Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Mais um acerto; O público e o privado; Novas adesões
21/12/2012


Mais um acerto

Como disse antecipadamente a coluna, o PSD que esteve com o PT, agora muda oficialmente de lado e passará a apoiar o novo governo de Antônio Silva. Na verdade, a aproximação das lideranças do PSD com o PTB e Antônio Silva já acontecia “nos bastidores” bem antes do resultado das eleições. O presidente municipal da sigla e o deputado federal do PSD já mantinham conversas amistosas com o então candidato Antônio Silva, antes das eleições. Destas conversas resultaram o apoio, nos bastidores, do deputado federal Diego Andrade à campanha do PTB, que provavelmente também contou com o “apoio financeiro” da família Andrade.

Como antecipou a coluna, após esta aproximação oficial do PSD municipal do novo governo e tendo em vista que a legenda possui um vereador no novo Legislativo Municipal (Sergio Japonês), é bem provável e natural que, no futuro, o PSD venha a ter cargos no Executivo. Além disso, é esperado que nas próximas semanas o deputado federal Diego Andrade também se aproxime do governo Antônio Silva, coisa que interessa ao PTB, tendo em vista que as emendas parlamentares do deputado federal do PSD representam muito recurso. Diego Andrade e seu tio senador Clésio Andrade (PMDB) gozam de importante prestígio no governo federal e podem sim “abrir as portas do governo petista da presidente Dilma” ao governo de Antônio Silva. Tendo em vista que o deputado federal petista Odair Cunha não terá a mesma “boa vontade” com um governo não petista. Correndo por fora está o deputado federal Dimas Fabiano (PP) que também vai trazer obras e investimentos para Varginha, com ou sem apoio do novo governo. Dimas Fabiano tem construído pontes com os ministros não petistas no governo federal e com líderes influentes do Congresso Nacional e em 2013 vai fazer valer “o peso político e desenvolvimentista de seus milhões em emendas parlamentares”, que devem ser focadas em grande parte em Varginha.

Perguntar não ofende

Será que a administração que sai ou a administração que entra vai documentar e formalizar a situação que vai entregar ou receber as contas do Executivo?

O PSD nem esperou o PT sair do governo para mudar de lado? Já pediu “benção” a nova gestão! Será que sobrou alguma boquinha para os retardatários?

Quanto tempo vai demorar até o PRTB também aderir oficialmente ao novo governo?

O PP de Varginha terá para com Aécio Neves em 2014, a mesma lealdade e fidelidade que Alberto Pinto Coelho teve para com o seu partido em 2012?

Os problemas na coleta de lixo e o governo municipal podem ser “reciclados” pelo novo governo ou o assunto “já esta tão mal cheiroso quanto o lixo da cidade”?

O público e o privado

As pendências sobre as falhas na coleta de lixo da cidade começam a “cheirar mal”. De um lado temos uma empresa tradicional da cidade, que gera empregos e renda no município. De outro temos o poder público, que precisa priorizar as necessidades básicas da população. Em que pese “as falácias sobre a empresa” em questão e seu relacionamento com o poder público. É fato que a empresa venceu uma concorrência e faz jus ao seu pagamento para o bom desempenho da prestação de serviço, dentro das normas do edital. Porém, desde o início do serviço pela empresa local, questiona-se o número de caminhões, bem como o valor pago e a eficiência da prestação do serviço. Ocorre que pelo que se sabe nos “corredores do poder”, enquanto o governo e seus algozes políticos são bons para cobrar melhorias na atuação da empresa; os pagamentos do Executivo não estariam saindo em dia, o que também justificaria, em tese, a modificação do modo de operação da coleta de lixo em Varginha. Sabe-se que ambos, governo e empresa, estão enfrentando problemas, um para pagar em dia e outro para prestar o serviço sem sua justa remuneração. Afinal, em Varginha, existe o triste preconceito que quando uma empresa local está crescendo, há algo errado! Precisamos acabar com este preconceito! Devemos prestigiar as empresas locais, que gastam e empregam aqui, pelo bem dos empregos e da economia da cidade. Já o governo, além de prestigiar, espera-se que, no mínimo, pague suas contas em dia.

Novas adesões

Conhecedor dos bastidores e das disputas que envolvem o Legislativo e experiente em “ser vereador, mas na oposição”, o futuro vice-prefeito Verdi Lúcio Melo (PSDB) conversou pessoalmente com cada um dos vereadores eleitos pela oposição ao novo governo, mas que podem engordar o apoio à nova administração. As conversas têm sido “muito proveitosas”, pois há interesse dos vereadores da oposição em aderir ao governo e do governo em receber apoio e construir uma base sólida no Legislativo. O primeiro indicativo do sucesso destas conversas de Verdi com os eleitos para a Câmara é a adesão do PSD ao novo governo, trazendo assim o voto de Serginho Japonês. As conversas já estão avançadas entre o vereador Rômulo Azevedo (PRTB) e os interlocutores da gestão Antônio Silva, e até mesmo o vereador Pastor Fausto, também do PRTB, não vai demorar para, na prática, também votar com o governo. O teste de fogo no “poder de persuasão dos interlocutores do novo governo” será a adesão de Joãozinho Enfermeiro (PRB), que não deseja “abandonar a oposição junto com os petistas em troca de pouca coisa”. Em início de governo as “propostas de sedução são muitas, mas a paciência do povo e a carência da oposição serão pequenas, além disso, com o caixa deixado pela gestão petista, o novo governo vai precisar ser econômico nas promessas”.

