Um passo atrás
O vice-prefeito Verdi Melo (PSDB) tem sido prestigiado pelo prefeito Antônio Silva nas negociações políticas regionais e nacionais. Verdi tem se reunido com políticos do governo federal e estadual com frequência para pleitear investimentos em Varginha. É o caso da ampliação do aeroporto, a esperada vinda do curso de Medicina, recursos para Esportes e Saúde entre outros. O vice tem construído “pontes políticas” em âmbito estadual e federal. A “evolução política” de Verdi permitiu inclusive que o vice-prefeito interagisse com “adversários petistas” históricos para conseguir melhorias para a cidade. Mas embora tudo isso possa parecer bom, como de fato é, a realidade encontrada por Verdi Melo, bem como pelos demais políticos de Varginha que garimpam oportunidades de trazer recursos para a cidade, é bem sombria e desalentadora. Nossa cidade não é “politicamente unida e competitiva”, e Varginha esta atrás de cidades como Poços de Caldas, Pouso Alegre, Passos e em alguns quesitos estamos atrás também de Lavras e Alfenas. Perdemos recentemente em PIB para Poços, já perdemos na industrialização para Pouso Alegre, em qualidade de vida para Lavras e em índices educacionais e de segurança, respectivamente para Alfenas e Passos. O quadro não é dos melhores! Vejam que em todos estes quesitos apontados o fator político é fundamental, pois o trabalho em sintonia dos entes públicos é o que capitaliza e fomenta o desenvolvimento nas áreas de industrialização, saúde, educação, segurança etc. E não é mistério que Varginha, nos últimos 20 anos, teve um governo municipal brigado ou distante do governo estadual ou federal. Estamos pagando esta conta ainda e agora, pois de forma tímida e tacanha a Prefeitura ensaia aproximações políticas do governo federal! O que é um erro, pois a União tem importantes recursos para investimento. Como o PT falhou em atrasar a aproximação política do governo estadual, hoje o governo municipal do PTB/PSDB também faz mal em “engatinhar” na construção de alianças com Brasília, que alias deseja se aproximar do governo municipal. Cidades menores que Varginha, com menor representatividade, conseguem mais recursos federais que Varginha, tudo isso em razão da forma “tímida e desunida” com que os políticos locais enxergam a maneira de fazer política. Talvez Varginha esteja atrasada e perdendo o que mais sabia fazer: Política! Estamos um passo atrás! Tomara que este “passo” seja um passo de anão, bem pequeno, e que não faça diferença para que Varginha consiga seu aeroporto de cargas, shopping, duplicações rodoviárias, faculdades, indústrias e outras obras e investimentos fundamentais para nosso crescimento. Tomara que este “atraso na política” não nos custe qualquer centavo nos gordos orçamentos dos governos estadual e federal de 2014, que independente de sigla partidária de oposição ou situação, precisam ser vistos e tratados como parceiros no desenvolvimento de Varginha.
Formação política
Aconteceu na terça feira passada (17), na Associação Médica de Varginha, a solenidade de entrega de certificados aos participantes do Curso de Formação Política do PR. O Partido da República certificou quem frequentou e concluiu com aproveitamento o Curso de Formação Política, desenvolvido através de 10 Oficinas Temáticas, realizadas nos meses de março a novembro de 2013, na sede do Partido da República aqui em Varginha. O partido é pioneiro neste tipo de formação.
Estiveram presentes na solenidade o prefeito Antônio Silva, que também ministrou uma das palestras das oficinas, o paraninfo da turma o médico Dr.Vismário Camargos Freitas, o vereador Rômulo Azevedo, o professor Francisco Graça de Moura coordenador do trabalho de formação e o presidente do PR Varginha, vereador Adilson Rosa, além de muitas outras autoridades. O PR em Varginha esta a cara de seu presidente: conciliador, sereno e se preparando para as eleições. Embora ainda não tenha definido seu posicionamento para 2014, é certo que o PR vai negociar com o que tem, ou seja, dois vereadores no Legislativo municipal e uma legenda organizada e sintonizada com a direção partidária. As presenças na cerimônia do PR também informam muito sobre aqueles que têm interesse na legenda. O médico Vismário Camargos é apontado como candidato a deputado estadual pelo PMDB, o vereador Rômulo Azevedo se diz “defender os interesses políticos” do deputado federal Diego Andrade (PSD), já o prefeito Antônio Silva precisa conseguir apoio para o deputado estadual Dilzon Melo (PTB), seu candidato em 2014. Pelo que se vê, embora o PR não seja a “noiva cobiça” das eleições, seu trabalho de base já transformou a legenda em uma “namorada gostosa”, que se espera seja prudente e leal as suas origens e não mais uma “periguete” da política local.
