Como disse na semana passada, o candidato a prefeito pelo PTB, Antônio Silva, em meio a boatos e especulações de abandono a candidatura, reiterou o desejo de disputar e vai mesmo para as urnas em 2012. O petebista encaminhou o e-mail abaixo para este colunista:
“Caro Rodrigo
Conforme já lhe falei pessoalmente, sou leitor assíduo de sua coluna “Fatos & Versões” e sempre elogiei a sua forma de comentar as questões políticas de nossa cidade, de forma independente, imparcial e ponderada.
Por essa razão sinto-me à vontade para lhe pedir que preste um esclarecimento aos seus distintos leitores quanto à minha eventual candidatura a Prefeito nas eleições deste ano.
Decidi candidatar-me em face dos incentivos e apelos de muitas pessoas, traduzidos em diversas pesquisas que foram sendo feitas ao longo dos últimos doze meses. Interpretei essas manifestações de carinho e confiança como uma convocação, criando para mim a responsabilidade de não me omitir.
Diante disso, não há nenhuma possibilidade que eu venha a virar as costas para essas pessoas e desistir voluntariamente de minha candidatura, até porque, como dizia Tancredo Neves, “ninguém é candidato de si próprio” e, como bom mineiro, “dei um boi para não entrar e agora estou dando uma boiada para não sair”.
Fico grato se puder divulgar esse esclarecimento, acabando de uma vez por todas com boatos que circulam a respeito de minha candidatura, que, como eu disse, é irreversível.
Atenciosamente.
Antônio Silva”
Bois e boiadeiros
Bem, como disse Antônio Silva, “vai dar uma boiada” para não deixar a disputa. A coluna não duvida disso, mesmo porque com o apoio do PSDB e governo estadual, “boi$” não faltarão na campanha, mesmo sabendo que da “fazenda do deputado Dilzon Melo, não sairá nem um frango, quanto mais bois”. O que pode fazer falta na campanha de Silva são os “boiadeiros” e “aqueles que pegam o boi pelo chifre”. Como disse anteriormente, o grupo de Antônio Silva carece de “militância engajada”, o que ainda parece não ter sido resolvido, mas a cada dia fica mais evidente que a desistência de Antônio Silva não passa de engodo, da mesma forma que a eventual desistência de Renato Paiva, que também passou pelos mesmos boatos, mas que consolidou sua candidatura e vai mesmo ser candidato em 2012.
O contraditório 2
Diferente de outros momentos em que o governo municipal não respondia e ignorava a opinião pública e a imprensa, ou mesmo por estarmos em época pré-eleitoral, o governo municipal, por meio da combativa secretária de governo Paula Andréia Direne Ribeiro, prestou informações à coluna para esclarecer as dúvidas apresentadas por Fatos e Versões na semana passada.
Sobre a contratação de aluguel de veículos no substancial valor de R$ 1.250.000,00 a secretária disse:
“Bom dia Rodrigo!
Com relação à licitação para a locação de veículos, a informação não condiz com a verdade, quando diz que o contrato envolve apenas veículos populares (do tipo 1.0). Nesta categoria são somente 15 carros, de um total de 40. Há também caminhonetes e outros modelos apropriados para o transporte de pacientes de Varginha para outras localidades, mais adequados para deslocamentos longos. O valor é vantajoso para o município, visto que a Prefeitura não terá custo com a manutenção dos mesmos. Em caso de danos, a fornecedora compromete-se a fornecer outro veículo novo em qualquer local do estado ou mesmo do país. Esse processo melhora os serviços municipais.
Somado a isso, a Prefeitura evitará custos de manutenção com revisões, trocas de óleo, pneus, peças de reposição, etc. - custos estes não cobertos pela garantia de fábrica. É importante observar que veículos utilizados no serviço público sofrem desgastes que causam depreciação. O valor da locação é bastante inferior ao praticado no mercado, visto tratar-se de uma contratação de porte maior.
Este procedimento vem sendo adotado tanto pelo serviço público quando pela iniciativa privada, já que a gestão da frota foge da nossa atividade-fim. É importante observar que o valor de revenda de carros usados é baixo, tornando-se um mau negócio comprar, usar e leiloar”. Disse a nota.
Vale destacar que, a coluna não afirmou que todos os carros eram de modelos 1.0, mas que parte deles, e que embora algumas prefeituras e órgãos públicos realmente estejam terceirizando suas frotas, a grande maioria das prefeituras do Brasil, ainda acham mais vantajosa a compra e cuidado com a frota.
Contraditório 3
Em relação à licitação para o transporte público no município, tema abordado pela coluna há alguns dias, a secretaria de governo também disse em nota:
“Quanto ao Edital de Licitação 0128/12, concorrência 003/12, para Outorga de Permissão para Exploração de Serviço Público de Transporte Escolar no Município, nada mais é do que a regulamentação dos ditos “perueiros” e tem a finalidade de suprir uma carência no transporte escolar, particularmente para crianças e jovens do bairro dos Carvalhos, que recebeu grande volume de moradores com a instalação de quase 500 unidades habitacionais do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
A empresa Autotrans já aumentou a quantidade de ônibus que servem ao bairro, mas somente as vans escolares resolverão definitivamente a demanda.
