Comendo poeira 1
Depois de anos de brigas e vaidades políticas e empresariais, a classe médica e educacional de Varginha, com o apoio do governo municipal, tem se empenhando para trazer para cidade um curso de Medicina. Nesta primeira fase de “falar e querer o curso”, médicos e empresários, políticos e duas universidades (UNIS e Unifenas) já disseram querer e sonhar com a instalação da graduação de Medicina em Varginha. Ocorre que nem só de “papo se faz concretizar os sonhos” é preciso trabalho e eficiência no agir. Neste quesito, comemos poeira de mais uma cidade ao nosso redor, que mostra mais dinamismo e eficiência nas articulações, que Varginha. E olha que a coluna não vai mais comparar algumas atuações políticas de Varginha, com Pouso Alegre, seria desumano, para os políticos de Varginha, claro! Desta vez, quem faz Varginha “comer poeira” é a cidade de Lavras. O reitor da Universidade Federal de Lavras (Ufla), professor José Roberto Soares Scolforo, anunciou na sexta-feira passada, 12/07, a criação do curso de Graduação em Medicina já para o segundo semestre de 2014. Os alunos ingressarão por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Além deste curso, foram anunciados oficialmente mais quatro cursos: Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia Química, todos para o ano que vem. Os cursos de engenharia terão 80 vagas anuais e o de medicina 60 vagas, com previsão de entradas semestrais. O curso de Medicina tem investimento estimado em R$10 milhões anuais. Para viabilizar a operacionalização do curso, a universidade vai equipar o Hospital Vaz Monteiro, a Santa Casa de Misericórdia e o Instituto Médico Psiquiátrico (Imep).
Ao mesmo tempo em que o projeto pedagógico é elaborado, terá início a construção do Prédio das Engenharias, na Avenida Sul, que vai ocupar uma área aproximada de 10 mil m2. Nos próximos três anos, serão aplicados em torno de 12 milhões de reais para a estruturação desses cursos, assim como serão investidos seis milhões para completar a estruturação dos cursos mais recentes da Universidade. Os investimentos iniciais em infraestrutura para os cursos de engenharia e medicina são da ordem de R$24 milhões.
Comendo poeira 2
Enquanto isso em Varginha... O vereador e presidente da Associação Médica, Armando Fortunato, elabora ofícios destinados da presidente Dilma aos deputados federais votados em Varginha, em busca de urgência para “ainda discutir” a necessidade e carência da instalação do curso de Medicina na cidade. Não precisa nem falar que os investimentos prometidos, pelos governos estadual e federal, para a já atrasada instalação do SAMU ainda não saíram, quanto mais investimentos para preparar nossos hospitais para residência de futuros médicos. Ah, ainda falta muito para que as autoridades estaduais e federais tratem Varginha como queremos e que nossas autoridades municipais tenham a ousadia de cobrar o que precisamos!
Plebiscito
Falando no vereador Armando Fortunato (PSB), que pertence a base do governo municipal, o edil é mais um político a reconhecer que é necessária uma redução nas tarifas cobradas pela Copasa em Varginha. O vereador propõe até um plebiscito para a população dizer se aprova ou não a renovação do contrato para que a Copasa continue com o monopólio no tratamento de água e esgoto na cidade. Eloi Mendes e Poços de Caldas, que possuem autarquias municipais para tratar da água e esgoto, cobram tarifas bem menores que as praticadas pela Copasa em Varginha, e ainda arrecadam gorda quantia de recursos para investir na cidade. A levar pela “estranha distinção e peculiar carinho” deste governo municipal com a Copasa, é improvável que a administração municipal seja determinada e firme para cobrar melhorias do serviço e redução de tarifas da estatal do Governo de Minas, mesmo que a população seja a mais interessada e beneficiada com esta desejada negociação.
Almoço grátis
Em que pese meu respeito pelos vereadores Carlos Costa (PTB) (um dos mais combativos desta Legislatura) e Jorge Direne (PT), as solicitações dos nobres vereadores quanto a concessão de gratuidade no transporte coletivo às pessoas com deficiência, que passaria a incluir também as pessoas portadoras de câncer, insuficiência renal em tratamento de hemodiálise, pessoas em tratamento fisioterapêutico, cardíacos graves, pessoas com problemas de coluna que comprometam sua locomoção, pessoas em tratamento no Caps ou portadores de outras patologias que dificultem severamente sua locomoção, como pedido por Carlos Costa, ou o pedido do vereador Jorge Direne, questionando por que a Prefeitura Municipal aceitou que a Autotrans cortasse o passe dos munícipes de R$1,00 aos domingos e feriados e se existe previsão para o retorno deste benefício. Bem, alguém precisa informar aos vereadores que, não existe “almoço grátis”! Seria muito bom e até necessárias as solicitações dos nobres edis, mas, como bem disse o prefeito Antônio Silva, “a empresa (Autotrans) não faz caridade!” Para que exista alguém que viaje sem pagar, sempre vai existir alguém que pagará mais para usar o transporte coletivo. E este alguém é sempre o trabalhador... que já carrega o peso da alta carga tributária nacional. Vamos cobrar para que se quebre o monopólio do transporte coletivo em Varginha, lutar para que as auditorias com solicitação de aumentos na tarifa sejam criteriosamente analisadas e se impeça os altos lucros em desfavor da população. Mas jogar em cima do trabalhador a conta por aqueles que não podem (ou não querem) pagar passagem, já é uma covardia absurda!
