Obra de Araci Marques Vendramini |
Representantes do Mercado Municipal |
A poluição visual e o descaso das autoridades |
Venda de bebida alcoólica com segurança |
Um comprometimento com a estética |
Sujeira e descuido em ponto turístico |
- Campo Grande, 15h30. O tédio busca instalar-se em meu cérebro. O céu está encoberto. As nuvens espessas, cinzas, tornam o clima ameno. A luz suave e difusa não consegue alegrar o dia. Entretanto para minha posterior alegria no Mercado Municipal, um centro comercial limpíssimo, os produtos parecem desfilar as exuberâncias sul-matogrossenses e do centrooeste brasileiro de forma ordenada e estética dentro de um espírito de civilidade e de harmonia entre os proprietários das bancas.
Esforços de preservação do patrimônio |
- “Posso fotografar? Estou registrando imagens para o nosso artigo BrasilZÃO. Lhe encaminharei um exemplar do jornal. Para onde devo enviá-lo?”. Dessa forma fui me aproximando e dialogando com aquelas pessoas de sorriso pleno, dentes alvos, tez mate, cabelos lisos e escuros, olhos puxados os quais declaravam a mestiçagem onde ainda predomina o sangue indígena. Medicamentos para cuidar da próstata, chapéus de palha, relógios incrustados em esculturas de madeira tendo como inspiração a cara bovina, salgados e pastéis fritos, ervas aromáticas, chimarrão, vidros de pimenta e de compotas, artesãos da carne vestidos de um branco impecável, licores, legumes dispostos artisticamente, objetos artesanais em chifres bovinos, panos de prato com motivos ecológicos – fauna e flora – facas e facões, piranhas secas e empalhadas, botas de couro, erva de erechim, chaveiros com imagens de papagaios e de tuiuiús, tucanos minúsculos empoleirados em um toco de madeira, porquinhos de cerâmica, sapos sorridentes...
Onça Pintada de Julio César Nunes Rondão |
- Cruz Credo, você bebeu?
- Bebi: água mineral com gás e suco de tamarindo. Cafezinho adocicado para concluir o almoço. Continuei perambulando pelas ruas da cidade sul-matogrossense. Por todo lado a publicidade ostensiva, infelizmente, encobria fachadas antigas de casas singelas que representam uma época de ocupação. Campo Grande abriga nos dias de hoje oitocentas mil pessoas em seu município. À esquerda um prédio alto e inacabado. À direita outro “elefante branco”. Aparentemente não há um plano diretor que oriente as construtoras a respeitarem a altura ideal e programada das edificações, os projetos arqitetônicos não seguem nenhum padrão estético que contribua visualmente com “ares regionais” em suas fachadas.
Obras inacabadas, uma má imagem de Campo Grande |
- E as suas reuniões profissionais, como ocorrem?
- Muito bem. As pessoas são gentis e interessadas. Existe uma consciência verdadeira quanto à necessidade de auto-afirmação do Estado como uma região cultural com identidade própria. Se houver interação e diálogo entre as comunidades, o Mato Grosso do Sul deverá despontar como uma das Unidades Federativas mais empolgantes da nação brasileira. Entretanto fica a desejar o compromisso com a estética no mobiliário urbano e nas construções de sua capital, ainda simpática!!!...
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