FRASES

“O trânsito em Varginha está cada dia pior! O PT acertou em mudar a prefeitura de local, reduzindo a circulação no centro, mas esta lambança na licitação do trânsito neste final de governo é brincadeira né!” – Cidadão de Varginha que trabalha como taxista no centro da cidade.

“Ano novo, vida nova! O governo do PT já acabou, quero saber o que o Antônio Silva vai fazer pra nós agora? A bola está com ele e com o Dilzon daqui pra frente. Eu quero mais emprego, saúde e educação para a cidade!” – Morador do bairro de Fátima sobre a mudança de governo municipal.

“A PM não é rival da Guarda Municipal, mas não pode aceitar que suas funções privativas da corporação sejam exercidas pela instituição municipal, que não tem competência para isso!” – Policial militar sobre a disputa de vaidades e atribuições entre GM e PM, que corre pelos bastidores da segurança pública.

“O Pé não é de chumbo, ou deve ser manco, pois não pode fazer nada nem responder nada sem a tutela de assessor para evitar bobagens” – Observador político na diplomação dos eleitos em Varginha.

Prato que se come frio

A comissão de transição do novo governo está “saboreando” um momento único para muitos que lutaram contra os petistas nestes últimos 12 anos. Para alguns um ato covarde, para outros uma justiça realizada, mas o fato é que com prazos a cumprir, notas a pagar e a lei de responsabilidade fiscal a ser cumprida, alguns da comissão de transição estão “se vingando” ao cobrar informações e providências e ver a situação de aflição deste final de governo. Entre “ameaças de devassas, auditorias e exposição de falhas de gestão”, os petistas estão “engolindo sapos e desaforos” do novo governo a fim de entregar o Executivo tentando evitar problemas futuros, a missão é difícil.

A comissão de transição do novo governo municipal se reuniu com os vereadores da nova base aliada. O reitor do Unis Stéfano Barra Gazola, presidente da comissão, apresentou o relatório realizado pela comissão sobre o governo Corujinha. O relatório tem cerca de 300 páginas. O reitor estava acompanhado dos demais integrantes da comissão. Cada um explicou os principais pontos do relatório. O trabalho será apresentado à imprensa em uma entrevista coletiva que ainda será marcada. Integrantes da comissão dizem que os dados levantados sobre o governo, pela comissão, é “preocupante”. O grupo defende a realização de auditorias em vários contratos firmados pela gestão petista, outro ponto destacado pela comissão é sobre a dívida a ser deixada pelo atual governo e a inadimplência com fornecedores, que pretende virar o ano com contas a apresentar ao novo prefeito.

Pelo que se vê, as “sementes para futuras brigas e disputas entre petistas e o novo governo, não vão precisar esperar as eleições de 2014 para germinar” mas vão começar assim que o novo prefeito estiver na posse do cargo e apto a dizer diretamente o que pretende fazer quanto a eventuais falhas deixadas pelo governo petista. Por certo será “nitroglicerina pura” para atiçar a ira dos dois petistas que estarão na Câmara no novo governo. Rogério Bueno e Jorge do Hospital, como antecipou a coluna vão começar 2013 com uma agenda específica: rebater ataques e defender o “legado petista destes 12 anos”, uma missão espinhosa!

Desafios de 2013

O novo governo terá alguns problemas sérios a enfrentar logo que tomar posse em janeiro. Grande parte deles, herdados da gestão petista, mas também muitos que vêm se arrastando por várias administrações, como as dívidas do município junto ao Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais – INPREV, o plano de carreira dos servidores, a falta de vagas nas creches e as deficiências da área de saúde, com ênfase as dívidas do Hospital Regional do Sul de Minas entre outros tantos problemas que precisam ser enfrentados pelo novo governo. Claro que a solução definitiva não será “tirada da cartola” por agora, mas é urgente uma solução paliativa para a “rolagem do problema com o menor prejuízo a sociedade e aos cofres públicos”.

Também com urgência de solução temos a reorganização administrativa do Executivo, que está inchado em alguns setores e com falta de servidores em outras áreas. Bem como será necessário recuperar a frota municipal, hoje sucateada e dependendo de gordos aluguéis. Foi política das administrações anteriores de Antônio Silva evitar aluguéis e investir na manutenção e conservação da frota, neste governo não se sabe se a política vai continuar. Outro assunto que breve saíra da discussão de bastidores e tomará a pauta pública de discussões do Executivo e Legislativo será a renovação ou não do contrato da Copasa com o município. Essa renegociação pode chegar a R$ 50 milhões, um dinheiro relevante para os cofres públicos municipais. O assunto já é debatido nos bastidores entre os líderes de influência no novo governo.

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