Coluna | Cidadania Reativa
Willes Silva Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

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Responsabilidade Política
14/09/2011


Em se tratando da sucessão municipal, nada há que já não se tenha visto em véspera de outras eleições. Surgem nomes daqui e dali, uns mais ou menos viáveis, outros nem tanto, alguns apenas para venderem o seu peixe, outros para oportunamente negociarem cargos, posições ou outros babados. Enfim, um jogo viciado onde o que menos interessa são as reais necessidades do município e da sua população. Como já disseram no passado: “o povo, o eleitor, é apenas um detalhe”.

Os partidos políticos que são tantos, mas, que substancialmente se parecem, só dão o ar de suas existências apenas em momentos eleitorais, são incapazes de apresentar, cada um, o seu projeto político-administrativo para a cidade. Ideologia nem pensar! Desde que o PT chafurdou na fisiológica mesmice política, tudo ficou mais igual e anacrônico. Aliás, creio que seria deveras interessante saber como cada partido vê e pensa o nosso município. Qual análise da conjuntura municipal que cada um tem feito. Já que este é um tema relevante para o futuro da qualidade de vida em nossa cidade, quais seriam as propostas de cada sigla para que Varginha venha ser uma cidade sustentável?

No quesito sustentabilidade ambiental, acima citado, os partidos que estão no poder, capitaneados pelo néo-petismo vigente, já deu demonstrações de que não tem vontade política, conhecimento acumulado e nem competência para ir além dos discursos e ações paliativas, posto que nesses mais de 10 anos de poder, indo na contramão da história, não definiu uma política pública municipal adequada para o setor. Mesmo com a criação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que até agora só tem servido para marketing e acomodação eleitoreira, tudo é só blá, blá, blá e promessas. Nem mesmo o PV, que em Varginha e alhures atualmente de verde só tem o nome, possui posição firmada em relação a questão ambiental no município, agindo como mero apêndice no poder por conta de interesses que contradizem a tão propalada ideologia verde. Não é a toa que Marina Silva acabou saindo dele.

Falar o que dos outros partidos? Se, como já afirmei, eles se assemelham. Alguns obedecem a “caciques externos”( não residentes em Varginha) que de Belo Horizonte ou Brasília os dirigem de acordo com seus interesses eleitorais e de poder, outros servem apenas a uma cúpula local que, nos bastidores, decidem o que é melhor para eles mesmos, e, ainda, há aqueles partidos de aluguel, que em tempos de eleições negociam, entre outras coisas, seu tempo de televisão. A novidade por ora está por conta do PMDB que, para sair do marasmo, teve seu Diretório Municipal dissolvido, para dar lugar a uma nova Comissão Diretora que promete revitalizar o partido e lançar candidatura própria. A priori, é uma ação que poderá contribuir para romper com a estagnação da política municipal, é aguardar para ver...

Enfim, partindo do princípio evidente e incontestável de que o modelo administrativo vigente, que se tem amparado no improviso e na ausência de políticas públicas setoriais claras, eficazes e objetivas, é ultrapassado e ineficiente para contemplar as demandas crescentes do município seja no presente e, inda mais, no futuro. Vale destacar que há ainda um tempo considerável para que se promova, não só pelos partidos políticos, mas, também, pelas instituições representativas da nossa comunidade como associações, faculdades, conselhos de direito, etc., um sério debate para que se discuta com profundidade o futuro do nosso município. Sendo assim, faz-se necessário debater a Varginha do futuro, prevendo a sustentabilidade e a manutenção da qualidade de vida num novo modelo de gestão integrada eficiente. Adiar esse debate à custa de interesses apenas eleitoreiros, não nos desonerará, seja como cidadãos ou políticos, da nossa responsabilidade pela insustentabilidade que já se verifica em vários setores que permeiam a vida de todo cidadão varginhense.

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