Coluna | Viver Consciente
Willes S. Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

Site: www.viverconsciente.com.br
Aprendendo com as perdas
05/09/2005


Algo muito comum e que causa sofrimento a um número incalculável de pessoas é o sentimento de perda que, invariavelmente, está relacionado a algum tipo de bem, seja ele humano, material, físico, etc. Por exemplo, quem, mesmo depois de algum tempo, ainda não lamenta a morte de uma pessoa muito querida? ou a perda de um animal de estimação na infância? ou a perda de um objeto muito valioso? Outros existem que passam tempo reclamando de alguma oportunidade perdida no passado: um bom emprego que desperdiçou, um negócio lucrativo que poderia ter realizado, uma viagem ou passeio que poderia ter feito, uma amizade ou relacionamento amoroso que não soube valorizar.

A verdade é que muitas pessoas sofrem, nem tanto porque “perderam” algo em suas vidas, mas, porque vivem alimentando suas perdas, fazendo delas seu “cartão de visitas”, sua senha negativa para obter a atenção de familiares e amigos, ou, quem sabe, até para fugir de suas próprias dificuldades em lidar com a vida. Alguém, ao ler este texto, pode até pensar: “é muito fácil falar das perdas alheias...”. Não é não, também tive minhas perdas.

Aos 24 anos “perdi” um irmão de 19 anos de idade que foi assassinado, deixando a esposa e uma filha de 1 ano. Senti imensa tristeza, era o irmão com quem eu melhor me relacionava. Porém, ao invés de me fixar na sua perda, o que fiz foi “cair na real” e tratar de mudar de vida, já que nesse período eu estava vivendo num inferno de rebeldia e revolta, e seguia também rapidamente, de modo autodestrutivo, a caminho da morte. Recentemente “perdi” meu pai adotivo, senti muito, mas, conservo comigo tudo de positivo que aprendi em nossa convivência, e sei que ele, que sempre me incentivou, gostaria que eu continuasse vivendo e procurando conservar-me no caminho construtivo do bem.

Sofri também outras tantas perdas, mas, minha conclusão é de que ninguém é feliz alimentando-as, ficando acomodado nelas, sentido-se a pessoa mais sofredora do mundo. Ninguém é feliz deprimindo-se, fechando-se a novas oportunidades, negando sua própria existência quando há muita vida lá fora para ser vivida, quando ainda há muito por fazer por si mesmo e por aqueles que os cercam.

Eu e você sabemos, nem sempre é fácil lidar com nossas perdas. Porém, o que seria da nossa existência sem os obstáculos que temos de enfrentar e vencer? Quem vive alimentando suas perdas, não percebe o quanto poderia aprender com elas. Acredite, a vida sem desafios é um tédio só, não tem cor e nem sabor. Pense: Se todo o pôr do sol fosse igual quem o admiraria? Alimente sua coragem, fortaleça sua competência pessoal e sua fé e siga em frente. Há sempre algo melhor a ser conquistado, desde que você deixe fluir a luz e a força que vêm do Sagrado que habita o mais profundo do seu ser.

Boa Reflexão. Paz e Luz para você.

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