Coluna | Viver Consciente
Willes S. Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

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Sobre desilusões amorosas...
31/07/2005


Outro dia uma das muitas leitoras assíduas dos meus textos, disse que me acha muito corajoso quando em alguns textos eu retrato situações por mim vivenciadas, sem a preocupação do que vão pensar de mim ou de críticas que porventura venham a ser feitas. Eu respondi-lhe que quando faço referências às minhas vivências, o meu desejo é apenas o de compartilhar a experiência vivida com outras pessoas que podem ter vivenciado ou virem a experimentar situações semelhantes. Sabendo-se de antemão que algumas dessas pessoas, por não terem feito uma análise mais racional dos fatos passados, carregam por muito tempo o fardo desconfortável de desilusões, frustrações e outros sentimentos do gênero. Inspirado, então, na pergunta dessa leitora, é que resolvi tratar desse assunto.

Analisando sob certos aspectos a questão das desilusões amorosas, cheguei à conclusão de que na verdade, em muitos casos o que existe é a ilusão amorosa. Pois, mesmo que alguém, quando desiludido, trate de colocar a culpa toda no outro, é grande a possibilidade que ele tenha, pelo menos, uns cinqüenta por cento de responsabilidade no desenlace relacional. E isso é possível porque, cego pela paixão ou outro sentimento parecido, idealiza o outro tal qual desejaria que ele fosse, passando a viver com a imagem criada sem que, em algum momento, tenha prestado atenção aos sinais que ele emitiu de suas imperfeições, deficiências e, até mesmo, de algum desvio de caráter. Por outro lado, se percebeu as incompatibilidades na relação, pode ter se investido pensando que em algum momento o outro poderia vir a mudar e tornar-se a pessoa que imaginou.

Como não há ilusão que sempre dure, quando num tempo qualquer o outro, talvez cansado de tanto representar, deixa cair a sua máscara e se mostra como verdadeiramente sempre foi, advém a frustração. Aí, então, é que caí a ficha, só que num primeiro momento o criador da ilusão acha que foi iludido ou ludibriado, mas, depois de um certo tempo, se tiver a coragem de analisar friamente os acontecimentos, vai reconhecer que ele mesmo é que se iludiu, criando uma ficção daquilo que seria apropriado para si.

Assim é a vida, ou você é mais realista em sua busca amorosa e mais consciente ao fazer suas escolhas, deixando de se amparar em atributos que não sejam verdadeiros e consideráveis em termos de realidade, ou vai desiludir-se. Posto que, em muitas ocasiões, não dá para juntar o que não pode ser juntado; harmonizar incompatibilidades que são intransponíveis. Valores a pessoa tem ou não tem, é impossível inculcar valores no outro sem que ele já os tenha aprendido durante seu processo evolutivo, quando o teve.

Portanto, é bom que saibamos admitir que se nos desiludimos é porque criamos a ilusão. E, em tratando-se dos relacionamentos amorosos, ele não se mantém estável sem que seja baseado em sentimentos e valores positivos como o amor, propriamente dito, a afetividade, o respeito mútuo, a honestidade e a benevolência, entre outros. É importante, também, saber conscientemente que a harmonia no relacionamento amoroso sempre vai estar ligada à qualidades reais, objetivas e verdadeiras de cada uma das pessoas. Uma boa dose de racionalidade também é importante, embora algumas pessoas pensem que racionalidade não combina com emoção, o verdadeiro é que o equilíbrio entre ambas contribui muito para um relacionamento mais duradouro prazeroso e feliz. Eu acredito nisso e você?

Boa Reflexão. Paz e Luz para você.

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