A questão do excesso de autoestima é levantada, porque alguns identificam prepotência, arrogância, orgulho exacerbado e narcisismo, como características ou elementos de autoestima elevada, o que é um erro, pois essas posturas são negativas. O narcisista, por exemplo, pensa que só existe ele no mundo, que é o “supra-sumo” disso ou daquilo e só consegue enxergar “o próprio umbigo”, como se diz popularmente. Caetano Veloso, em uma de suas canções, define com clareza essa figura ao dizer que “narciso acha feio o que não é espelho”, ou seja, só lhe é interessante ser o centro das atenções, caso contrário, ou ele se frustra ou condena quem não o bajula.
A verdade é que todo indivíduo narcisista tem problema de com sua autoestima, pois, se não recebe a aprovação que deseja dos outros, ele se fecha em seu próprio mundo onde imagina poder bastar a si próprio de tudo quanto precisa. Só que, ao criar a ilusão de que não precisa dos outros, ele opta por uma enganosa autosuficiência que, mais dia, menos dia, ruirá como um castelo de areia. Com isso, ou ele “cai na real” e compreende que é impossível ter uma vida equilibrada sem uma convivência saudável com os outros, ou, premido pela solidão, entra num processo depressivo profundo e autodestrutivo. Esta análise vale, de certo modo, também para pessoas prepotentes, perfeccionistas e com características comportamentais assemelhadas.
Ser humilde o bastante para rever conceitos e juízos, para desculpar-se por atitudes equivocadas e reconhecer que cada pessoa possui crenças e convicções que lhes são particulares, este sim é o comportamento de quem possui uma autoestima elevada. Até porque, pela imperfeição inerente a toda criatura humana, ninguém é possuidor de uma verdade absoluta. Tudo o que é fruto do pensar humano carrega em si a marca da relatividade. Perfeito só Deus, assim mesmo existem os que crêem e os que não crêem.
Está provado que ninguém é feliz sozinho. Todos somos criaturas espirituais e humanas em constante evolução, e temos muito que aprender uns com os outros, pois, apesar de aparentes diferenças, ninguém é melhor do que ninguém. Daí que, ao acolhermos em nosso interior esta verdade, nos tornamos benevolentes e mais afetivos com aqueles com os quais convivemos. E isso, além de alimentar nossa própria autoestima, potencializa nossa eficiência pessoal para superar desafios, obter sucesso e equilíbrio existencial.
Boa Reflexão e viva consciente.
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