30 moedas de prata!
Os vereadores Armando Fortunato (PSB), Serginho Japonês (PSD), Henrique Lemes (PV), Adilson Rosa (PR), Rômulo Azevedo e pastor Fausto (PRTB) estão sendo procurados por interlocutores do deputado federal Diego Andrade (PSD). O parlamentar federal quer o apoio dos vereadores para as eleições de 2014. A exceção de Serginho Japonês (PSD), que é do mesmo partido de Diego, os demais vereadores teriam que “romper paradigmas” para apoiar o federal pessedista em 2014. O vereador Armando Fortunato (PSB) já enfrentou dificuldades em seu PSB por infidelidade partidária nas eleições passadas, quando desapontou o deputado federal e presidente do PSB Minas Júlio Delgado (PSB) para apoiar Eros Biondini (PTB). Mais um “deslize” de Armando poderia lhe custar o comando do PSB em Varginha! Que segundo dizem, pode mudar de mão a qualquer momento! Já o vereador Henrique Lemes (PV), que foi “abandonado” pelo empresário Jordálio Oliveira presidente e líder do PV municipal, poderia ficar mais “confortável” para trair a legenda num eventual apoio a Diego Andrade, mas ainda assim, o deputado federal Fabinho Ramalho (PV) majoritário do Partido Verde em Varginha não deixaria “barato aos verdes municipais” a possível traição. O vereador Adilson Rosa (PR) que flerta com facilidade os políticos de outros partidos precisa ficar atento. Em razão da importância política de Varginha, deputados federais com Bilac Pinto (PR) e Bernardo Santana (PR) vão cobrar do PR local coerência e fidelidade, ainda mais quando a legenda local flerta com um deputado visto como “inimigo político da cúpula do PR”. Além disso, o vereador Adilson Rosa precisa entrar em sintonia com seu colega de Legislativo, Pé de Chumbo, pois seria coerente no partido que ambos apoiassem o mesmo candidato, de preferência um republicano! Em relação aos vereadores Rômulo Azevedo e pastor Fausto França, ambos do PRTB, o entendimento para eventual apoio ao deputado federal Diego Andrade é mais simples, porém, a exemplo dos demais edis, não é fácil! O PRTB não tem muitos candidatos a deputados na região, o que facilita negociações com outras legendas. Porém vale lembrar que os dois vereadores do PRTB foram eleitos por uma coligação encabeçada pelo PT, de oposição ao atual governo municipal, e que vão precisar das legendas parceiras para suas reeleições em 2016, mais que das eventuais negociações com deputados agora em 2014. Trocando em miúdos, Rômulo e Fausto, precisam saber agradar primeiro os parceiros políticos locais como PT e PMDB entre outros, que terão candidato na cidade, do contrário, podem ficar sozinhos em suas próprias eleições em 2016. Não se sabe o que os interlocutores do deputado federal Diego Andrade tem negociado em troca de apoio, mas certamente, vão precisar muito mais do que promessas! Pois promessas o deputado já fez muitas e elas não fundamentam uma traição! Pelo menos na cabeça dos políticos inteligentes!
