Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Quem é Paulo Machado Borges?
27/06/2012


- “Filho de Vigilato Machado Borges e Elina Andrade Borges, Paulo Machado Borges nasceu em 1929, em Uberaba. Em 1949 formou-se perito contador e já no ano seguinte começa a trabalhar na Fazenda Campestre, onde convive com seu pai e com o tio Rodolfo Machado Borges, e aprende sobre manejo de animais e pecuária seletiva do zebu. Na sequência, passa a atuar nas empresas do Grupo Ovídio Miranda Brito e depois no Frigorífico Cotia S.A., onde era o responsável pela compra de bois de corte.

Paulo teve, na década de 1950, destacada atuação no leste mato-grossense, no Alto Araguaia, no noroeste paulista, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, sobretudo em Rondonópolis. Em 1962, em sociedade com Ovídio Brito, compra uma gleba de matas na Serra da Bodoquena, município de Corumbá. Surge assim a Estância Esmeralda, onde, de 1962 a 1980, exerceu o cargo de diretor. Em 1970, em Corumbá, funda a Fazenda Machado de Ouro, onde se fazia uma rigorosa seleção de nelore mocho. Ganha prêmiose campeonatos em Goiânia, Campo Grande, Uberaba e São Paulo; em 1987, recebe o prêmio de maior expositor da Exposição Internacional de São Paulo. Nesse período exporta reprodutores de alta linhagem para países como Paraguai, Peru e Bolívia.

Em 1991, implanta o Leilão Novo Horizonte, no Pantanal da Nhecolândia, um marco na pecuária regional pantaneira. Nesse mesmo ano, regressa a Corumbá, onde é eleito presidente do Sindicato Rural e realiza a 1ª Feira Internacional na fronteira, desenvolvendo o comércio Brasil/Bolívia. Ainda nesse ano, adquire uma área junto à Estância Esmeralda S.A. e implanta no Pantanal do Nabileque outro leilão que se torna importante polo de comercialização de gado de corte. Em 1995, é eleito vice-presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul. Em julho de 2004, sofre um acidente automobilístico e se retira do mundo dos negócios. Em 2005, recebe na Bolívia homenagem da Assozebu, ganhando prêmio como grande pecuarista internacional. Em 2008, é homenageado pelo Sindicato Rural de Corumbá e retoma a escrita do livro Memórias de um Zebuzeiro.”

- Manga rosa, manga coração, manga bourbon, laranja baiana, laranja joão nunes, laranja pêra, laranja lima, lima da pérsia, mixirica, gir, nelore, guzerá, nelore mocho, embrião, inseminação artificial, vaca prenha, mula, jegue, braquiara, córrego, comitiva, tereré...”. Estas palavras soam como música quando nos lembramos dos tempos felizes vividos no campo, onde a gargalhada de Paulo Machado Borges nos fazia transbordar de alegria com a sua presença.

Paulo Machado Borges, o Paulinho, sempre foi um ser alegre, trabalhador incansável, sempre pleno de energia e de entusiasmo. O Paulinho sempre nos alegra com sua presença que transmite luz e sabedoria nas relações humanas. A vida pregou uma peça em Paulo Machado Borges. Paulo desatou o nó ao desafiá-la e nos deixar como legado o seu profundo conhecimento sobre o gado zebuíno brasileiro, a sua origem e o pioneirismo dos bravos negociantes, fazendeiros na magia do mundo rural.

Muito obrigado Paulinho. O meu sincero agradecimento a Paulo Machado Borges e . sua irmã; tia Esmeralda, a Ladinha, por nos permitir a publicação das intempéries, relatos e informações de um dos maiores conhecedores do universo do gado zebu no Brasil.

-Sábado passado, 05 de maio de 2012, foi lançado o livro Memórias de um Zebuzeiro no Museu do Zebu Edilson Lamartine Mendes, em Uberaba. Na mesma data foi lançada a ideia de criação de uma Academia de Letras que agregará obras publicadas por zebuzeiros. Isso poderá ser um marco na descoberta da capacidade literária e a criatividade destes empreendedores rurais.

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