Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
30 dias; Covardias, mentiras e outras estratégias...
05/09/2012


30 dias

Chegamos ao início da reta final da disputa política em Varginha. Faltam praticamente 30 dias para as eleições. Embora muitos achem que pouco pode ser mudado a esta altura da disputa, a realidade é que, agora que tudo pode mudar. Afinal, com o desespero dos candidatos, a pressão por resultados eleitorais e votos faz com que muitos cometam erros e/ou coloquem em prática atos e/ou recursos “não republicanos” na disputa pela Prefeitura de Varginha e um caixa com mais de 1 bilhão de reais pelos próximos 4 anos.

No comitê do Psol, liderado pelo candidato Kiko, nada mudou! Ainda faltam recursos à campanha, que está fraca, a pouca militância do partido surpreendeu negativamente e não tem feito o barulho esperado, além disso, o candidato não tem contestado a atual gestão ou feito o contraponto de apresentar as “falhas do sistema e dos outros candiditos” como era esperado. Além disso, o perfil, socialista contestador parece não ter aflorado nas ações do PSOL em Varginha.

No comitê do PT, que busca a reeleição com Eduardo Corujinha, a luz vermelha já acendeu e os candidatos estão apreensivos com os números das pesquisas, não as pesquisas que estão sendo amplamente divulgadas, mas os números reais. Estes sim preocupam o PT e seus líderes. Nas últimas informações que chegaram à coluna, que inclusive foram confrontadas com os números de outros comitês, percebe-se que alguns números eleitorais estão “inflacionados e outros com números enganadores”.

O que preocupa o PT não é Antônio Silva estar na frente, mesmo porque, nas sondagens eleitorais sérias, percebe-se que o candidato do PTB parou de crescer, a exemplo do que aconteceu com Antônio Silva nas duas disputas anteriores quando perdeu para o PT. O que traz apreensão no comitê petista é a alta rejeição do candidato Corujinha. A repelência a reeleição parece ter impregnado boa parte da cidade e isso é o maior problema para os marqueteiros contratados a “preço de ouro” pelo PT.

Covardias, mentiras e outras estratégias

Neste momento começa a entrar em prática as estratégias covardes e pouco “divulgadas” entre os principais assessores eleitorais. Dossiês, informações comprometedoras, familiares, e até financeiras estão sendo levantadas por alguns assessores. Agora começa o tudo ou nada, o momento que as falhas são mais desastrosas e que os ataques são mais dolorosos politicamente. Os debates serão a prova de fogo para definir as viradas de mesa.

Outra tendência observada pelos marqueteiros de Corujinha e de Antônio Silva é o crescimento de Renato Paiva. O candidato do Democratas não parou de crescer desde o início da disputa, o problema é que o candidato cresce a ritmo lento. Precisa deixar de se movimentar como um “cargueiro e precisa ter a rapidez de uma lancha de corrida”. Embora Renato Paiva esteja animado e disposto a fazer política e pedir votos, sua equipe e seus vereadores precisam mostrar mais a cara do candidato nas ruas, aproveitando para crescer na rejeição de Corujinha e no desejo de renovação que brota na sociedade.

Dificilmente os antigos eleitores do PT, que deram a vitória a Corujinha e eram maioria nas duas eleições passadas votariam em Antônio Silva, prova disso é que boa parte dos eleitores ainda mantém Corujinha com muitos votos, mas não o suficiente para se enxergar uma vitória em outubro próximo. Compete aos marqueteiros de Renato Paiva, dar um “avivamento” na campanha e mostrar a vitalidade e renovação da alternativa política apontada pelo Democratas. Fazer a população se despertar para a disputa entre “alternativas velhas, já conhecidas” e optar pelo novo. É possível, mas isso vai exigir gente na rua, maior corpo a corpo dos candidatos e principalmente maior envolvimento e comprometimento dos candidatos a vereadores que apoiam Renato Paiva. Os candidatos ao legislativo precisam intensificar a “campanha casada” entre o Legislativo e o Executivo. Mostrar ao eleitor que nomes como Leonardo Ciacci, Gilmar da Igreja, Murilo Pala, Marcos Foresti, Racibe da Acrenoc, entre outros nomes competitivos no grupo de Renato, só terão grande eficiência no Legislativo se o prefeito for Renato Paiva, candidato do seu grupo político. Desta forma, o Democratas injetaria mais rapidamente os milhares de votos necessários a vitória.

Perguntar não ofende

A incompetência na solução do caso Cine Rio Branco não vai ser abordada nesta campanha eleitoral?

Aécio Neves não vem a Varginha? Preferiu passar por Minas apenas para visitar restaurantes da Capital?

Será que Dilma Roussef sabe da existência da candidatura petista em Varginha? Ou apenas esta deixando “morrer de inanição o que não plantou”?

O deputado federal Diego Andrade (PSD) vai comemorar por ganhar ou por não perder na disputa de Varginha? Ou as duas coisas?

Os dois ex-prefeitos de Varginha, parecem, vão votar no mesmo candidato. Será?

