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Creio não haver dúvida de que um instrumento de suma importância com vistas à preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável é a educação. Porém, o paradoxal nisso tudo é que, incrustrado no meio educacional, impera um certo tipo de analfabetismo que impede a criação e a sistematização de uma pedagogia voltada para a formação dessa tão necessária consciência preservacionista. Eu diria até, que há uma certa preguiça em abordar o tema com um pouco mais de profundidade, talvez pela precaridade da formação da maioria dos professores ou porque isso demandaria um pouco mais de trabalho e dedicação.

Atuando quase há três décadas na defesa da causa ambiental, seja como membro de instituições ambientais e comunitárias, ou como jornalista e escritor ou, ainda, como palestrante motivador de aprendizado e consciência, já participei de incontáveis seminários sobre educação onde o tema da preservação ambiental foi debatido. E o que perdura até os dias de hoje é que justamente nesse setor de vital importância para a formação de pessoas mais responsáveis diante do meio ambiente, é que se encontram os bolsões de resistência à educação ambiental com uma pedagogia própria.

A lei nº9.975, de 27 de abril de 1999 prevê, inclusive, no seu artigo 9º, que a educação ambiental deve ser implementada em todos os níveis de ensino, desde a educação infantil, passando pelos ensinos fundamental, médio, superior, especial, profissional até a educação de jovens e adultos. Aí fica, então, a pergunta que não quer calar, onde está a justiça com todos os seus órgãos que não fiscaliza a aplicação da Lei? Será que o analfabetismo ambiental é maior que se possa imaginar?

Para finalizar repito o que já escrevi no primeiro texto desta série: “a responsabilidade com o meio ambiente é de todos, mas, o compromisso maior é daqueles que detêm algum conhecimento, poder, coragem e competência cidadã, ferramentas necessárias para forjar uma nova consciência ecológica solidária e universal”.