Refutamos veementemente de que essa ou qualquer outra empresa teria participado de alguma forma de campanha política. Cabe ao acusador provar, já que todos os nossos processos licitatórios são perfeitamente legais e morais.” Disse em nota. Também vale destacar que a coluna não disse que a empresa Autotrans ou qualquer outra, ajudou mesmo que financeiramente a campanha petista de Varginha, quem aventa isso agora é a nota da secretaria de governo. O que disse a coluna é que empresas de transporte coletivo ajudam e muito as campanhas eleitorais, o que pode ser comprovado pelas declarações ao TSE das doações a partidos políticos das maiores empresas de transporte de Minas, inclusive o grupo Autotrans.
Contraditório 4
Quanto a Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24horas, que foi inaugurada recentemente em Varginha, em nota a secretaria de governo de Varginha disse que:
“Em relação à UPA 24h de Varginha, uma das mais importantes conquistas de nossa cidade, é relevante esclarecer que o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu conceito original, não tem dono. A responsabilidade pela manutenção do SUS deve ser compartilhada pelos diversos entes federativos, onde cada qual tem sua parcela de responsabilidade.
Dito isto, é relevante esclarecer que a construção da UPA 24h de Varginha é uma conquista do município, que só foi possível graças ao empenho da Prefeitura, do Governo de Minas Gerais e da União, sem ordem de precedência. A presença do Secretário de Estado da Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques e, do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, além de técnicos dos dois níveis de governo, é prova inconteste dessa parceria virtuosa.
Tratar do tema sob a ótica de “quem deu mais dinheiro” é amesquinhar a discussão de maneira paroquiana e bairrista. Nem o ministro Padilha nem o secretário Antônio Jorge estão preocupados com isso, como de resto, supomos, o governador Anastasia e a presidenta Dilma. Certamente, eles têm problemas mais importantes para resolver e todos ficaram muito felizes com a entrega dessa obra tão importante para a população de Varginha.
O secretário Antônio Jorge e os técnicos que o acompanhavam foram tratados com cordialidade e hospitalidade, como, de resto, são tratados todos os visitantes que chegam à nossa cidade. Jamais perguntamos se pertencem ao partido A ou B para classificá-los como visitantes de primeira ou de segunda classe. Nessa linha de raciocínio, podemos assegurar ao colunista que o Governo de Minas não desenvolve uma “política perversa” para com Varginha em função de nossas orientações político-partidárias.”
Mais uma vez, a nota do Executivo se engana quanto à realidade dos fatos. A coluna, juntamente com a população de Varginha, se regozija com a conquista da UPA, mas este colunista destacou que o governo municipal sempre fez questão de apequenar a participação estadual no processo e ampliar o esforço municipal na vinda da UPA, o que se pode comprovar por todo o material jornalístico e publicitário do governo municipal, que não dava igualdade a Município, Estado e União nesta conquista, pelo contrário, todos os materiais em posse da coluna e nas redações jornalísticas, destacam com vigor o papel do município e do governo federal, sendo poucas as referencias ao esforço estadual na vinda da UPA.
As muitas divergências na área de saúde que envolvem município e Estado falam por si só, e comprovam o distanciamento entre os governos municipal e estadual, e suas consequências, como o baixo investimento estadual na saúde de Varginha. O que diferencia do relacionamento entre governo federal e municipal, ambos petistas, o que comprova a afirmação da coluna que a questão partidária faz sim diferença no tratamento entre os entes federativos, sendo maiores os investimentos federais em Varginha, depois do governo municipal petista.
Contraditório 5
A nota da secretaria de governo termina dizendo:
“Concluímos nossas palavras conclamando o colunista a pensar grande e a buscar temas mais relevantes para preencher o espaço que o jornal lhe concede.
Um grande abraço.
Paula Andréa Direne Ribeiro
Secretária Municipal de Governo”
Como não poderia deixar de ser, temos que registrar a diferença de comportamento e mudança de atitude no governo depois da chegada de Paula Andréia na secretaria de Governo. Paula sempre foi aguerrida e mesmo na árdua missão de “defender o indefensável,” luta, dá resposta, não se “intimida com o placar eleitoral desfavorável”. Bem ao estilo das comparações com o futebol, que o Lula gosta de fazer, Paula Andréia parte pra cima para “marcar gols e virar o placar político”. Militância com garra, resistência aos ataques e força nos contra-ataques, com a sutil e feminina doçura de quem lhe manda um abraço ao final do enfrentamento, o que demonstra respeito ao adversário!
Veja aí Antônio Silva! Você precisa de militantes aguerridos assim! Na verdade um batalhão deles! Quanto ao prefeito Corujinha, que pecou na formação de “militância apaixonada” ao contrário de seu antecessor, cabe agora conseguir “guerreiros” com a fibra de Paula Andréia, a perspicácia de Raimundo Zaiden, a sutileza de Rômulo Azevedo, a serenidade de Rogério Bueno. A missão não é fácil, pois as “toneladas de bondade e humildade que Corujinha possui, lhe faltaram em liderança e firmeza”.
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