Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
O pagamento da fatura; Mais um acerto; Avião caindo
04/04/2013


O pagamento da fatura

O “total apoio político e financeiro” dado e conseguido pelo deputado estadual Dilzon Melo (PTB) a este governo municipal, já começou a ser cobrado. O prefeito e o vice estiveram no encontro promovido pela Assembleia Legislativa de Minas em Varginha, e com “toda ras-gação de seda” bajularam o deputado Dilzon e deixaram “bem claro aos deputados pre-sentes, servidores públicos, olheiros do governo e possíveis candidatos a deputado” que este governo e seus líderes tem um compromisso político com o deputado Dilzon e vão apoiá-lo em 2014. Em seus discursos de “reverência a tudo que o deputado já fez por Varginha”, Antônio Silva e Verdi Melo, disseram nas entrelinhas, “Se depender de nós, Varginha será o terreiro exclusivo de Dilzon, pelo menos, será o único com apoio deste governo. Servidores e amigos desta administração, que não agirem assim, serão estranhos ao governo”. O mais “constrangedor” é que como políticos experientes que são, e pelo discurso que adotavam a alguns poucos anos atrás, o prefeito e o vice, sabem bem o que Dilzon já fez por Varginha e o que o deputado estadual gosta de dizer que faz, quando na verdade, muitas das obras foram realizadas por governos estadual ou federal. Além das muitas obras que já viriam para Varginha, independente de deputado, ou mesmo as obras conseguidas por deputados como Dimas Fabiano, entre outros, e que tiveram a “paternidade” creditadas a Dilzon. Além disso, para quem conhece a história, sabe quem foi e de onde veio o deputado Dilzon e no que se tornou hoje, sabe bem que Varginha e Minas fizeram bem mais pelo parlamentar do que o parlamentar fez por Minas e por Varginha. “E como ficou caro para nós, eleitores e contribuintes, tudo que o Dilzon já fez” nestes anos como político! Mas como diz o macumbeiro, “o ruim de se colocar preço na própria alma, é que um dia o diabo resolve gastar mais e compra-la”. Nesta toada, vale ressaltar que o encontro promovido pela Assembleia também acontecerá nas cidades de Barbacena, Capelinha, Caratinga, Curvelo, Formiga, Governador Valadares, Itabira, Juiz de Fora, Montes Claros, Muriaé, Patrocínio, Santa Rita do Sapucaí, São Lourenço, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Unaí, além de Varginha, e aja prefeito e vice com “faturas a pagar a deputados” pelo interior afora.

Pagamento da fatura 2

Atendendo a um “pedido especial” do prefeito o deputado estadual Dilzon Melo encaminhou solicitação ao Secretário de Estado de Esportes e da Juventude, deputado Eros Biondini, no sentido e verificar a possibilidade de incluir o Estádio Municipal Sete de Setembro no programa de Revitalização de Estádios do Governo de Minas. O Estádio sedia diversos torneios de futebol no âmbito Municipal e regional, além de várias outras atividades espor-tivas. Diante das fortes chuvas que assolaram Varginha em Janeiro de 2013, parte da ar-quibancada da arena cedeu, afetando os vestiários, cabines de imprensa, cobertura e gramado. O deputado também encaminhou pedido ao Governador Anastasia,  de apoio no sentido do Governo do Estado disponibilizar recursos financeiros da ordem de R$2.842.000,00 para obras emergências em Varginha. Só faltou dizer que o Estádio Sete de Setembro (antigo campo do Flamengo), bem como o Estádio Melão, estiveram a espera de recursos do Governo de Minas por muitos anos, e não foram contemplados pelo governo ou pelo deputado Dilzon Melo, muito embora o governador Anastasia e o senador Aécio Neves, em período eleitoral, tenham prometido verbas que nunca chegaram. Já as maiores reformas realizadas no Melão e no Sete de Setembro nos últimos dez anos, foram feitas com recursos municipais e ou federais. Será que estes R$2.842.000,00, que o deputado Dilzon Melo pede agora em período pré-eleitoral (com ar de promessa) ao governo de Minas, serão como o centro de eventos e convenções que o então governador Aécio Neves prometeu em 2006 e como o então candidato ao governo Anastasia também prometeu em 2010, ou como as 2000 mil casas da Cohab, que o deputado Dilzon Melo também prometeu em 2008 e que nunca chegaram? O tempo dirá!

