O tradicional Banho da Doroteia, que acontece neste sábado (22/02), no Centro de Eventos Mauro Brito, em Varginha, não será apenas um dia de folia. O evento também será palco de uma importante ação de conscientização e combate à violência contra a mulher, por meio do programa "Fale Agora na Folia".
O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Varginha, por meio de sua presidente, Mônica Cardoso, adotou o programa do Governo de Minas Gerais que visa combater a violência sexual no carnaval e garantir que todas as mulheres possam curtir a festa com segurança e respeito. A ação em Varginha tem parceria com a Secretaria de Turismo, a Guarda Civil Municipal, a Polícia Militar e os blocos e baterias da cidade.
Todos os representantes dos blocos e conselheiras municipais que participaram da capacitação estão credenciados para atuar no programa.
O Banho da Doroteia contará com uma Tenda do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, onde uma policial militar fará o atendimento primário às vítimas de violência.
Na tenda, serão distribuídos materiais informativos sobre como denunciar casos de violência e buscar ajuda. O objetivo é garantir que as mulheres se sintam seguras e acolhidas durante o evento.
Sobre o Fale Agora na Folia
O "Fale Agora na Folia" é uma campanha do Governo do Estado de Minas Gerais voltada ao enfrentamento da violência sexual no carnaval, garantindo que as mulheres aproveitem a festa com mais segurança e respeito.
Violência sexual no Carnaval
A violência sexual ocorre quando há qualquer ato ou insinuação de natureza sexual sem consentimento. No Carnaval, o risco aumenta devido à aglomeração, consumo excessivo de álcool e a falsa ideia de que "tudo é permitido
Exemplos de violência sexual:
- Beijos forçados.
- Insistência após a recusa.
- Toques indesejados em meio à multidão.
- Puxões ou abordagens agressivas.
- Exibição de partes íntimas.
Como identificar um possível agressor?
- Nos casos em que se verifica um homem seguindo alguma mulher reiteradamente pelo cortejo do bloco ou espaço do evento, proferindo falas constrangedoras ou tentando tocá-la sem consentimento, deverão ser tomadas as seguintes providências:
- Alerte-o que sua conduta está sendo inadequada e que o bloco e/ou organização do evento não aprova esse tipo de comportamento;
- Em caso de persistência, para evitar a escalada da violência, retire-o do ambiente, caso este seja fechado, ou:
- Em cortejos abertos, convide a mulher e seus acompanhantes a entrarem na corda do bloco, para conseguirem se afastar da situação em segurança, até encontrarem outro local na folia mais seguro para seguir com o cortejo.
Identificar mulheres em vulnerabilidade
- Verifique se há acompanhantes (amigos, amigas) e oriente-os a não deixá-la sozinha.
- Se estiver sozinha, acolha-a e leve-a para um local mais calmo e seguro.
- Aguarde até que ela se recupere completamente, garantindo que esteja consciente e segura para decidir o próximo passo.
- Caso ela queira ir para casa, ajude-a a pedir um transporte e, se possível,sugira que compartilhe a localização.
- Se houver demora na recuperação, acione o atendimento médico. Samu 192 ou procure o pronto atendimento mais próximo.
E se a violência acontecer?
- Não questione o relato, não insista em ter mais informações e não faça comentários tentando minimizar ou justificar a agressão sofrida por seu comportamento ou vestimenta;
- Ofereça acolhimento para a vítima. Se possível, retire-a do local e procure um lugar mais afastado e silencioso.
- Confirme se há algum amigo ou amiga com ela, e se ela deseja que seja(m) chamado(s);
- Caso a mulher deseje denunciar às autoridades policiais, aconselhe que procure uma delegacia. Para além do patrulhamento, haverá postos móveis em diferentes pontos da cidade, prontos para registrar boletim de ocorrência e oferecer orientação jurídica.
Informações importantes:
- Oriente para que se possível, não troque de roupa e não se lave.
- Da mesma forma, recomende que guarde e leve objetos que possam conter sêmen, sangue, saliva ou cabelo do acusado armazenados em sacolas de papel, envelopes ou caixas e papelão fechadas, evitando colocar as peças em plástico, a fim de preservar o material genético do acusado;
- Não é necessário realizar a denúncia imediatamente, caso a vítima assim deseje. Porém, quanto antes a polícia for acionada e ocorrer a coleta de vestígios para exame de DNA, maiores as chances de que o acusado seja investigado, identificado e punido.
- Na hipótese de a vítima não desejar ser atendida ou denunciar às autoridades policiais, respeite a decisão, certificando-se apenas que todas as orientações tenham sido informadas.
Telefones importantes
- Disque Denúncia: 181
- Polícia Militar: 190
- Corpo de Bombeiros: 193
- SAMU: 192
- Casa Lílian: (31) 3313-1726