No programa de governo registrado no Tribunal Eleitoral pelo então candidato a prefeito Antônio Silva, o meio ambiente teve uma citação bastante generalizante. E, a julgar pelos discursos e as indicações para o setor, o meio ambiente e a sustentabilidade, não me parecem merecer a atenção necessária e imprescindível na gestão municipal que se inicia. E se isso vier a acontecer na prática, o preço a pagar pelo descaso será muito alto e comprometerá irremediavelmente a qualidade de vida não só dos que aqui residem presentemente como, também, das gerações futuras.
Há mais de uma década Varginha tem regredido na atenção ao meio ambiente, principalmente nos últimos 16 anos onde, por conta do analfabetismo ambiental reinante nas administrações que se sucederam. Além, é claro, da falta de combatividade do Codema e de outros órgãos ligados à área que ficaram a reboque da falta de vontade política. Incluindo aí a falta de sensibilidade da Câmara de Vereadores que tem passado ao largo das questões ambientais do município e da própria comunidade, cujas organizações representativas permaneceram alheias ao assunto ou tratando-o de modo superficial e raso. É muito blá, blá, blá, para pouca ou nenhuma solução.
Escolas e faculdades que poderiam também contribuir com o debate e a conscientização da população também permaneceram omissas, inclusive boa parte da imprensa tem passado ao largo deste assunto. O poder judiciário e outros órgãos governamentais que também poderiam atuar nessa demanda, também permanecem contidos em suas ações.
Um exemplo dessa irresponsabilidade frente às questões ambientais do município é o caso do aterro sanitário de Varginha que, como se fosse uma novela, já se arrasta por mais de seis anos sem uma solução definitiva. Trata-se, inclusive, de uma questão de saúde pública, mas, que pouco tem sensibilizado os detentores do poder político para resolver. Inclusive recentemente, em reunião na Câmara Municipal, o representante da Prefeitura e os vereadores apenas trataram das dificuldades em implantar em definitivo o aterro sanitário, mas, não apresentaram nenhuma proposição para que tal venha acontecer. Continua a faltar maior vontade política e ações práticas para resolver o problema. Faz-se o diagnóstico, mas, ninguém aponta resoluções e prognósticos.
E assim tudo continua como dantes, o vício da procrastinação é uma constante em se tratando da política varginhense. A educação ambiental que, conforme a Lei, já deveria ter sido implantada nas escolas públicas continua sendo uma miragem devido à preguiça, nada pedagógica, instalada entre educadores e dirigentes. O que só faz permanecer a ideia de que o analfabetismo ambiental impera em todos os setores da nossa vida pública. Há muita hipocrisia, desconhecimento, indolência e incompetência para dar a devida relevância à questão ambiental e da sustentabilidade em nosso município. Até quando?