Cheguei a Curitiba afoito. O voo de São Paulo para a capital paranaense estava atrasado. Como de hábito, mais uma vez, o aeroporto da cidade estava fechado porcausa do mau tempo.
Às pressas, com “mala e cuia” segui para o encontro no SEBRAE. Cheguei com meia hora de “tolerância” e dialogamos sobre a importância de desenvolver um registro visual e textual sobre a obra Paraná como Terra de Todos os Povos. Tivemos também a oportunidade de conversar sobre a necessidade de capacitar os taxistas curitibanos, para que estes tenham condições de receber de forma simpática e competente os viajantes e os turistas que chegam à cidade.
- “Aqui ninguém confia no Sindicato dos Taxistas. Vários políticos obtiveram licenças e dessa forma estamos prejudicados pela ganância daqueles que deveriam nos defender”, disse o taxista que me acompanhou ao sair do aeroporto.
- Ao meio dia almocei com um representante de Secretaria Estadual de Cultura, pessoa envolvida e apaixonada pelo que faz, porém, mesmo assim “bicho político”. Deixa claro em seu discurso a admiração que tem pelos que detêm o poder e o que almeja em sua carreira de servidor público.
- Tenho um sonho, disse lhe. Quero desbravar o Paraná e pelas suas entranhas descobrir a origem de seus povos. Seus hábitos, na cultura, na religião e na forma de trabalhar.
- O Paraná é multicultural. Sua gente é educada, sorridente e bastante arredia.
- Arredia?
- Sim, o paranaense é reservado, discreto e não distribui sorrisos fartos ou abraços esfuziantes. Entretanto ele é fiel “olho no olho”, cortês e solidário no momento das dificuldades. O paranaense é especial.
- Mas o curitibano é frio, distante, arrogante...
cortecuritibano aconselha o viajante desavisado e instruiu o motorista visitante que se perde pela malha viária da metrópole. Os taxistas são corretos e os espaços culturais acolhem curitibanos matutinos que em um frio domingo cedo deixam a sua cama quente para apreciar um espetáculo da música clássica no Teatro Guaíra. O curitibano aprecia a arte pela rua, convive com áreas verdes urbanas de forma civilizada e orgulha-se de ser filho da cidade “mais civilizada” da nação brasileira.
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