. Com sua “doce persistência e insistente retórica, às vezes equivocada”, Adilson Rosa gastou saliva e sapato para liderar o governo na Câmara, ganhou adversários, inimigos, derrotas e teve que dividir com muitos as poucas vitórias que teve. Sem falar que foi um líder com “poucas benesses”. Perdeu cargos no governo e vê comprometida sua reeleição, na medida que seu puxador de votos, Pé de Chumbo, além de não seguir sua liderança, pode não mais ter uma esplendorosa votação para ajudar a puxar um segundo eleito.

Embora murmure nos bastidores e lamente em particular, Adilson Rosa defende o governo municipal em público e no púlpito do plenário da Câmara, onde é mais importante. Dos novos aliados conquistados por Antônio Silva neste mandato, talvez Adilson Rosa seja o de mais “valia, pois mesmo sem ter alto desempenho, transpira muito e tem pouco veneno”, alguém que, se vier a perder o Poder, Antônio Silva ouse chamar de “amigo”, mas se vier a ganhar a reeleição, talvez Antônio Silva chame para secretário! 

Reinventando?

São muitos os “gargalos financeiros” de uma administração. Os gastos como asfalto, merenda escolar, lixo, grandes obras de engenharia entre outros, são gastos que costumam ser supridos por poucos fornecedores. Que por sua vez cobram um alto preço! E fica cada dia mais difícil sair destes gastos, bem como escapar destes “quartéis” formados em todo o Brasil para “capturar os municípios”. Em Varginha a secretária de Educação, uma das vedetes deste governo, esta se propondo a “quebrar a lenda do alto gasto com merenda escolar” propondo um novo cardápio nas escolas! A idéia é boa e vale a pena tentar. Todavia, a charmosa secretária ainda não combateu alguns entraves do problema.

Ainda hoje, existe muito desperdício de merenda entre os alunos, sem falar nos “pequenos sumiços” de merenda nas escolas. Aliado a isso temos também a perda por vencimento e, sobretudo, a pouca utilização de produtos naturais, frescos e de baixo custo na merenda, onde a maioria é composta por produtos industrializados. O município tem condições de adquirir alimentos naturais e saudáveis de pequenos produtores locais e fim de oferecer uma merenda unicamente com produtos locais, saindo assim do monopólio das grandes empresas de merenda escolar, Todavia este é um grande desafio, que acredito, nossa secretária vai descobrir ser quase intransponível!

Peso morto

Os gastos com o Serviço Municipal Funerário – Semul, torna-se politicamente um “peso morto” para o governo, pois não se destaca como “vitrine” – (afinal nenhum governo quer se destacar por enterrar mais ou gastar mais com defuntos), todavia, a supressão deste serviço certamente iria criar grande desgaste ao governo, tendo em vista a volta da “carnificina por defuntos entre as funerárias particulares que cobravam altos preços”. Aliado a isso tudo, temos o cemitério municipal que já não possui mais espaço para tanto sepultamentos. Não é piada dizer que nosso cemitério municipal já “morreu”, exauriu suas condições de utilização. Isso pode ser facilmente comprovado pelos números e demandas do local. O sucesso do único cemitério particular da cidade também é prova da falência do cemitério municipal, e deve agradecer pela inércia do Poder Público. Este problema do cemitério municipal não pode ser “enterrado, e diferente do cemitério, está bem vivo, e precisar ser discutido e resolvido”.

Projeto Vice

O vice-prefeito Vérdi Melo (PSDB) esteve diretamente envolvido em vários projetos municipais como a volta dos voos comerciais no aeroporto de Varginha e a municipalização da iluminação pública, projetos importantes mas, que não dão o destaque político buscado pelo vice. Agora no último ano do governo, Vérdi Melo volta a encabeçar um projeto para “chamar de seu e garantir-lhe o destaque político que deseja”: a revitalização do centro da cidade. O projeto basicamente pretende mudar boa parte da Rua Presidente Antônio Carlos e calçadão da Wenceslau Braz. O vice e os técnicos da Prefeitura se reuniram com empresários para dar detalhes do projeto.

Eles também ouviram opinião dos lojistas a fim de se chegar a um consenso que permita o início das obras que vem como alternativa de propor uma nova identidade para a região central da cidade, tornando-a mais atrativa aos olhares dos consumidores, minimizando os possíveis prejuízos que poderiam ser gerados com a inauguração do Shopping, prevista para abril deste ano Shopping. O projeto será iniciado no Calçadão, contemplado a colocação de piso intertravado, instalação de lixeiras, floreiras e bancos, a criação de um espaço para apresentações culturais, possibilitando mais comodidade e acessibilidade para as pessoas que por lá passam. Vérdi Melo precisa ficar atento aos custos, tempo e aceitação da obra, já que deseja ser o “pai desta criança”. É certo que se os custos forem absurdos, a reprovação popular pode até inviabilizá-lo politicamente. Em relação ao tempo da obra o político precisa ser rigoroso, pois se a obra demorar para sair, vai trazer prejuízos aos comerciantes locais, já preocupados com a vinda do shopping.Isso também não seria bom para que deseja ser prefeito um dia.

Por fim, a maior das preocupações, a aceitação popular. É fato que fazer uma grande obra para não ser utilizada por toda a população é um crime para a imagem de um político! Vide o Melão que tornou-se um caríssimo elefante branco, ou mesmo a Praça da Estação que ainda não encontrou seu espaço na cultura e dia-dia da população, além das quintas-feiras, com o Quinta da Boa Música! Vérdi precisa ter certeza de que, o povo vai aprovar e conviver no novo centro revitalizado, do contrário, “pode estar dando seu nome a uma criança feia que poucos gostariam de ter a paternidade”. 

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