Agora com apenas dois candidatos teremos que optar por propostas que atendam a maioria do povo brasileiro. Nesse quesito eu me identifico muito com a visão do respeitabilíssimo teólogo Leonardo Boff que diz que, por força do Brasil ainda hoje estar em construção, temos que debater obrigatoriamente a questão: que país finalmente queremos? Além do que, “é importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as ‘humilhadas e ofendidas’ e consideradas ‘zeros econômicos’ pelo pouco que produzem e consomem”.
Diz o teólogo já citado que no mundo hoje há dois projetos um é o neoliberal ainda vigente no mundo capitalista e que no Brasil foi implantado no governo FHC e é ainda defendido pelo PSDB. “Esse nome, neoliberal, visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital globalizado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos”. “O outro projeto é o da democracia social e popular do PT e seus aliados. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora. Quer forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, em curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social inclusivo que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte”.
Se nós cidadãos conscientes, tal qual o teólogo Leonardo Boff, aqui citado pela sua lucidez analítica, ainda sonhamos com o que ele denomina de uma democracia social, popular e responsável ecologicamente, se ainda acreditamos na reconciliação do ser humano com a natureza em todas as suas dimensões, neste momento de magna importância do exercício de nossa cidadania não podemos nos abster de aprofundar esse debate e de qualificar o nosso voto. Cada voto é uma semente, uma intenção, que tanto pode validar um futuro mais justo para todos nós de modo solidário e fraterno, ou ampliar egoicamente o leque da exclusão social e econômica, tornando a nossa própria sobrevivência insustentável. Enfim, como disse o poeta, “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”. Essa é a hora!
Até breve.
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