A coluna continua a análise dos vereadores reeleitos, seu perfil e atuação na Câmara e possíveis caminhos no novo governo que tomará posse em 2013. O último vereador reeleito que restou para comentar foi o corretor de café, Reginaldo Tristão (PSC), que recebeu muitos votos dos cristãos evangélicos de Varginha. O vereador teve uma atuação discreta neste mandato, o que não significa dizer que passou despercebido nestes 4 anos. Reginaldo Tristão fez um trabalho silencioso, principalmente junto ao seu eleitorado evangélico com pastores e líderes religiosos, o que lhe garantiu a reeleição. Mas Tristão também ficou apagado e com atuação discreta em várias áreas de atuação do Legislativo. Talvez por não ter muita experiência! Mas no novo mandato que se inicia em janeiro de 2013, o vereador sabe que precisa abrir o leque de atuação e garantir mais apoios, pois os candidatos evangélicos estão se multiplicando e só o apoio evangélico não basta para garantir novas vitórias a Tristão. Do mesmo modo, o vereador quer mais espaço no Legislativo, talvez um espaço na mesa diretora! Mas para isso deverá atuar mais, comprar brigas, diversificar a atuação e fazer política fora do período eleitoral. Tristão é um vereador de comportamento tranquilo, não é atirado a embates no plenário e não costuma ser de oposição. Não vai dar trabalho ao Executivo, mas também não deve ser fiel a base ou a oposição, pois é de fácil convencimento por ambos os blocos da casa legislativa. É possível que o vereador ganhe força na unificação dos vereadores eleitos pela coligação que apoiou Renato Paiva, mas vai depender da consistência deste grupo, que também tem Leonardo Ciacci, Racibe, Zacarias Piva e Henrique Lemes, pois cada vereador tem seus próprios interesses, mas Reginaldo Tristão tem bom trânsito entre os colegas.
O vereador ainda não conhece todas as artimanhas da política, mas aprende rápido e já com a pequena experiência do primeiro mandato pode fazer um bom trabalho na segunda oportunidade que tem de estar no Legislativo. Tristão precisa destacar-se no Legislativo, buscar fortalecer-se no partido, talvez conseguir a presidência da legenda na cidade ou buscar o apoio de um deputado estadual forte do PSC na região, só assim Tristão teria chances de conseguir maior cabedal, ampliar laços políticos e mirar em novas conquistas eleitorais. Possivelmente o parlamentar deve apoiar o deputado federal Dimas Fabiano em 2014.
Retornando ao poder – Sergio Japonês - PSD
A vitória de Sérgio Japonês não é novidade aos experientes da política. Todos sabiam que o candidato é bom de voto, mesmo depois da “mal sucedida” disputa a prefeitura encarada no passado pelo vereador que, com a vitória nas urnas nestas eleições, retornará ao poder em 2013. Serginho Japonês (PSD) é o único representante de sua legenda na Câmara, talvez isso lhe dê mais poder no partido, que a exemplo de outras legendas, deve passar por profundas mudanças na cidade. Talvez isso beneficie Serginho que já foi vereador e presidente da Câmara e precisará de “mais prestígio” das autoridades do PSD. Japonês sabe dos bastidores políticos e como atuar na política e na casa legislativa, embora a Câmara em 2013 seja um pouco diferente do Legislativo da época em que Serginho presidiu a casa. O vereador que retorna a Câmara é servidor público federal do INSS, posto que o ajudou a conseguir muitos votos. Embora Serginho tenha sido eleito por um partido da oposição ao novo governo, não é provável que o servidor público do INSS faça oposição ao governo, mesmo porque, Serginho chega sem grupo ou disposição para brigar com o Executivo, pelo menos neste começo de Legislatura. Além disso, por sua experiência e serenidade política, o vereador que retorna ao Legislativo pode e deve ser sondado para participar da mesa diretora, com possibilidades inclusive de pleitear a presidência da casa, que desempenhou de forma madura e sem sobressaltos, com o benefício de que Serginho não é de se opor ao pedido dos colegas o que da simpatia na conquista de votos entre seus pares. O fato de Serginho não ser dos vereadores reeleitos desta atual legislatura lhe da maior simpatia na conquista de votos dos novatos que ainda não se manifestaram publicamente sobre o assunto, mas Serginho, por enquanto é apenas um “homem de potencial no Legislativo”. Não vai decolar ou despontar na casa se não tiver o apoio do Executivo ou de um deputado forte na cidade. Neste ponto, Serginho Japonês pode ser “adotado politicamente” pelo deputado federal Diego Andrade (PSD), o que seria bom para ambos, pois o deputado federal Diego Andrade é o “dono” da legenda na cidade e poderia dar mais poderes e respaldo político ao vereador dentro e fora da legenda. Mas tanto Serginho Japonês quanto Diego Andrade possuem outras opções no Legislativo.
O vereador também possui antiga amizade com o também deputado federal Dimas Fabiano (PP) que já “abriu portas” ao vereador de Varginha e pode voltar a apoiá-lo na Câmara em 2013. Serginho sabe que tem as duas “portas federais” para bater e não vai desperdiça-las, por certo verá o melhor a fazer no PSD e buscará não fazer oposição ao governo Antônio Silva, em troca de apoio legislativo, o que outros vereadores eleitos pela oposição também farão.
Retornando ao poder – Pastor Fausto – PRTB
O retorno do vereador pastor Fausto também não é uma novidade nos bastidores da política. O religioso sempre foi bom de voto, tendo perdido uma eleição devido a contratempos e desgastes já superados e esquecidos pelo grande público. Pastor Fausto foi um vereador atuante quando esteve na Câmara, embora tivesse uma atuação legislativa mais segmentada, Fausto possui maior capilaridade política que seu “irmão” Reginaldo Tristão, mas ainda assim, precisa de maior atuação no Legislativo se quiser crescer sua votação e força política para além dos limites das igrejas.