Presente de Natal
A Câmara de Varginha não aprovou o aumento do ITPU para 2014, conforme projeto do Executivo encaminhado para apreciação do Legislativo. O resultado da votação era esperado, mas os números da votação, 10 contra e 3 a favor, mostraram algo mais do que esta nos bastidores da relação entre Prefeitura e Câmara e as lideranças dos partidos que envolvem a oposição e o governo. Não houve consenso na base governista e nem na oposição. De modo geral os vereadores manifestaram a necessidade de haver um reajuste que trouxesse “justiça social” a cobrança do IPTU, que não sofre mudanças a muitos anos. Porém também houve consenso de que esta “justiça social” na cobrança do imposto não poderia ser aplicada de uma só vez, mas escalonada. Mas se a maioria dos vereadores acredita na necessidade de mudança na cobrança do IPTU, porque não foi aprovado o projeto? Bem, a coluna conversou com diversos vereadores e autoridades envolvidas nas negociações e a maior reclamação foi sobre a “condução das tratativas com o Legislativo, neste caso, e em outros assuntos polêmicos”. Muitos vereadores da base também se disseram “pressionados e até ofendidos da forma como teria sido imposta a vontade do governo”, sem oferecer “saída política para os edis junto a seu eleitorado”, ou mesmo sem benesses do governo, como atendimento dos pedidos dos vereadores ou cargos, como é comum no relacionamento entre Executivo e Legislativo no Brasil. “O Verdi (Melo – vice-prefeito) e o Leandro (Acayaba – Sec. Governo) chegam aqui cobrando aprovação (de projetos), mas muitos deles não são ideais, poderiam ser melhorados com a nossa participação, mas eles querem na marra e do jeito deles! Daí não tem como justificar isso junto aos meus eleitores, olha o projeto do aterro, o desgaste caiu só sobre a Câmara! Assim não dá, por isso votei contra! Eles têm que saber negociar” disse um vereador à coluna.
Presente de Natal 2
A votação do projeto do IPTU mostrou muito da base governista e da oposição. Começando pela oposição, vê-se que o PT não se articulou para esta votação. O vereador Rogério Bueno (PT), que se casou recentemente, não participou da votação e a participação da oposição nos discursos e articulação foi incipiente. O governo foi derrotado por sua própria base, que esta insatisfeita com a condução das negociações e falta de atendimento dos pedidos. Vale ressaltar que nas principais medidas do governo neste ano, não houve participação expressiva do Legislativo. O governo elabora sozinhos os projetos, os envia à Câmara e não aceita modificações dos vereadores, o que reduz a participação do Legislativo na condução das políticas públicas. Isso estaria incomodando parte da base. Além disso, um racha tem começado a “trincar” dois grandes partidos da base: PP e PR. O secretário de Governo e presidente municipal do PP, Leandro Acayaba, orientou os vereadores da legenda a votarem pela aprovação do projeto, mas não teria considerado a vontade da bancada, que se sente “sobrepujada” pelo secretário junto ao governo. O PP votou rachado, Racib da Acrenoc votou pela aprovação, Zacarias Piva votou contra. O presidente da Câmara, Leonardo Ciacci (PP), não precisou votar, mas chegou a dizer que era contra o aumento do IPTU. O presidente da Câmara também estaria incomodado com a pressão do secretário de Governo sobre a bancada pepista. No PR também não houve consenso sobre a votação do IPTU. O vereador líder do prefeito e presidente do PR local, Adilson Rosa votou pela aprovação, já o outro vereador republicano, Adilson Pé de Chumbo, votou contra o aumento. Nos bastidores dizem que o vereador Pé de Chumbo estaria incomodado com a “pressão e controle” que sofreria do líder do prefeito, e seu voto contrário ao governo seria uma demonstração de descontentamento e divergência quanto a pressão recebida. Pé de Chumbo costumava votar sempre em conformidade com seu partido e colega do PR.
Presente de Natal 3
Outro dado curioso sobre a votação do aumento do IPTU foi a votação dos vereadores Serginho Japonês (PSD), Rômulo Azevedo (PRTB) e Pastor Fauto (PRTB), apontados por alguns como vereadores da “bancada ligada ao deputado Diego Andrade (PSD)”. Segundo articulações políticas recentes, o deputado federal Diego Andrade, que apoiava o PT na gestão passada, teria “aderido” a este governo municipal, o que em tese, implicaria no apoio dos vereadores ligados ao deputado junto a base governista municipal. Porém não foi o que se viu! Enquanto Serginho Japonês (PSD) votou favorável ao aumento, os vereadores pastor Fausto e Rômulo Azevedo (PRTB) foram contra o aumento. Rômulo Azevedo, inclusive, costuma tomar para si o título de defensor e amigo dos interesses do deputado Diego em Varginha. Este caso que envolve os “vereadores amigos do deputado Diego Andrade”, os vereadores do PP e PR nos faz pensar “Será que estamos tendo a revolta dos comandados, ou o desmascaramento daqueles que nunca foram comandantes?”