A imagem feminina como fonte de inspiração

A fé move multidões

A árvore da vida

A sensação de perda e de desespero

Desespero na perda de um filho

Elegância nos traços angelicais

O descanso na perda definitiva

Solitudo. A imagem da nudez e inocência

- Onde você passou o primeiro dia do ano?

- Em um local de paz, em harmonia com os pássaros, com as árvores frondosas e corredores onde impera uma perspectiva que parece nos levar ao desconhecido, ao questionável fim de nossa existência nessa paisagem efêmera pelo Planeta Terra.

Trabalho escultórico de um gênio

- Nossa!!! Que resposta mais doida. A minha pergunta é bastante objetiva. Onde estava você no dia primeiro de janeiro de 2010?

- Estava na companhia de personagens que em suas trajetórias de vida – que parecia eterna - deixaram marcas indeléveis que contribuíram para a evolução, o bem estar, o engrandecimento de nossos cidadãos que viveram – e vivem – nessa metrópole equatorial.

A família sagrada

- Vou continuar ouvindo você sem dar atenção aos seus habituais devaneios. Quem são essas pessoas tão especiais que tiveram o privilégio de estar com “vossa senhoria” neste ano em que culmina a primeira década deste milênio?

- Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Líbero Badaró, Marquesa de Santos, Caetano de Campos, Franco da Rocha, Anália Franco, Emílio Ribas...

A passagem da vida terrena para outro plano

- Você deve estar brincando comigo ou então voltou a ter febres com suas crises de malária desde que contraiu a doença no país africano Costa do Marfim. Mesmo assim vou deslizar pelo seu delírio mental. Quem foram essas pessoas?

- Seu ignorante! Tarsila do Amaral era pintora. Mário de Andrade, escritor e um dos ativistas culturais da Semana de 22. Líbero Badaró foi jornalista e médico e hoje é lembrado apenas como nome de rua no Centro Histórico de São Paulo. A Marquesa de Santos, a senhora Domitila de Castro e Canto Melo, foi uma promotora da vida cultural no Brasil. Caetano de Campos foi um grande educador que deixou registrada a sua marca em terras paulistas. Franco da Rocha foi um médico-psiquiatra competente e hoje é nome de uma das cidades satélites da grande São Paulo. Anália Franco foi escritora e educadora. Hoje em dia é nome de estação de Metrô e Emílio Ribas, o criador do Instituto Butantã, estava também entre os demais naquele local tão aprazível.

À procura do inexplicável

- Posso oferecer a você um remédio a base de quinino? Vai baixar sua febre.

- Calma, ainda não terminei. Por ali se encontravam também o ex-Governador de São Paulo, Carvalho Pinto. Os ex-Presidentes da República, Campos Sales e Washington Luís, além do primeiro Governador do Estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá.

A vida em formas sinuantes

- Muito bem, muito bem, já que a alta temperatura o fez ter boas lembranças o que me diz da amante de Dom Pedro, a oportunista Marquesa de Santos?

- Não seja maldoso. Domitila de Castro e Canto Melo, Vincondesa de Castro e Marquesa de Santos, viveu sete interessantes décadas em sua vida. Graças a ela desapareceu o hábito de sepultar as pessoas dentro das igrejas e iniciou-se assim a criação de cemitérios públicos na cidade de São Paulo. Foi esposa do Alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça que a maltratava. Foi quando, uma vez divorciada, aproximou-se do Imperador Dom Pedro I. Com ele teve cinco filhos. Depois do novo casamento do Chefe de Estado com a princesa Leopoldina Amélia de Leuchtemberg ela fora afastada da Corte e casou-se novamente com o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Era uma pessoa sábia, sofrida, culta. No imaginário dos brasileiros ela é conhecida apenas como Marquesa de Santos, a amante de Dom Pedro.

Buscas e desencontros

Harmonia nos desenhos da forma humana

- Muito interessante. Apesar de seu estado febril vejo que continua dizendo coisa com coisa. Onde foi então que vocês se encontraram todos juntos (rsrsrs)?

- Você está rindo, não é mesmo? Saiba então que nesse mesmo local admirei o trabalho talentoso de gênios escultores como Victor Brecheret, Galileu Emendabili, Ramos de Azevedo e Bruno Giorgi. Sou um privilegiado, não é mesmo?

Não há fronteiras para a crença

Obra de um gênio: escultura de Victor Brecheret

- Sem dúvida, o seu privilégio é ter muita imaginação, muita!!!

- E você, a sua limitação é a de não ter cultura e conhecimento suficientes para compreender que no dia primeiro do ano eu busquei paz e tranquilidade no Cemitério da Consolação, em São Paulo.

- Desta vez, você me pegou. Tudo bem, 1 a 0 pra você!