O vereador que volta a Câmara não é de fazer oposição, porém é um homem de “opinião própria e sensível a provocações”, se não for provocado, Fausto irá desempenhar sua função de vereador sem causar contratempos, atento as questões que envolvam o “povo de Deus” e buscando ampliar suas bases, no que terá concorrência com outros evangélicos da cidade.
O vereador tem desejo de crescer na política e sabe que para isso precisa ampliar sua influencia para além dos cristãos e neste segundo mandato poderia ousar “novos desafios”, o que poderia ser o fortalecimento partidário e/ou alianças com outros políticos. Não é descartada a ampliação do relacionamento político entre Fausto e o deputado federal Diego Andrade (PSD) que possui relações “familiares com o PRTB”, partido do pastor, que poderá apoiá-lo em 2014 para angariar mais respaldo político dentro e fora da Câmara de Varginha.
Pastor Fausto possui um público fiel, mas ainda limitado politicamente, porém existe a ideia sendo “encubada na cabeça de muitos líderes religiosos” na cidade de que Varginha ainda terá um “líder religioso cristão” como prefeito. Pastor Fausto luta para ser este líder, mas ai a briga não é política, mas sim religiosa, pois infelizmente, o “povo de Deus” ainda não esta unificado em Varginha e muitos líderes religiosos locais disputam a “chefia política” dos evangélicos na cidade.
Retornando ao poder – Henrique Lemes – PV
Henrique Lemes já foi vereador no passado, foi secretário de Turismo no governo petista e agora retorna a Câmara de Varginha. O político já teve muitos “solavancos” em seus poucos anos de vida pública. Embora não possa ser considerado um “político experiente”, já passou por “poucas e boas” na Câmara e no Executivo, e será mais um dos “mansos e silenciosos” desta nova legislatura. Henrique Lemes foi eleito pelo Partido Verde, que apoiava Renato Paiva para prefeito, mas por Henrique ter sido secretário do governo petista, o vereador apoiou (in off) a candidatura de Corujinha, porém para não perder votos, terminou a campanha pedindo apenas seus votos para voltar para Câmara de Varginha. O vereador não é de brigas políticas, contenta-se com pouco, mas é bem provável que depois que de ter estado como secretário tenha “tomado gosto ” pelo poder, mesmo tendo “caneta sem tinta” no governo petista.
Henrique não tem nada contra o governo de Antônio Silva, mas neste início deve ficar leal ao grupo de oposição até tomar pé de como vão caminhar as coisas no novo governo. Henrique sabe que existem muitos problemas a serem resolvidos no governo, esteve no Executivo, sabe que não há recursos para todas as demandas. Não vai cobrar “soluções milagrosas” do novo governo, pois conhece a realidade da prefeitura, mas também agora tem mais “conhecimento da máquina” para saber no que pode e não ser atendido pelo Executivo. Não vai aceitar “tratamento diferenciado” dos demais colegas, sob pena de unir-se a oposição nas votações contrárias ao governo Antônio Silva.
Entre os vereadores eleitos pela oposição deverá ser dos primeiros a serem procurados pelo novo governo para um “acordo”, tendo em vista que é maleável e que está “sem grupo no partido e esquecido entre os antigos amigos petistas que perderam a eleição”.
Se tiver suas pequenas vontades atendidas pelo Executivo, o vereador não será problema, deve caminhar em silêncio no Legislativo, sendo coadjuvante nas decisões e trabalhando para manutenção e ampliação de sua base de apoio. O deputado mais próximo de Henrique Lemes é o federal Dimas Fabiano, com quem Henrique deve estender os laços e possivelmente, poderá apoiá-lo em 2014 ou ser novamente “cooptado” pelos petistas para apoiar Geisa Teixeira para estadual e Odair Cunha para deputado federal.
Novatos do poder
Na próxima semana vamos comentar sobre os novatos do Legislativo, temos de tudo na nova Câmara, inclusive gente boa e competente! Novos perfis e pessoas que podem brilhar no desempenho de fazer leis e fiscalizar o Executivo, mas é pouco provável que esta nova Câmara Municipal realize tanto quanto deseja estes novos integrantes. Na verdade, sabemos que por si só o vereador pode pouco, suas funções precípuas como disse são: fazer leis e fiscalizar o Executivo. O diferencial é aquele vereador que por sua articulação ou relacionamento, consegue realizar por ter forte influência sobre o Executivo ou por ter muitos recursos, o que não é o caso de nenhum dos novos eleitos. Mas de qualquer forma, o entusiasmo e “vontade de realizar” dos novos eleitos devem turbinar as sessões plenárias da câmara, até que estes novos políticos percam todo este gás.
Perguntar não ofende
O descontentamento com o resultado das eleições vai motivar muita gente a mudar de partido ou abandonar a política? Mudar de partido até pode, mas, abandonar a política! Quem acredita nisso?
Qual o futuro político de Renato Paiva, Leandro Acayaba e Eduardo Corujinha, Jordálio Oliveira e Raimundo Zaiden? Será que eles querem ter um futuro político?
Qual será o destino das lideranças do Democratas e do Partido Verde em Varginha?
Todos especulam se, para Jordálio Oliveira, renovar de fato era votar Renato? E na casa do ex-prefeito Eduardo Ottoni, todo mundo era Corujinha?
Varginha continuará sendo o paraíso dos empreiteiros e das “operações tapa-buracos” de açúcar que se desmancham na primeira chuva?
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