Dor de cotovelo
Entrar com o processo judicial por pagamentos irregulares de obras não concluídas na gestão passada, que culminou com a indisponibilidade dos bens do ex-prefeito Corujinha (PT) foi um “chute na caneta” dos petistas locais. Mas o governo municipal do PTB conseguir em seis meses de administração um novo conjunto habitacional com 574 casas, pelo Programa federal petista Minha Casa Minha Vida, ai já é “provocação e tortura cruel” aos defensores da administração passada, disse um observador político local. Nos quatro últimos anos da gestão passada, passou-se a idéia que, conseguir negociar com a Caixa Econômica Federal para conquistar recursos parecia algo “longe, longo e burocrático”. Agora vem este governo que disse, nos bastidores, “faltava era competência e organização”. A “dor de cotovelo” foi tamanha que os vereadores do PT chegaram a fazer questionamentos das obras alvo dos atrasos e até um vereador petista solicitou informações da prefeitura sobre o novo conjunto habitacional, “quer saber qual foi o caminho das pedras usado pelo governo para chegar na conquista!”. O vereador quer saber até o nome do novo bairro, que o prefeito Antônio Silva poderia batizar de “força de vontade” ou “arregaçar de mangas”!
Perguntar não ofende
Como será divido entre a União, Estado e Município o montante do custeio das despesas de manutenção mensais do sistema SAMU, prometido para o final de 2013?
Qual o ex-secretário municipal (que teve muito poder nos governos petistas) que não quer ser visto nem lembrado, depois que o PT perdeu o poder na cidade?
Não posso afirmar que foi o deputado estadual Dilzon Melo (PTB) que criou a tal “taxa de licenciamento veicular”, mas será que ele votou a favor ou contra o governo estadual para a criação da taxa? O que acham (e)leitores?
No meio do caminho futuro, a promessa do passado.
Questionamento do Legislativo sobre qual o quantitativo e custos estimados para a construção da mencionada ciclovia em todo o percurso da linha férrea, cujo projeto se encontra parado na Secretaria de Planejamento Urbano – SEPLA, pode fazer “ressuscitar” a promessa da ciclovia, assumida e não cumprida pelo governo passado. Será que esta administração vai cair na besteira de, também prometer uma ciclovia, que não é prioridade, em meio a tantas emergenciais a fazer e cair no descrédito da população?
O pão e circo do Planeta Bola
Minas Gerais vai receber, ainda neste ano, investimentos de cerca de R$ 787 milhões para melhoria na área da saúde pública. As medidas, anunciadas pelo governo federal, serão destinadas à infraestrutura, uma das principais reivindicações do segmento médico. Porém, a quantia ainda é inferior à empregada na reforma do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, e na construção de um viaduto de acesso, avaliadas em R$ 796 milhões. Como sempre, para os políticos do governo estadual e federal, o pão e circo vem primeiro!
Pergunta no Posto Ypiranga
A relação do prefeito Antônio Silva e do deputado estadual Dilzon Melo, ambos do PTB, é parecida com uma novela mexicana, cheia de dramas, amores e brigas. Os dois já tiveram brigas feias, amizade inseparável e de ocasião. Alias, a política é mesmo cheia de idas e voltas, e não estamos aqui recriminando a postura dos políticos, o que não deixa de ser engraçado. Mas o que chama a atenção desta vez é que, depois de tantas brigas, Antônio Silva e Dilzon Melo, por suas histórias políticas e até mesmo pela idade, parecem definitivamente terem “se encontrado, numa carinhosa amizade”. O prefeito inclusive já apelidou seu deputado de primeira hora, “sabedor de todas as soluções e alternativas”, chama-o de Posto Ypiranga. Numa referencia ao comercial de TV onde todos descobrem e encontram o que precisam no Posto Ypiranga. Por diversas vezes, aliados e secretários trazem problemas ao prefeito. Perguntam, Toninho como vamos fazer isso? Ele responde, perguntem ao Dilzon Melo. Outros indagam, prefeito como vamos conseguir aquilo. E o prefeito diz: Procura com o Dilzon Melo! O “deputado Posto Ypiranga”, profundo conhecedor dos corredores do poder sabe muito, tem créditos a cobrar com muita gente e interesses nos mais variados temas, pena que a “gasolina negociada apenas aos amigos e aliados, neste posto, é fruto do imposto de muita gente”.
Colecionador de números
O Senador Clésio Andrade (PMDB/MG) antecipou a políticos que a popularidade de Dilma sofreu queda de 12 pontos. O senador preside a CNT, que patrocina todo mês pesquisas sobre a conjuntura política nacional. Geralmente, o trabalho de campo para as pesquisas da entidade de Clésio é feito nos primeiros dias do mês. Assim, os dados de julho já estariam fechados. Na última pesquisa CNT, divulgada no dia 11 de junho, Dilma recebeu índices acima de 50% em aprovação ao seu governo (54,2%) e em intenções de voto (52,8%). Com eventual queda de 12%, tais índices cairiam para perto de 40%, ainda altos em relação ao Datafolha do final de junho, mas confirmadores da tendência de Dilma se tornar uma presidente impopular para a maioria no país. E, também, uma governante com poucas chances de se reeleger em 2014, pelo menos no primeiro turno.
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