Quando no texto anterior eu citei a necessidade do exemplo das iniciativas ambientais preservacionistas virem de cima, o fiz pelo simples e óbvio fato de que a idéia da sustentabilidade no município primeiramente necessita ser posta em prática a partir das ações e serviços da prefeitura local. Aliás, para corroborar com esta premissa, basta saber que, pela ação ou omissão, direta ou indiretamente, a administração municipal é, em grande parte, responsável pelo muito que se tem degradado o nosso meio ambiente. Exemplos existem em larga escala, mas, convém observar que se alguns setores como o da fiscalização do código de posturas, da vigilância da saúde e outros de igual envergadura funcionassem a contento muito poderia ser evitado. São queimadas, aterros inadequados, lixo dispensado à beiras de rodovias e terrenos baldios, minas d’água aterradas, parques e praças abandonados, caçambas carregando lixo misturado com material de aterro, poluições de todos os generos, etc. Tudo sendo feito sob o beneplácito da indolência oficial.
Se até os anos 1990 ainda havia alguma “preocupação” oficial com o nosso meio ambiente, o mesmo não se pode afirmar a partir do ano 2000. O Codema, por exemplo, que antes era um órgão mobilizador, combativo e mais integrado com a comunidade, depois da sua institucionalização tornou-se um instrumento meramente burocrático cujas discussões e decisões têm ficado há muito tempo entre quatro paredes, dado que não há publicidade de todas as suas atividades. Como escrevi no artigo anterior, o que mais se faz em Varginha sobre o meio ambiente é discurso, a maioria baseado em cliches e frazes de pretenso efeito para encobrir a ignorância sobre o assunto e a falta de compromisso.
Exemplo histórico. Há 2 anos foi realizado em Varginha uma conferência Regional sob o tema “Saúde Ambiental”, participei pensando que dali sairiam muitas propostas interessantes sobre o que se referia o tema. Ilusão. Desde o discurso de abertura feito pelo Alcaide local tudo foi só jogo de cena. A maioria das pessoas presentes nem sabiam fazer a correlação entre saúde e meio ambiente. E mais, num dos intervalos para o cafezinho não me contive e repreendi um cidadão que havia jogado um guardanapo no chão(olha o meio ambiente!). Pasmem, para minha surpresa o mesmo cidadão subiu ao palco minutos depois para fazer uma das palestras do evento. É por essas e outras que reafirmo a necessidade da alfabetização ambiental.
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