Cantora mineira de Três Pontas, com trabalhos ao longo da carreira ao lado de Milton Nascimento e artistas de renome, sela maturidade inquieta e marca presença no cenário musical contemporâneo com “Bar da Saudade”
A cantora e compositora Natashha lança seu terceiro trabalho autoral, “Bar da Saudade”, já disponível em todas plataformas digitais. O EP, composto de cinco músicas compostas pela mineira, reverbera a trajetória de uma carreira de mais de 20 anos avessa a rótulos, marcada pela constante reinvenção estética e entrega autêntica, tendo a arte como acalanto aos ouvintes e para enfrentar os próprios percalços da vida.
E nesse caminho musical de mais de duas décadas de dedicação, entre Minas e São Paulo, ela guarda realizações ao lado de artistas como Leoni, Paulinho Moska e do conterrâneo Milton Nascimento, além de trabalhos com grande reverberação na mídia, rádios e plataformas - somente no Spotify suas canções já somam mais de 100 mil audições.
“Bar da Saudade” tem coprodução de Guilherme Rosa, trazendo músicas que transitam entre a nova MPB, o pop e o folk - todos instrumentos são tocados por eles, com acréscimo de beats e sintetizadores que dão alegria, suíngue e contemporaneidade às canções.
“Caretice” e “Jeitinho Todo” se inspiram no cotidiano, com coloquialidade, forjando intimidade a quem ouve a partir da voz firme e afetiva de Natashha. Já “Botequinho”, num ritmo envolvente, passa a mensagem de que as mulheres podem e devem fazer uso do ambiente boêmio para afogar as mágoas, sem julgamentos morais. Reverberando experiência pessoal de um término amoroso e autoconhecimento neste caminho, a música teve clipe gravado no Mercado Novo de Belo Horizonte e coreografia especial com, com participação de dançarinos. Outra faixa do EP que conta com clipe é “Baralho Cigano”, disponível no canal do Youtube da artista. Ambos trabalhos audiovisuais foram contemplados por edital da Lei Paulo Gustavo 2023.
A canção “Eu quero me perder” também revela um aspecto central do processo criativo da artista: permitir-se transbordar pelas vivências, positivas ou negativas, para deixar a arte e as composições emergirem do próprio caos. E ao longo da carreira, a música foi se tornando o próprio antídoto para atravessar momentos difíceis. A finalização do EP coincidiu, além do término de relacionamento, com o acompanhamento de perto da luta de uma tia contra um câncer e do falecimento dessa pessoa inspiradora. “Era uma segunda mãe pra mim, foi ela que me apresentou Little Richards, Beatles. A música me amparou nesse momento, tenho muita gratidão. Por isso esse EP é tão importante pra mim”, conta Natashha.
“Bar da Saudade” é lançado no mês de agosto em que a cantora completa 40 anos. Se o trabalho revela maturidade e segurança com o traço assumido de ecletismo da cantora, por outro lado ainda traz a ousadia do primeiro álbum da carreira e daquela jovem roqueira fã de Janis Joplin que chegou ao Top 10 da MTV com o clipe de “Embalo”.
Sempre em metamorfose artística, suas criações seguem atraindo atenção em âmbitos diversos, tendo uma de suas músicas escolhidas recentemente como tema para uma minissérie do canal Multishow e outra para filme exibido no prestigiado festival de Cannes deste ano. Em todas as fases, contudo, prevalece em comum o desejo de alcançar o novo e fazer da música um lugar de sonho e acalanto para ela e para os outros.
Trajetória
Natural de Três Pontas-MG, Natasha Maria iniciou sua jornada musical em 2000, quando começou a estudar violão popular e clássico no Conservatório Heitor Villa- Lobos, Ao longo dos oito anos seguintes, a veia criativa e de compositora passou a ganhar força. E foi ali na cidade mineira que ela realizou um sonho, sendo convidada para gravar com o conterrâneo Milton Nascimento e com Lenine no clipe de “Paciência” junto a outros jovens mineiros, integrando posteriormente coros do álbum “E a gente sonhando”, lançado por Bituca em 2010 e indicado ao Grammy Latino.
Pouco antes, em 2006, a jovem de cabelos vermelhos, recém-saída do ensino médio, embarcava com seu violão na crença de viver o sonho da música em São Paulo. Depois de muitos desafios, resiliência e aprendizados nos bares da vida, os resultados começaram a aparecer a partir da gravação do primeiro álbum, “Girassol”. A canção "Embalo", presente no disco, conquistou espaço em mais de 100 rádios em todo o país. Em 2010, alcançou um marco notável ao emplacar seu videoclipe no TOP 10 da MTV, além de convites midiáticos - sucesso que marcou um ponto de virada em sua carreira.
Em 2012, após o término de um relacionamento tóxico e do enfrentamento da depressão e de inúmeras dificuldades como artista independente, Natashha decidiu fazer uma pausa para recarregar as energias e redescobrir-se. Nesse momento de introspecção, optou por voltar a Minas Gerais, onde dedicou-se a um curso de publicidade e empreendeu projetos importantes como produtora.
Junto ao amigo Kami, encabeçou em 2015 o DOLDE - Do Outro Lado da Esquina. Com a participação de outros jovens artistas da cidade, a iniciativa buscava renovar o imaginário e tradição musical do icônico movimento mineiro, aproximando-se de novos públicos. Foi assim que em 2016 realizaram a primeira edição do Dia D of Peace of Music, reunindo mais de 5 mil pessoas no exato local em que Milton Nascimento e amigos escolheram para o histórico Festival do Paraíso de 1977. Ao longo de três edições, passando de 15 mil pessoas em uma das etapas de 2017, subiram ao palco nomes como 14 Bis, Paulinho Moska, Wilson Sideral e Leoni, com quem Natashha dividiu os vocais em momento especial para a cantora e produtora.
Em 2017, Natashha partiu para seu segundo trabalho autoral. O EP “Coração Passarinho” reunu inspirações da compositora naquele momento e marcou presença no cenário musical contemporâneo, incluindo turnê de apresentações do trabalho. Em 2024, a artista lança “Bar da Saudade”, sua mais significativa investida autoral, artística e de redescoberta pessoal através da música.
Serviço
Natashha - EP “Bar da Saudade”
- onde: disponível em todas as plataformas
Clipes: