Peças raras e elegância |
Tradição e catolicismo no momento do descanso |
Detalhes e qualidade na arquitetura |
- O que ocorreu com sua máquina fotográfica? Você comentou que faz algum tempo que não consegue mais fotografar durante o dia e que só registra as imagens à noite e com flash. Que estranho!
Resquícios de outrora |
- É verdade. Já não se fazem mais equipamentos como antigamente. Na minha época...
- Pare com isso! Não seja tão saudosista. Hoje o mundo está muito melhor! A tecnologia nos permite sobreviver às doenças que antes matavam prematuramente. A comunicação aproxima as pessoas e você passa de um universo ao outro em um piscar de olhos.
- Não entendi o seu raciocínio.
Arquitetura colonial portuguesa |
Decoração sóbria nas propriedades rurais |
- Vou explicar melhor: recentemente o fotógrafo – e amigo – Fábio Knoll percorreu o Brasil para registrar, resgatar e informar sobre a vida rural em território brasileiro. Percorreu engenhos, fazendas antigas, estâncias e propriedades espetaculares onde seus donos convivem com a natureza no dia a dia, respiram o ar puro, dialogam com os céus, reconhecem o poderio das nuvens, a fala dos pássaros, a sinfonia do coaxar dos sapos, o berro do bezerro desmamado, o cocoricó dos galos vespertinos ou o suave ruído das águas contínuas e passageiras da bica no fundo do quintal.
A paz nos campos do sul |
- Muito bonito! Poético! Mas totalmente desconexo. Você não diz coisa com coisa. O que tudo isso tem a ver com sua câmera digital?
- Não consegui nessa minha última viagem a Belo Horizonte utilizar a minha Canon Power Shot A470, pois a mesma, comprada em um free-shop, já não funciona mais. Teve apenas seis meses de vida útil, um caos.
Uma vida repleta de emoções |
- Mas o que isso tem a ver com o fotógrafo Fábio Knoll e com a vida no campo?
- Aproveito a oportunidade para mostrar aos amigos da coluna BrasilZÃO um Brasil elegante, genuíno, autêntico, sóbrio, alegre, produtivo, onde as pessoas ainda vivem em ambiente familiar, têm qualidade de vida e contribuem para o fornecimento de alimento à população alienada e superficial dos grandes centros urbanos.
- População superficial? Alienada? Das metrópoles surgiram os cineastas, os grandes escritores, os cientistas... Enfim, não diga bobagens.
A Fazenda ponte Alta no Rio de Janeiro | Pequenos habitantes da fazenda |
Afrescos nas paredes seculares |
- Sei que para você é difícil compreender o meu raciocínio. Por mais genial e reconhecido que seja o seu citadino (o “ser-produto” de influências urbanas contínuas e afoitas), ele raramente terá a oportunidade de admirar um céu estrelado, de apreciar as nebulosas em uma tela universal, negra profunda, ponteada por milhares de estrelas enquanto sopra um vento cálido que prenuncia um verão denso com chuvas torrenciais para os próximos dias. Ele tampouco terá a oportunidade de contemplar a paisagem, sentado em uma cadeira de balanço na varanda de um casarão antigo cujas paredes estarão impregnadas de histórias, lendas e contos do mato, da selva e do campo.
Sobriedade na sede | A influencia do ferro na arquitetura |
- Que importância isso tem? O “citadino”, como diz você, terá acesso a bibliotecas onde poderá passear, através de seu cérebro, por todos os universos apresentados por mentes em ebulição, que terão perpetuado situações que permitirão ao leitor vivenciar à sua maneira as sensações que lhe são apresentadas.
A família reunida na Fazenda Limoeiro | Vida simples e sorriso constante |
- Sim, compreendo. Mas jamais acariciarão os cabelos da boneca de milho, a cabeça da seriema domesticada, o pescoço do cavalo companheiro de labuta, o ombro do peão herói que se despertava na noite para abafar a queimada destruidora das matas da fazenda onde vivia.
- São mundos distintos, meu amigo. Eu adoro a cidade!
- E eu só me sinto verdadeiramente feliz no campo!
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