Mais um acerto

Como antecipou a coluna, o fechamento do pronto socorro do Hospital Bom Pastor é questão de tempo. A idéia de fechar o pronto socorro já é antiga, a gestão do PT também tinha este plano, ainda mais depois que a Unidade de Pronto Atendimento – UPA entrou em funcionamento. Além disso, o pronto socorro do Bom Pastor é muito caro e “administrati-vamente problemático” sendo necessário “começar do zero” para que a coisa funcione a contento. Muitas são as reclamações no pronto socorro, mas o governo municipal sabe que anunciar o fechamento pegaria mal, daí esta “reformulação no Bom Pastor” com esta conversa de mudança agora. Sabe-se que a Fundação Municipal de Saúde é tocada por um bom “Maquiavel político” que sabe fazer o “mal de uma só vez e o bem aos poucos”, visando fazer as coisas se profissionalizarem e andarem a contento na saúde. A população terá que fazer mais este sacrifício, mesmo que, depois de estruturado o Executivo e organizada a área de saúde, o pronto socorro volte a funcionar no Bom Pastor ou em outro lugar próximo ao centro da cidade, pois o fato é que Varginha, pelo seu tamanho e necessidades de saúde, não pode ficar apenas com a UPA como pronto socorro.

Avião caindo

O governo municipal administrou bem e até que rápido a perda dos voos da Azul no ae-roporto de Varginha. Os voos retornaram e a dívida com a ANAC, bem como a falta de treinamento da brigada de incêndio do aeroporto, foram “temporariamente” resolvidos. Mas há que se dizer que, se o governo do PT deixou a “baderna administrativa, com a bomba relógio do aeroporto” para explodir somente agora, há que se reconhecer que este governo também comeu mosca, pois teve quatro meses desde a transição, para ter visto e resolvido o problema e não permitir que as linhas deixassem de operar. Além disso, o voo para Belo Horizonte, que tinha a maior lotação da Azul em Varginha, não retornou. Será que pode-se creditar esta perda a “disposição e apoio do governo estadual em investir em Varginha, com a gestão Antônio Silva, Verdi Melo e Dilzon Melo a frente do governo local? Temos que reconhecer que o discurso usado na campanha de que “o governo estadual ou federal iria apoiar mais ou menos a cidade caso o candidato A ou B ganhasse a eleição” se torna cada dia mais fantasioso. Ainda mais com os inúmeros problemas que ocorrem em Varginha e não temos tido qualquer alento do governo estadual como preconizaram as autoridades municipais na eleição!

Mudança de hábito

Quem se lembra do antigo modo de governo de Antônio Silva, encastelado em seu gabinete, deixando os atendimentos aos munícipes para os secretários municipais, esta “de cara” com a “mudança de habito” do prefeito com seus muitos atendimentos diários e pessoais a todo tipo de gente em seu gabinete. Antônio Silva tem recebido empresários, ONGs, servidores, jornalistas, e diversos munícipes em sua agenda do dia-dia. Que alias é divulgada constantemente. O habito é bom, saudável e contrastante com os mandatos passados de Antônio Silva. Os mais otimistas dizem que o prefeito mudou, está com um pensamento jovem, moderno, atuante e cada dia mais disposto e que as mudanças vão continuar pra melhor, já os pessimistas dizem que os problemas da cidade são tantos e as soluções tão raras, que o prefeito esta tentando compensar a falta de soluções e recursos com mais atenção e disponibilidade em receber o eleitor. Seja como for, “aquele que chega a prefeitura, é recebido pelo prefeito, bem tratado e acariciado em seu ego pode voltar pra casa grato e se esquecer do problema do qual veio reclamar, mas se as soluções tardarem a começar, um dia a casa pode cair, como alias aconteceu com o PT”. Um vereador da base disse que a “misericórdia do povo com o novo governo para começar a mostrar obras” vai até os 120 dias. Outro vereador disse que embora as obras não tenham aparecido ainda, a gestão já esta melhor. Já o cidadão comum, que não liga nem entende de política, é mais visual e pragmático. Bem, este importante cidadão e eleitor, tem observado que os buracos continuam nas ruas, que este ano não teve carnaval e não terá Feira da Paz e que o IPTU aumentou. Estes muitos cidadãos e eleitores estão esperando mais que obras, esperam também justificativas, pois o que tem acontecido agora não foi dito durante a campanha eleitoral!

Pão para quem tem fome

O governo municipal retornou com a distribuição de alimentos do Programa Aquisição de Alimentos , financiado pelo Governo Federal. O programa parou e sofreu atrasos e reduções no final da gestão do PT. O Programa de Aquisição de Alimentos é um importante programa que deveria ser ampliado pelo governo municipal, pela importância que tem para o pequeno produtor, que tem garantida sua permanência no campo com a venda de seus produtos por um preço justo e para as muitas famílias carentes da cidade que garantem uma alimentação saudável na mesa. Alias, o Executivo deveria se prestar a fazer o transporte e logística dos alimentos do produtor ao consumidor final, já que a compra dos alimentos é paga pelo governo federal, fica ai a dica!

A nomeação e a justificativa

A nomeação de um parente do presidente da Câmara, que faz parte da base do governo, para trabalhar no Executivo municipal, não cheira a “compra de apoio ou qualquer coisa do gênero”. O parente nomeado tem qualificação técnica e já trabalhou no Executivo municipal nas gestões do PT, do PP e no governo passado de Antônio Silva. Para os “maldosos de coração” que teimam em ver perversidade na nomeação, a coluna informa que o “funda-mental peso e poder político que detém o presidente da Câmara, não seria vendido a irrisório preço”, nem é isto que norteia o presidente do Legislativo. Pelo que se sabe deste governo “nem toda nomeação terá razão política, mas por certo, toda dispensa será em razão dela”. Que o digam os servidores de carreira que ocupavam cargos nas gestões petistas.

“Carruagem oficial”

A coluna recebeu e-mails reclamando da compra feita pela Câmara de Vereadores de um “veículo de luxo” para transportar os vereadores, pelo valor de R$ 82 mil. A notícia foi pu-blicada no diário oficial e não agradou alguns eleitores. Segundo a assessoria de imprensa do Legislativo Municipal, o veículo foi adquirido após um processo licitatório que foi vencido por empresa regularizada. O motivo da aquisição se deve ao fato de que o veículo que a Câmara possuía para ser utilizado para a realização de viagens de vereadores e servidores, ficou destruído após um acidente. O veículo, que era dirigido por um servidor, capotou na Rodovia Fernão Dias, no ano passado. Sendo assim, o Legislativo precisava adquirir outro veículo para a locomoção em viagens e que também pode ser utilizado para outros serviços da Casa. Como foi recebido o prêmio do seguro (que o carro capotado possuía), o valor foi revertido e acrescentado para a aquisição de um novo carro.

Perguntar não ofende

Já que os vereadores sabem, nos bastidores, que a sua revelia e do povo, a Copasa terá seu contrato com o município de Varginha renovado por mais vários anos. Não seria a hora de um “corajoso” contar a quem realmente interessa esta renovação, para tentar pelo menos, uma redução da (absurda) tarifa cobrada pela Copasa?

O povo ficou sabendo, ou será o último a ser avisado que, o “aterro sanitário” também será entregue à administração da Copasa e que futuramente será cobrada na conta de água, uma taxa pela coleta e tratamento do lixo?

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