Após o recuo ocorrido em fevereiro, o Índice da Cesta Básica de Varginha (ICB -Varginha) voltou a acelerar com alta de 3,18% no início do mês de março. Produtos como tomate, café em pó, farinha de trigo, banana e feijão carioquinha apresentaram as maiores elevações. As quedas mais consideráveis foram com pão francês e batata. No período de doze meses, o valor da cesta básica na cidade acumula alta de 4,16%.
A pesquisa é realizada de forma conjunta pelo Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Carmo de Minas), Departamento de Pesquisa do Unis e GEESUL. A coleta de preços dos 13 produtos que compõem a cesta básica nacional de alimentos é realizada na primeira semana de cada mês.
Na primeira semana de março, o valor médio da cesta básica nacional de alimentos para o sustento de uma pessoa adulta em Varginha totalizava R$684,73. O valor representa 48,77% do salário mínimo líquido (salário mínimo total menos o desconto do INSS), já considerando o reajuste deste ano. O trabalhador que recebe um salário mínimo mensal, precisa dedicar 99 horas e 14 minutos por mês para adquirir essa cesta.
Entre fevereiro e março, dos 13 produtos pesquisados, nove tiveram alta nos preços médios: Tomate (21,78%), Café em pó (5,89%), Farinha de trigo (5,58%), Banana (5,25%), Feijão carioquinha (5,12%), Manteiga (2,49%), Carne bovina (1,97%), Óleo de soja (1,25%), Arroz (0,36%).
Varginha apresentou uma aceleração no valor da cesta básica bem acima de Pouso Alegre. Nossas previsões se confirmaram em parte, com o café em pó continuando com fortes altas. No entanto, a colheita das safras de alguns produtos não se intensificou como era esperado. A ausência de uma maior regularidade no comportamento dessas colheitas, especialmente no caso dos hortifrutigranjeiros, tem impedido uma oferta mais constante dos produtos alimentícios básicos e também um recuo mais forte em seus preços. Por esse motivo, os valores médios da cesta básica continuam muito elevados em ambas as cidades pesquisadas.
Para o próximo mês, continuamos afirmando que a dinâmica dos preços dos alimentos dependerá muito da oferta e da maior previsibilidade e efetividade das safras. A desoneração tributária para alguns produtos, anunciada pelo Governo Federal, poderá surtir efeito no curto prazo e contribuir para a queda no valor da cesta básica. No entanto, ações voltadas para melhoria da produção e da disponibilidade interna dos produtos poderão ser mais efetivas no combate à inflação dos alimentos no médio e longo prazo.