As mudanças no trânsito em Varginha vão chegar a tempo de ver o ano novo ou só aparecem em 2013?

Frases

“Eles só me f&%#*%, dão prejuízo, mas por questão de amizade, ainda vou continuar com eles aqui” – Desabafo de um importante líder político, sobre sua já antiga equipe de trabalho.

“Renato Paiva é o segundo nome hoje! Os petistas podem escolher dar a vitória ao inimigo, ou jogar a toalha e renovar de verdade. E renovar você sabe, é votar Renato!” – Líder comunitário revelando a realidade das ruas em sua comunidade.

“O candidato do Dilzon vai perder rápido este apelido. Se ganhar, primeiro chuta o vice, depois chuta o deputado. Voltará a ser o político do Eu sou o máximo!” – Líder político contando sua experiência de tratamento com um dos candidatos a prefeito.

“Não sou de bater covardemente, mas a verdade precisa ser mostrada! Não vamos deixar isso como está!” – Marqueteiro que ainda não se mostrou nesta eleição, mas que promete fazer a diferença.

“Ele tem no máximo mais sete anos de vida útil” – Político profetizando sobre o futuro de um importante deputado da região.

Chamando a ordem

Nas principais campanhas de Varginha uma ordem já foi dada: acirrar a disputa e empenho máximo em todas as frentes. Na campanha de Antônio Silva, os principais assessores, como Jeferson Melo, Stéfano Gazola e os próprios candidatos se reúnem constantemente para planejar a campanha. O maior medo é de que comecem os ataques ao candidato petebista e ao deputado estadual Dilzon Melo, principal responsável pelo lançamento de Antônio Silva e padrinho político da candidatura.

Os assessores de Antônio Silva sabem que ataques e comparações possam surgir, e de maneira capciosa e enganadora. Ainda sim, sabem que nas gestões de Antônio Silva, houve “pedras” no caminho que podem ser ressuscitadas como CPI na Câmara, investigações do transporte, problemas contábeis do Tribunal de Contas, bem como a própria ligação de Antônio Silva e seu vice, Verdi Melo com o deputado Dilzon, que sempre foram recheadas de desavenças e brigas, mas agora sustenta a candidatura petebista.

Além disso, os líderes da campanha petebista sabem que os próximos debates, principalmente os televisivos são os determinantes para a eleição. Antônio Silva já perdeu uma eleição por colocações mal interpretadas e mesmo sendo experiente nas falas e em disputas, a que se levar em conta que a tensão vai estar presente no candidato petebista nos debates. Pois será também o foco dos ataques!

Chamando a ordem 2

Na campanha de Renato Paiva muitos “marqueteiros e palpiteiros” foram consultados e todos foram unanimes em dizer que a campanha de Renato Paiva ainda está tímida e precisa tomar as ruas. É preciso ter gente nas ruas, movimentos populares nos bairros e que os candidatos tenham total e integral apoio e participação dos “medalhões políticos locais” na campanha. O envolvimento dos candidatos a vereador e de lideranças agrícolas que apoiam Renato Paiva é fundamental na aceleração do crescimento da campanha. Os números apontam que o Democratas já estaria superando o PT nas ruas, mas que precisa de maior impulso para chegar a disputa com Antônio Silva, que parou de crescer mas permanece na liderança.

Por certo, o grau de perigo neste momento é maior para Antônio Silva do que para o candidato Corujinha, pois o PTB, se falhar neste momento, pode derrubar toda uma campanha que, até aqui, tem sido vitoriosa. E é nisto que apostam os adversários, fazer Toninho “tropeçar”. Será que a exemplo das eleições anteriores de Antônio Silva, quando uma colocação em debate e a falta de recursos no momento certo fez com que o petebista perdesse as eleições, pode voltar a ocorrer? Estaria Antônio Silva já vacinado para não deixar seus aliados subirem no salto, no “já ganhou” e permanecer no rumo certo?

Será que o candidato petebista poderá ceder à pressão e cometer algum deslize nos debates finais?

E se isso acontecer, quem ganha com um tropeço de Antônio Silva? O eleitor de Antônio Silva estaria mais propenso a votar em Renato ou Corujinha como segunda opção? Só o tempo dirá! Mas uma coisa é certa, nestes dias finais de campanha os comandos eleitorais de Antônio Silva, Renato Paiva e Corujinha estão em alerta máximo, não em relação aos outros candidatos, mas principalmente para mudar e prevenir eventuais tropeços em suas próprias campanhas.

União e proximidades

Em 2010, a administração municipal uniu-se em prol de dois candidatos a deputados federais: Odair Cunha e Diego Andrade. Muitos no governo estavam apoiando um dos dois candidatos. Pelo caminhar da política, é bem provável que por conta do governo municipal que possivelmente teremos em 2014, apoiadores de Odair Cunha e de Dimas Fabiano estejam bem próximo pleito. E que o governo municipal tenha umbilicais ligações com Diego Andrade, que nesta política está mostrando que não precisa ser experiente para se fazer “jogadas de mestre” nas costuras políticas.

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