Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Reorganizando; Alunos sem transporte; Lixão: o problema pode piorar!
09/05/2013


Reorganizando

Caso venha mesmo a sair do PMDB, em direção ao PSB, para candidatar-se a governador de Minas, o deputado federal Leonardo Quintão também leva consigo o pai, Sebastião Quintão, ex-prefeito de Ipatinga, que hoje também está filiado ao PMDB e poderá sair a deputado estadual, para dar apoio ao filho nas eleições de 2014. Os membros da família Quintão receberam convite do presidente nacional do PSB, para ingressarem na sigla.

Estratégia

A escolha para a vaga de vice-governador tem dado trabalho, tanto no PSDB quanto no PT. Entre os tucanos existem três nomes, Alberto Pinto Coelho, Marcos Pestana e Dinis Pinheiro para duas vagas na chapa majoritária: governador e vice, tendo em vista que Anastasia já deve ficar com a vaga de senador. Ou seja, alguém vai sobrar na disputa tucana. No PT ninguém irá admitir o veto ao senador Clésio Andrade, do PMDB, para vice de Pimentel. Mas, em conversas reservadas, os petistas deixam transparecer incômodo com o passado de Clésio, que foi vice-governador de Aécio e integrou a chapa de Eduardo Azeredo na campanha tucana de 1998, aquela que deu origem ao chamado mensalão mineiro. Talvez por isso, Clésio Andrade tem repetido o discurso que o PMDB terá candidato a governador e não a vice, muito embora seja corrente a tese de que PT e PMDB estarão juntos numa única chapa em 2014. Há conversas que indicam que o empresário Josué Gomes da Silva, filho do saudoso vice-presidente José Alencar, poderá ingressar no PMDB para compor na vice de Pimentel e jogar Clésio para a disputa do Senado com Anastasia. Só falta combinar isso com o senador peemedebista, e com a militância petista, que neste caso, deveria apoiar Clésio para o Senado. Também há a possibilidade de dupla candidatura na base do governo Dilma em Minas, com os aliados PT e PMDB lançando candidatos próprios ao Palácio Tiradentes e se unindo apenas no segundo turno. Com essa estratégia, o PT tenta forçar Clésio a disputar para governador, em vez de pleitear a vice de Pimentel. Os petistas preferem o senador como concorrente no primeiro turno a tê-lo em sua chapa por toda a campanha.

O mineiro da Indústria

Esta notícia vai para meu amigo Sebastião Rogério Teixeira, diretor da Federação das Indústrias de Minas – FIEMG e proprietário da Rotev Engenharia. O mineiro Robson Andrade caminha para se reeleger fácil no comando da CNI, a poderosa confederação da indústria. Ele não tem adversário à vista. Os que poderiam lhe fazer oposição estão no momento ocupados demais com outras coisas. Paulo Skaf, da Fiesp, só tem pensamentos para a política, decidido a disputar o governo de São Paulo ou outro cargo em 2014. E Eduardo Eugênio, da Firjan, anda focado em seus negócios após se associar a Eike Batista, cujo grupo vive forte crise.

Alunos sem transporte

Os estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do campus de Varginha estão sem transporte gratuito desde o começo da semana passada, embora este seja um direito garantido a alunos das escolas municipais e estaduais. O serviço foi suspenso pela Prefeitura de Varginha e gera muitos transtornos e reclamações. O diretor do Cefet, Fernando Teixeira Filho conta que soube do corte há 15 dias, quando os estudantes estavam em férias. Agora, Fernando Filho tenta um acordo com a Prefeitura de Varginha, no entanto, a secretária de Educação, Rosana Aparecida Carvalho destaca que não há chance do transporte gratuito voltar, uma vez que, irregularmente, os recursos utilizados para este transporte vinham do programa federal, “Caminhos da Escola”, destinado ao transporte escolar rural, que não é o caso dos alunos do CEFET. Será necessário que o Executivo municipal discuta e regulamente o direito ao transporte escolar coletivo aos estudantes de Varginha. O passe escolar, inclusive, foi um dos “problemas” da antiga gestão do prefeito Antonio Silva, que aprovou o passe escolar e não regulamentou a lei, o que gerou desgaste político para Silva na época. O passe escolar só foi regulamentado na gestão seguinte, pelo saudoso Mauro Teixeira (PT), que por sua vez, assegurou o benefício do passe a parte dos estudantes, esquecendo dos alunos universitários e das escolas federais, que engloba os alunos do CEFET. Ainda na gestão do PT, irregularmente, os veículos do transporte público escolar dos alunos da zona rural, “davam carona” aos alunos do CEFET, uma vez que estes veículos rodavam vazios no trecho que compreende o CEFET, ou seja, foi feita uma “gambiarra” para atender os alunos do CEFET. A bomba estourou agora, novamente, na gestão de Antônio Silva, que agora terá a oportunidade de se “redimir” com a classe estudantil pela “falha da não regulamentação do passe no passado”, ou mostrar que os estudantes não estão na lista de prioridades do governo.

Lixão: o problema pode piorar!

O governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional (Sedru), em parceria com a Associação de Municípios do Baixo Sapucaí (AMBASP), realizou em Varginha reunião com 26 prefeitos para apresentar o projeto que pode trazer o problema do lixo para apenas alguns poucos e infelizes municípios, e não em todos os 26 da Ambasp. O lixo que se tornou um problema crônico em alguns casos como o de Varginha pode até piorar, dependendo da proposta adotada pelos governos estadual e municipal. O projeto, desenvolvido pela AMBASP e pela Sedru, que foi apresentado no encontro consiste na formatação de Consórcios Intermunicipais de Gestão de Resíduos Sólidos que vão englobar 26 cidades do Baixo Sapucaí. A idéia inicial é a divisão destes municípios em seis grupos, nos quais cada arranjo municipal será atendido por um empreendimento que visa proporcionar a destinação ao lixo produzido nestas cidades. Varginha possui um lixão nas proximidades do Bairro Corcetti. O local já teve sua capacidade de recebimento de lixo exaurida e é flagrante o descumprimento das leis ambientais. O Município, inclusive, descumpriu Termo de Ajustamento de Conduta do Ministério Público para desativar o lixão, que ainda continua recebendo lixo residencial de Varginha.

Lixão: o problema pode piorar! 2

Na esteira deste longo problema do lixão em Varginha, que persiste ha muitos anos e administrações, ainda existe a infeliz escolha da região da Vargem, onde o antigo governo do PT escolheu para construir o Aterro Sanitário de Varginha. A região da Vargem é a maior produtora de frutas, leite, legumes, ovos e hortaliças de Varginha, pela lógica e bom senso, deveria ser o último lugar onde um governo escolheria para abrigar o lixo da cidade, mesmo com as (nunca) confiáveis garantias de não contaminação dadas pelo governo. Mas não foi isso que ocorreu, e a construção do Aterro Sanitário consumiu milhares de reais dos recursos municipais e o local ainda não esta funcionando.

No início deste governo, a coluna adiantou que ha grande pressão do Governo Estadual e Municipal para que o Aterro Sanitário fosse entregue para gerenciamento da Copasa, em projeto piloto e ainda desconhecido na região, mas que já gera polêmica, pois as técnicas modernas de tratamento e reciclagem de lixo não serão utilizadas pela Copasa. No encontro realizado em Varginha pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Política Urbana – SEDRU, já era esperado que o Governo, mais uma vez, fizesse pressão para que Varginha entregue o Aterro Sanitário à Copasa, porem desta vez, uma nova informação foi posta no tabuleiro de negociações: a criação de um consórcio de municípios para utilização do Aterro Sanitário. Pois bem, imaginava-se que, a exemplo das grandes capitais e centros urbanos, que estão aproveitando melhor seu território e não mais recebem lixo, mas mandam seu lixo para cidades vizinhas com aterro sanitário. Esperava-se que Varginha, que já tem uma área territorial pequena, pudesse enviar seu lixo para Carmo da Cachoeira, Monsenhor Paulo ou Campanha, por exemplo. Logicamente, com a parceria do Governo de Minas, e dando compensações financeiras ao município que fosse receber este lixo. O projeto afastaria de Varginha os problemas causados pelo lixo e o risco de contaminações do aterro sanitário local, e também não inviabilizaria, agrícola e comercialmente grande área do território municipal.

Lixão: o problema pode piorar! 3

Mas nossos governantes conseguiram construir o “pior dos mundos”, com a seguinte proposta. Depois de inutilizar agrícola e comercialmente grande área na região do Corceti, onde hoje temos o lixão, que contamina e degrada o meio ambiente e atormenta os moradores. Em seguida, construir um aterro sanitário no meio da maior região produtora de alimentos de Varginha, colocando em risco área ainda maior que no Corcetti e a saúde de toda a cidade. Depois de gastar recursos públicos na construção de um aterro que não funciona e ainda permanecer com o grave problema do lixo na cidade. Varginha que já não tem solução para seu próprio lixo, discute a proposta de receber o lixo de outras cidades no Aterro Sanitário que ainda não foi testado, colocando em risco a saúde e desenvolvimento futuro de toda uma região da cidade, que por certo será inutilizada com a criação deste “mega lixão regional”. Depois da “louca idéia” de se instalar uma penitenciária em Varginha, um doido projeto rapidamente rechaçado e encaminhado para Três Corações, agora surgem com esta idéia do Mega Lixão Regional. E pior, a pressão é forte e conta com apoio de parte do Executivo e Legislativo municipal. Será que estas autoridades não têm compromisso com as gerações futuras? Ou podemos considerar que estas autoridades gostariam de ser vizinhas do “mega lixão”? O Ministério Público não vai se apressar em saber do projeto para garantir a saúde da comunidade, como habitualmente gostava de fazer em administrações passadas? A Câmara Municipal vai aceitar tal proposta? Esta legislatura será reconhecida como “os vereadores que criaram o maior lixão do Sul de Minas em Varginha?” Quais consequências uma proposta desta pode trazer para o futuro da cidade? Você gostaria de morar ao lado de um grande lixão? Instalaria uma empresa neste lugar? Santa ingratidão, darmos a Vargem, berço da cidade de Varginha, todo o lixo das cidades da região! A coluna vai voltar a discutir o assunto, discorrendo inclusive, sobre as “razões que levam o Executivo municipal” a apoiar esta “insana proposta”!

Perguntar não ofende

Será que a pressão do Governo Estadual Tucano e Executivo Municipal vai convencer os vereadores de Varginha a “presentear” a cidade com o maior lixão do Sul de Minas?

A levar em consideração a pressão para a renovação do contrato com a Copasa em Varginha, será que a estatal terá, ao menos, a sensibilidade de igualar suas salgadas tarifas as cobradas pelas empresas de tratamento de águas de Eloi Mendes e Poços de Caldas, que são bem mais baratas que as da Copasa?

Vai ficar difícil explicar ao povo, porque a cidade que não consegue resolver o problema do seu próprio lixo, mesmo gastando na construção de um aterro que não funciona, resolve receber o lixo de outras cidades!

 

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